Governo mapeia a pobreza na região e Tanabi está na lista
Governo mapeia a pobreza na região e Tanabi está na lista
Publicado em: 13 de fevereiro de 2013 às 10:16
Quando a baiana Maria do Carmo Reis, 38 anos, chegou a Macaúbas, distrito de Mirassolândia, no fim do ano passado, não tinha nem o que dar de comer aos filhos Mateus, 12, Antônio, 10, e Claudinéia, 5. “É horrÃvel ver seu filho chorar de fome e não poder fazer nadaâ€, diz Maria, as lágrimas nos olhos. Desde então, a vida tem melhorado. Conseguiu um emprego de faxineira, com salário de R$ 400 mensais, que se somaram aos R$ 164 que recebe do Bolsa FamÃlia, e passou a ganhar cesta básica de uma senhora de Onda Verde. Os dias de fome acabaram. Mas a pobreza persiste. Como Maria, a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social estima, com base no Censo 2010 do IBGE, que haja 13,6 mil famÃlias, ou 52 mil pessoas, em situação de extrema pobreza em 15 municÃpios da região de Rio Preto. Gente que ultrapassou a linha da miséria (R$ 70 mensais per capita), mas persiste em severas condições de carência. Agora, a secretaria vai mapear o perfil completo dessas famÃlias. O objetivo é incluÃ-las em programas de transferência de renda, como o Renda Cidadã e o Bolsa FamÃlia, e também em outras demandas, como falta de casa própria, acesso ao saneamento básico, creche, emprego e posto de saúde. Para definir a pobreza extrema, a secretaria não se baseia apenas na renda, mas também em outros critérios, como acesso à s redes de água e esgoto, caracterÃsticas da habitação e perfil do emprego, previstos no Ãndice de Pobreza Multidimensional (IPM), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Desde a última semana, técnicos da Secretaria de Desenvolvimento Social estão em Bady Bassitt para capacitar funcionários de 15 municÃpios do Noroeste paulista a respeito do IPM e também do questionário que será aplicado nas famÃlias, disponÃvel em programa via smartphone. A partir desta semana, após o Carnaval, começa o trabalho de campo. Os 15 municÃpios foram selecionados por ter melhor estrutura para desenvolver o programa: Adolfo, Bady Bassitt, Guapiaçu, Ibirá, Mendonça, Mirassolândia, Novo Horizonte, Onda Verde, Potirendaba, Santa Adélia, Tanabi, União Paulista, Zacarias, Marapoana e Itajobi. O levantamento será concluÃdo até o próximo mês. Macaúbas pede socorro A pobreza impera nas ruas de Macaúbas, distrito de Mirassolândia com cerca de mil habitantes. Poucas casas têm reboco nas paredes, e a maioria delas é muito pequena. Como não há rede de esgoto, os moradores improvisam fossas sépticas e despejam a água suja das pias e do banho pelo quintal, espalhando o mau cheiro. Maria de Fátima de Aquino, 56 anos, vive há quatro anos no distrito com a filha Suzana Aparecida dos Santos, 19. Antes, morava com a mãe em Rio Preto, e sobrevivia com a aposentadoria dela. Mas, com a morte da idosa, a vida piorou, e vieram os dias de fome. “Foi muita necessidadeâ€, resume Maria. Sem ter onde morar, mãe e filha acabaram alojadas em um casebre do distrito, cedido pela prefeitura. Logo em seguida, conseguiu vaga em uma frente de trabalho do municÃpio, com salário mensal de R$ 380, e passou a receber cesta básica de grupos católicos de Mirassolândia. Mas Maria anda preocupada. Em abril acabam as frentes da prefeitura, e ela ficará sem emprego e sem renda. “Não sei o que fazerâ€, diz. A prefeita de Mirassolândia, Terezinha Rodrigues Lima, estima que metade dos moradores de Macaúbas seja pobre. Segundo ela, muitos moradores são atraÃdos para o distrito porque lá não pagam água nem IPTU. Ela diz que há anos tenta recursos para implantar sistema de esgoto no local, sem sucesso. “Não há indústria e somos um municÃpio pequeno, por isso não temos renda própriaâ€, reclama. Ela espera que o programa São Paulo Solidário melhore a situação dos moradores do distrito. “Pelo menos diminui a carência do pessoal.†(Allan de Abreu - Diário da Região)