Votuporanga
+15° C

Máx.: +17°

Mín.: +

Ter, 29.06.2021
GD Virtual - Sites e Sistemas Inteligentes
ÚLTIMAS NOTÍCIAS
Publicidade

Governo mapeia a pobreza na região e Tanabi está na lista

Governo mapeia a pobreza na região e Tanabi está na lista

Publicado em: 13 de fevereiro de 2013 às 10:16

Quando a baiana Maria do Carmo Reis, 38 anos, chegou a Macaúbas, distrito de Mirassolândia, no fim do ano passado, não tinha nem o que dar de comer aos filhos Mateus, 12, Antônio, 10, e Claudinéia, 5. “É horrível ver seu filho chorar de fome e não poder fazer nada”, diz Maria, as lágrimas nos olhos. Desde então, a vida tem melhorado. Conseguiu um emprego de faxineira, com salário de R$ 400 mensais, que se somaram aos R$ 164 que recebe do Bolsa Família, e passou a ganhar cesta básica de uma senhora de Onda Verde. Os dias de fome acabaram. Mas a pobreza persiste. Como Maria, a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social estima, com base no Censo 2010 do IBGE, que haja 13,6 mil famílias, ou 52 mil pessoas, em situação de extrema pobreza em 15 municípios da região de Rio Preto. Gente que ultrapassou a linha da miséria (R$ 70 mensais per capita), mas persiste em severas condições de carência. Agora, a secretaria vai mapear o perfil completo dessas famílias. O objetivo é incluí-las em programas de transferência de renda, como o Renda Cidadã e o Bolsa Família, e também em outras demandas, como falta de casa própria, acesso ao saneamento básico, creche, emprego e posto de saúde. Para definir a pobreza extrema, a secretaria não se baseia apenas na renda, mas também em outros critérios, como acesso às redes de água e esgoto, características da habitação e perfil do emprego, previstos no Índice de Pobreza Multidimensional (IPM), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Desde a última semana, técnicos da Secretaria de Desenvolvimento Social estão em Bady Bassitt para capacitar funcionários de 15 municípios do Noroeste paulista a respeito do IPM e também do questionário que será aplicado nas famílias, disponível em programa via smartphone. A partir desta semana, após o Carnaval, começa o trabalho de campo. Os 15 municípios foram selecionados por ter melhor estrutura para desenvolver o programa: Adolfo, Bady Bassitt, Guapiaçu, Ibirá, Mendonça, Mirassolândia, Novo Horizonte, Onda Verde, Potirendaba, Santa Adélia, Tanabi, União Paulista, Zacarias, Marapoana e Itajobi. O levantamento será concluído até o próximo mês. Macaúbas pede socorro A pobreza impera nas ruas de Macaúbas, distrito de Mirassolândia com cerca de mil habitantes. Poucas casas têm reboco nas paredes, e a maioria delas é muito pequena. Como não há rede de esgoto, os moradores improvisam fossas sépticas e despejam a água suja das pias e do banho pelo quintal, espalhando o mau cheiro. Maria de Fátima de Aquino, 56 anos, vive há quatro anos no distrito com a filha Suzana Aparecida dos Santos, 19. Antes, morava com a mãe em Rio Preto, e sobrevivia com a aposentadoria dela. Mas, com a morte da idosa, a vida piorou, e vieram os dias de fome. “Foi muita necessidade”, resume Maria. Sem ter onde morar, mãe e filha acabaram alojadas em um casebre do distrito, cedido pela prefeitura. Logo em seguida, conseguiu vaga em uma frente de trabalho do município, com salário mensal de R$ 380, e passou a receber cesta básica de grupos católicos de Mirassolândia. Mas Maria anda preocupada. Em abril acabam as frentes da prefeitura, e ela ficará sem emprego e sem renda. “Não sei o que fazer”, diz. A prefeita de Mirassolândia, Terezinha Rodrigues Lima, estima que metade dos moradores de Macaúbas seja pobre. Segundo ela, muitos moradores são atraídos para o distrito porque lá não pagam água nem IPTU. Ela diz que há anos tenta recursos para implantar sistema de esgoto no local, sem sucesso. “Não há indústria e somos um município pequeno, por isso não temos renda própria”, reclama. Ela espera que o programa São Paulo Solidário melhore a situação dos moradores do distrito. “Pelo menos diminui a carência do pessoal.” (Allan de Abreu - Diário da Região)
Publicidade