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Investigação revela escândalo por comando de igreja na região

Investigação revela escândalo por comando de igreja na região

Publicado em: 31 de janeiro de 2013 às 12:43

O Ministério Público denunciou à Justiça o presidente da Igreja Assembleia de Deus Ministério Rio Preto, pastor Wanderley Melo, pelos crimes de formação de quadrilha, fraude processual, falsificação de documento e uso de documento falso.

Além de Melo, foram denunciados o pastor da igreja Alcemiro de Campos Oliveira, a viúva do pastor José Perozin, Claudete de Jesus Perozin, e os integrantes André Faustino Machado e sua mulher, Sueli Araújo Nascimento Machado, que trabalhavam respectivamente como tesoureiro e secretária da igreja.

O grupo foi acusado pelo promotor de Justiça José Heitor dos Santos de promover uma farsa ao usar declaração falsa, que teria sido assinada pelo pastor morto José Perozin, indicando como seu substituto na presidência da Igreja o pastor Wanderley Melo. Santos afirmou que “em quadrilha, os denunciados criaram falsamente a declaração, inclusive falsificando a assinatura do pastor José Perozin,(...) fazendo constar ainda, sempre falsamente, que a declaração foi feia no dia 15 de julho de 2007.”

De acordo com a denúncia do promotor, há “indícios muito fortes de que a declaração foi falsamente produzida no dia seguinte à morte do pastor José Perozin, ou seja, no dia 5 de janeiro de 2009.” “Enquanto o pastor José Perozin era velado, após receber a declaração de Claudete, mulher do pastor falecido, e de seu marido André (Machado), Sueli a entregou para o pastor Alcemiro (Oliveira), que no mesmo dia providenciou o reconhecimento (de firma) da assinatura do pastor José Perozin”, afirmou o promotor na denúncia.

O documento foi considerado falso pela perícia do Instituto de Criminalística (IC) e pelo perito Jorge Paulete Vanrell, que foi contratado pelo irmão do pastor morto, Aparecido Perozin. De acordo com o promotor, o irmão do pastor morto, Aparecido assumiu interinamente a presidência da igreja, mas foi destituído por Melo do cargo. Segundo Santos, no dia 8 de fevereiro de 2009, quando assumiu a presidência da igreja, Melo, em seu primeiro ato administrativo concedeu, “em caráter irrevogável e irretratável”, uma ajuda de custo vitalícia e mensal, no valor de R$ 7 mil, a Claudete Jesus Perozin - viúva do pastor morto. “Outras pessoas também foram beneficiadas por Wanderley Melo, que passou a distribuir veículos.

Um deles para André Faustino Machado, que recebeu o veículo Chevrolet Corsa”, consta em outro trecho da denúncia. Para o promotor, o pastor morto, que era advogado, “dificilmente deixaria uma declaração tão importante sem reconhecer firma de sua assinatura”. “Muito embora os envolvidos tenham mencionado que o pastor falecido (José Perozin) iria indicar Wanderley Melo para presidente da igreja, fato contestado pelo pastor Aparecido Perozin, ninguém, nem mesmo Claudete, ou qualquer membro da diretoria, viu o pastor José Perozin fazer a declaração ou soube de sua existência”, afirmou o promotor. A denúncia do MP foi encaminhada para análise do juiz da 3ª Vara Criminal de Rio Preto, Diniz Fernando Ferreira da Cruz. Ele poderá receber ou rejeitar a denúncia.

Se condenados, os acusados podem pegar penas de até cinco anos de reclusão. O presidente da Igreja Assembleia de Deus Ministério Rio Preto, pastor Wanderley Melo, negou as acusações feitas pelo Ministério Público. Ele afirmou que o objetivo da denúncia é desestabilizar a Igreja com a perda de membros. “A Justiça está aí para decidir”, afirmou Melo.

O advogado dos denunciados pelo promotor de Justiça José Heitor dos Santos, João Mineiro Viana, disse que vai aguardar a Justiça se manifestar sobre o caso. “Nesse momento vou aguardar para ver se a denúncia será ou não recebida. Todos negam as acusações”, disse. O ex-tesoureiro da igreja André Faustino Machado disse que nunca ganhou carro de Melo. Ele também negou ter falsificado o segredo de um dos cofres onde estaria a declaração, conforme consta na acusação do MP. “Não tive benefício algum de Wanderley Melo. Tenho os comprovantes do pagamento (do carro)”, disse Machado.

O pastor Alcemiro de Campos Oliveira também negou ter envolvimento na fraude. “Fui reconhecer firma do documento e nada mais”, afirmou o pastor, ao dizer que o MP terá de provar a acusação. A viúva do pastor José Perozin, Claudete de Jesus Perozin, não quis comentar a denúncia do promotor à Justiça. “Não tenho conhecimento dos autos”, afirmou Claudete. De acordo com o site da igreja, são mais de 5 mil membros apenas em Rio Preto. No Estado, entidade evangélica possui outras 100 igrejas no Estado, tendo outras 40 na cidade.

(Rodrigo Lima - Diário da Região)

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