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Pesquisadores americanos descobrem novo tratamento para vasos sanguíneos

Pesquisadores americanos descobrem novo tratamento para vasos sanguíneos

Publicado em: 06 de fevereiro de 2013 às 06:47

Tornar vasos sanguíneos frágeis em vasos mais resistentes é a promessa de um novo estudo recentemente apresentado em publicação científica. A pesquisa liderada por Panos Anastasiadis e Arie Horowitz, da Clínica Mayo, e financiada pelo Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, descobriu que duas moléculas afetam, em algum ponto, uma proteína-chave, a Syx, para regular a permeabilidade dos vasos sanguíneos: a VEGF e a angiopoietina-1 (Ang1).

A boa notícia é que, a partir desta descoberta, novos medicamentos poderão ser desenvolvidos para reforçar a permeabilidade dos vasos, ou seja, torná-los mais fortes e, assim, evitar doenças cardíacas, pulmonares, até cânceres, entre outras.

O estudo, que foi publicado pelo Journal of Cell Biology e contou com a participação de pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, da Escola de Medicina Dartmouth e da Universidade Case Western Reserve, descobriu que a proteína Syx, capaz de fortalecer o vaso, sofre ação da proteína VEGF (sigla em inglês para fator de crescimento vascular endotelial), responsável pelo afrouxamento das células revestidoras dos vasos.

Eles então sofrem um escapamento de sangue, que pode levar à metástase, no caso de câncer, ou ainda a infarto, embolia pulmonar, entre outros problemas decorrentes deste enfraquecimento.

Contra o câncer

Para melhor entender o que acontece com os vasos fragilizados, o hematologista Flavio Naoum, de Rio Preto, coautor do livro “Câncer: por que eu?”, recém-publicado pela Editora All Print, com lançamento previsto para o próximo dia 19, explica que, para se manter vivo, o tumor maligno, em geral, é envolvido por uma rede de vasos sanguíneos recém-formados que o nutrem. Desta forma, se o crescimento do tumor não é controlado, algumas células se “desprendem” do mesmo e utilizam esses vasos sanguíneos para se espalhar pelo corpo, na chamada fase de metástase.

“O ‘afrouxamento’ das células que revestem esses vasos sanguíneos favorece a ramificação dos mesmos em torno do tumor, facilitando sua nutrição e o ‘escape’ de células tumorais para a circulação, além de provocar o acúmulo de líquido na região do tumor, como, por exemplo, no pulmão e no abdome”, diz.

Nutricionista faz alerta

Um importante alerta é feito pela nutricionista Andreia Novaes, de São Paulo, que observa ser possível preservar os vasos sanguíneos com uma alimentação adequada, prática de atividade físicas, e também um elevado consumo de água. Isso serve de alerta para quem faz uso de álcool, gorduras, açúcar e sal. De acordo com a nutricionista, ao se acumular tudo isso no organismo, eles acabam por potencializar o estresse oxidativo, gerando os chamados radicais livres, que são moléculas de oxigênio que se ligam às células saudáveis, causando danos às mesmas.

Andreia explica que esse processo, em casos mais graves, pode causar lesão em órgãos e tecidos. Sem falar que, na parte estética, o estresse oxidativo acelera o aparecimento de flacidez e sinais da idade. “O consumo de alimentos e bebidas com nutrientes de ação antioxidantes, como as vitaminas C, E, A e mais selênio e zinco, que possuem ação antirradicais livres, aliado a atividades físicas, já ajuda a prevenir as lesões nas células, tecidos e órgãos”, diz.

Incor oferece curso

Diante da importância de se entender melhor o funcionamento dos fluxos sanguíneos, a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), em parceria com a regional de Rio Preto e o Instituto do Coração (Incor) Rio Preto vão promover, a partir de hoje (6), o 1º curso de ecocardiograma para o clínico.

Segundo o cardiologista José Fernando Vilela Martin, membro da Socesp, “o objetivo é explicar quais as melhores aplicações, indicações e limitações deste importante exame complementar”. Serão dez aulas ministradas por vários profissionais sobre o ecocardiograma - um exame que dá informações sobre a anatomia ou morfologia do coração. Além disso, o aparelho permite avaliar as medidas e a mobilidade das paredes das diferentes cavidades do coração, as válvulas cardíacas e sua capacidade funcional, o fluxo do sangue e a direção desse fluxo.

Também é capaz de revelar anomalias congênitas ou adquiridas do coração. E ainda analisa o pericárdio (membrana que envolve o órgão), apontando a ocorrência de derrames, caso eles existam. Quem coordena o curso é o cardiologista rio-pretenses Gil Vicente Gallinari De Stefano, do Departamento Científico do Incor Rio Preto, e o ecocardiografista Luis Carlos da Silveira. Segundo eles, os ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais são as principais causas de morte e invalidez, portanto, é mais do que necessário chamar atenção para a prevenção desses males.

Em busca de mais oxigênio

Em outro estudo, pesquisadores da Universidade de Western Ontário, no Canadá, também identificaram uma fórmula que visa a estimular a formação de novos vasos sanguíneos em tecidos que necessitam de oxigênio. O objetivo é evitar ataques cardíacos, derrame cerebral, entre outras doenças passíveis de afetar a vida de quem sofre riscos provocados por vasos frágeis.

Até já existem tratamentos, como o implante de stent e a revascularização, mas nem sempre esses recursos atendem a todos os necessitados. Daí a razão para o empenho nos últimos anos no desenvolvimento de estratégias biológicas que promovam a regeneração dos vasos sanguíneos do próprio paciente, conforme explicaram Geoffrey Pickering e seu colega Mathew Frontini.

Juntos, eles desenvolveram um fator biológico chamado fator de crescimento de fibroblastos 9 (FGF9), aplicado ao mesmo tempo em que o corpo faz seu próprio esforço na formação de novos vasos sanguíneos em tecidos vulneráveis ou danificados. Com isso, são ativadas “células de suporte”.

Os novos vasos foram testados em ratos e, ao contrário do que é hoje na chamada “angiogênese terapêutica”, em que, por meio dos procedimentos existentes, novos vasos sanguíneos não duram muito tempo e nem sempre têm a capacidade de controlar o fluxo de sangue para as áreas carentes de oxigênio, no método adotado por Pickering os vasos regenerados não desapareceram e duraram por mais de um ano.

Além disso, foram envoltos por células musculares lisas que lhes deram a capacidade de contrair e relaxar, um processo crítico que garante que a quantidade correta de sangue e oxigênio chegue aos tecidos.



(Cecília Dionísio- Diário da Região)

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