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Prefeitura entroniza três novos nomes no monumento à Revolução de 1932

Cerimônia de homenagem aos soldados votuporanguenses combatentes na Revolução

Publicado em: 10 de julho de 2017 às 19:47

Prefeitura entroniza três novos nomes no monumento à Revolução de 1932
A Prefeitura de Votuporanga realizou, no último domingo (9/7), uma cerimônia de homenagem aos soldados votuporanguenses combatentes na Revolução Constitucionalista de 1932. Repleta de honras, a solenidade foi realizada na Praça Nozomu Abê, localizada no bairro Cecap II, e contou com a participação da população, de autoridades e de familiares dos soldados homenageados.

A tropa do Tiro de Guerra e as crianças do projeto Soldado Mirim também marcaram presença, com a apresentação de um desfile cívico e a entoação dos hinos Nacional e de Votuporanga.Durante a cerimônia, as reverências e reconhecimentos se estenderam a três novos nomes, descobertos por meio de pesquisas realizadas pela Prefeitura, que foram entronizados no obelisco da Praça Nove de Julho: Affonso Sardemberg Van Haute, Alberto Teixeira Soares e João Carlos Botelho de Miranda.

A história de cada um deles foi narrada durante a cerimônia por Flávio Ribeiro Do Val Marques, sobrinho-neto do Capitão Almeida, que sempre se dedicou aos estudos da história do movimento. A pesquisa também contou com o apoio do votuporanguense Jorge Xavier e dos familiares dos combatentes.Inaugurado em 2010, pelo então prefeito Junior Marão, o obelisco já homenageava Alfredo R. Simões, Anibal Martins, Aziz José Abdo, Felicio Gorayeb, Felipe Munhos, Hernani de Mattos Nabuco, Judith Freitas S. Saltini, Leônidas Pereira de Almeida, Luiz Saltini, Ofélia Catelli Jabur, Narciso Pelegrini, Olívio Araújo e Nelciades de Oliveira, cujos nomes estão inscritos numa placa, entronizada pelo ex-prefeito Luiz Garcia De Haro, em 9 de julho de 1976.

Sobre os novos nomes homenageados

Affonso Sardemberg Van Haute

Nascido no dia 30 de setembro de 1912, na cidade de São Paulo (SP), Affonso Sardemberg Van Haute cresceu no bairro da Lapa e trabalhou na Estrada de Ferro Santos-Jundiaí. Em junho de 1932, aos 19 anos, alistou-se como voluntário no Batalhão Rio Grande do Norte da Revolução Constitucionalista, no qual permaneceu até o final do combate, no dia 2 de outubro daquele mesmo ano.

Na capital do Estado, Affonso casou-se com Luiza Gallozzi, com quem teve três filhos: Maria Clotilde, Marilia e Marcelo. Depois de casado, mudou-se para o bairro paulistano de Pirituba e, em 1947, veio para Votuporanga, trazido pelo cunhado, o Capitão Leônidas Pereira de Almeida, que aqui residia desde 1945.

Em Votuporanga, Affonso foi comerciante e, posteriormente, gerente da Caixa Econômica do Estado de São Paulo. Faleceu em 5 de maio de 1991, aos 78 anos de idade, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), para onde transferiu-se para um tratamento de saúde.

Alberto Teixeira Soares

Natural da cidade do Rio de Janeiro (RJ), Alberto Teixeira Soares nasceu em 23 de abril de 1893. Por ter ficado órfão muito cedo, foi criado pelos padrinhos de origem lusitana, que o levaram para morar em Portugal.

De volta ao Brasil, formou-se contador e trabalhou em São Paulo, na fabricante multinacional de pneus Goodyear. Viúvo e pai de sete filhos, Alberto casou-se pela segunda vez, em dezembro de 1931, com Maria Feliciana de Almeida Soares.

Aos 39 anos e pouco mais de seis meses depois de seu segundo casamento, Alberto alistou-se, ao lado de seu filho mais velho, Roberto Teixeira Soares, como voluntário no Batalhão Rio Grande do Norte da Revolução Constitucionalista. Juntos, pai e filho lutaram na Frente de Eleutério, na cidade de Itapira (SP).

Em 1948, Alberto mudou-se para Votuporanga, trazido pelo cunhado, o Capitão Leônidas Pereira de Almeida, irmão de sua segunda esposa. Na cidade, seguiu com a carreira de contador e, por muitos anos, manteve escritório de contabilidade. Ao lado de Maria Feliciana, participou da criação e fundação do Centro Espírita “Emmanuel” e da Creche “Irmã Elvira”, e, já idoso, criou a menina Elizabete dos Reis Pereira.

Alberto faleceu em 25 de fevereiro de 1969, aos 75 anos, enquanto descansava na varanda de sua residência, em Votuporanga.

João Carlos Botelho de Miranda

Nascido no munícipio de Jaú (SP), cidade-berço de algumas das reuniões que definiram os passos seguidos pelos soldados constitucionalistas, João Carlos Botelho de Miranda formou-se médico e lutou nas trincheiras da Revolução de 1932.

Casou-se com Apparecida Lopes Miranda, em 21 de dezembro do ano de 1943, e mudou-se para a pequena Vila Monteiro, atual município de Álvares Florence (SP), onde atuou como o primeiro médico da localidade. Em 1954, transferiu-se definitivamente para Votuporanga. De seu casamento, nasceu seu único filho, João Alfredo Leite Miranda Botelho.

Em 1975, teve uma rua de Votuporanga batizada com seu nome, no Jardim São Judas Tadeu, como forma de reconhecimento de seus esforços.

Sobre o Dia da Revolução Constitucionalista

O Estado de São Paulo comemora o Dia da Revolução Constitucionalista em referência ao movimento armado da população paulista que veio à tona no dia 9 de julho de 1932, sob o comando dos generais Bertolo Klinger e Isidoro Dias.

Os paulistas reivindicavam a destituição do governo provisório de Getúlio Vargas, a realização de novas eleições presidenciais e a promulgação de uma nova constituição para o país.

A batalha teve seu desfecho no dia 2 de outubro de 1932, quando o exército de São Paulo foi vencido pelas tropas do governo de Vargas. No entanto, apesar de ter sido derrotada no campo de batalha, a Revolução atingiu seus objetivos políticos.

O conflito armado fortaleceu a luta por uma nova constituição, que, por conta da pressão popular, acabou sendo promulgada por Vargas em 1934.



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