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Mônica completa 50 anos e continua encantando crianças e adultos

Mônica completa 50 anos e continua encantando crianças e adultos

Publicado em: 03 de fevereiro de 2013 às 18:33

Gorducha, baixinha e cinquentinha, ou dentuça, bobona e cinquentona? Se a pequena do vestido vermelho estivesse por perto, na certa quem inventou esse dilema levaria uma baita coelhada. É mantendo sua personalidade forte como principal característica que Mônica, a rainha dos quadrinhos brasileiros, chega aos 50 anos em 2013. Uma personagem que atravessa várias gerações e que, curiosamente, estreou nas tiras do Cebolinha nos jornais, em março de 1963, como coadjuvante.

Com seu carisma peculiar, a personagem “enfezadinha” de Mauricio de Sousa foi crescendo e ganhando fãs. Sete anos depois de sua estreia, a dentuça já era “a dona da rua” no bairro fictício do Limoeiro, com o lançamento da primeira revista da “Turma da Mônica”, pela editora Abril.“Sabia que precisava de personagens femininas na turminha e criei a Mônica baseado na minha filha número 2. O personagem caiu no gosto dos leitores e ali começou seu reinado”, diz Mauricio, em entrevista ao Diário.

Seus primeiros primeiros personagens foram o Franjinha e o Bidu. A primeira tira com a dupla foi em 1959 na Folha da Manhã (atual Folha de São Paulo). “Sempre quis desenhar. Desde pequeno quando aprendi a ler com os gibis.”Manter uma personagem como a Mônica, que está na memória afetiva de tanta gente, traz responsabilidade, segundo Mauricio. “E por não deixar de sempre estar inovando e em contato direto com nosso público é que conseguimos passar por várias gerações de leitores nesses mais de 50 anos de trabalho”, observa. Sobre o sucesso, ele acrescenta: “O sucesso não se programa. Ele acontece. Sempre me inspirei em alguém real, em minhas memórias da infância. E creio que é isso que faz nossos personagens tão carismáticos”.

Um dos principais especialistas de quadrinhos no Brasil, o jornalista Sidney Gusman, responsável pelo planejamento editorial da Mauricio de Sousa Produções, avalia que o quadrinista teve uma grande sacada “ao dar corda” à menina de vestido vermelho em suas tiras. “Um dos diferenciais da Mônica é que se você parar para pensar nos principais personagens de cada País, raríssimas vezes vai achar uma mulher. E a Mônica é a primeira dama do quadrinho nacional com sete anos. A importância dela é tamanha que virou a ‘Turma da Mônica’, e ela tem três títulos absurdamente importantes: é a única personagem do mundo que é embaixadora da Unicef (um cargo que só existe para pessoas físicas), embaixadora do Turismo no Brasil e embaixadora da Cultura brasileira.

Acho que isso dá a exata dimensão do quanto a Mônica e o trabalho do Maurício falam às famílias.” Gusman também é editor do site Universo HQ e escreveu o livro “Mauricio Quadrinho a Quadrinho”, que traz os artistas e os quadrinhos que influenciaram Mauricio de Sousa e o caminho percorrido pelo quadrinista até o sucesso. “Sempre falei para o Mauricio que a ‘Turma da Mônica’ é cultura pop, ela passa de geração para geração. É como aquele negócio do pai falar assim ‘eu cresci com essa aqui, nessa aqui eu confio’”, diz.

De geração para geração

Entre as gerações que cresceram lendo as histórias da Mônica está a das primas Poliana Gomes Lopes, tradutora, e Sílvia Gomes de Oliveira, professora de inglês, ambas com 46 anos. Elas transmitiram o gosto pela leitura dos quadrinhos da turma do bairro do Limoeiro aos filhos.
Aos 14, Hélène, filha de Sílvia, compartilha seus gibis com o primo Theo, 10, filho de Poliana. “As histórias mantêm a inocência da criança e conseguem transmitir uma filosofia de vida por meio dos personagens - como a importância da amizade, do contato com a natureza”, afirma a tradutora.

Poliana morou em um sítio na infância e encontra semelhanças entre a criança que um dia foi e a principal personagem de Mauricio de Sousa. “Eu também era líder entre os meninos, gostava de coordenar as brincadeiras. Mas não batia em ninguém”, brinca, Sílvia fala da sua admiração pelo criador da Mônica. “Sou muito fã do Mauricio de Sousa, porque ele fez uma coisa muito legal: criou personagens que são mais queridos pelas crianças brasileiras do que os do Walt Disney”, observa.

A filha Hélène agora coleciona as revistas da “Turma da Mônica Jovem”, quadrinhos em estilo mangá lançados em 2008, de olho no crescimento da faixa etária dos leitores. “Tenho ótimas lembranças da infância com os gibis da Mônica, inclusive tive um coelhinho igual ao da personagem”, diz a adolescente.

Sidney Gusman tenta achar uma explicação para tanto sucesso. “O Mauricio fala uma coisa que é certa: os personagens ‘se’ escrevem, e foi exatamente o que aconteceu com a Mônica. Ela começou a ganhar espaço, e o Mauricio, atento que é, foi dando corda para ver até onde a Mônica ia. E aí a menina começou a ser mais querida, receber cartas em jornais, até que se tornou essa celebridade dos quadrinhos.”

(Graziela Delalibera - Diário da Região)

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