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Fonoaudiologia na Síndrome de Down

A profissional Ana Paula Segura Fernandes fala da importância

Publicado em: 23 de março de 2022 às 07:39

É sobre respeito e paciência. Ficando atento aos cuidados com a saúde, os portadores de Síndrome de Down podem ter uma ótima qualidade de vida. Com a intervenção precoce, eles podem se desenvolver bem, cada um no seu ritmo, como qualquer indivíduo.

E a fonoaudiologia pode auxiliar neste processo, aprimorando habilidades como se alimentar, falar, ler, escrever e, consequentemente, desenvolver a capacidade de compreensão. Com a terapia adequada, os pacientes se preparam melhor para ter mais autonomia e se integrar cada vez mais à sociedade.

Para marcar o Dia Internacional da Síndrome de Down, celebrado nesta segunda-feira (21/3), conversamos com a fonoaudióloga do SanSaúde, Ana Paula Segura Fernandes.

Importância da fonoaudiologia

Ana Paula explicou que as crianças portadoras de Síndrome de Down possuem algumas características específicas, que se desenvolvem melhor com o auxílio de um profissional fonoaudiólogo. “Elas apresentam vários graus de atrasos cognitivos, de muito leve a grave. Mas, a cada dia que passa, estão mais integradas à sociedade, estudando e se relacionando com as pessoas. Tudo isso se deve a avanços da medicina e trabalhos importantes como a terapia fonoaudiológica”, disse.

Quando começar?

A profissional frisou que a ação da fonoaudiologia na Síndrome de Down tem início desde bebê. “É um trabalho amplo que começa desde a preparação da musculatura para o desenvolvimento da fala em si. Isso é necessário porque, graças à hipotonia muscular, podemos dizer que, os pequenos com Down são “molinhos”, daí pode surgir uma série de dificuldades articulatórias que comprometem a fala”, afirmou.

Ana Paula ressaltou a necessidade de observar a habilidade de deglutição (sugar, mastigar e engolir) da criança. “A amamentação pode ser difícil, mas é importante que a mãe insista, se possível, pois o ato de sugar o leite é importantíssimo para o fortalecimento da musculatura necessária para a fala”, complementou.

Acompanhamento

Esse acompanhamento deve ser semanal. “Dependendo da avaliação, o paciente necessitará de, no mínimo, duas vezes por semana de atendimento”, disse.

Benefícios

Com o acompanhamento adequado em cada fase do crescimento da criança, o especialista poderá ajudar a desenvolver melhor a fala, através de exercícios e do direcionamento da alimentação e ferramentas que fortaleçam a musculatura. “Além disso, contribuirá no desenvolvimento cognitivo e de linguagem, por meio de orientação”, explicou.

Já em idade escolar, o profissional poderá colaborar com a Leitura e Escrita, que são fatores importantes da linguagem e do aprendizado.“Para cada paciente e etapa, são necessárias ações diferenciadas. Muitas vezes, o acompanhamento é realizado por anos. Esse contato próximo com a família é importante para que ambos possam se sentir confiantes, garantindo os resultados”, enfatizou.

Contribuição dos pais

Ana Paula frisou que aqueles que mais influenciam o desenvolvimento dos bebês são seus familiares. “A qualidade do cuidado, amor e atenção oferecidos no lar criam as primeiras oportunidades de aprendizagem e crescimento. Os bebês e pequenos com síndrome de Down, como todos os demais, se beneficiam do ambiente amoroso e seguro, onde brincam, conversam e são valorizados como membros da família. Todas as crianças prosperam em famílias que encorajam seus filhos a tornarem-se independentes e se comportarem de maneira social aceitável desde a infância. Elas crescem em grupos que elogiam e valorizam as conquistas e se importam uns com os outros, apoiando mutuamente”, complementou.

Ela contou que, no passado, famílias eram aconselhadas a matricular seus bebês com síndrome de Down em instituições, fato que ainda ocorre em alguns países. “Pesquisas têm mostrado que crianças com síndrome de Down que crescem entre seus familiares progridem mais rápido e conseguem mais resultados que as que estão em instituições. Portadores têm sido consideravelmente beneficiados pela inclusão em escolas. Suas habilidades na linguagem falada e na alfabetização são 2-3 anos à frente”, destacou.

Avanços

Ana Paula enfatizou que, em cada fase, as necessidades são diferentes e o fonoaudiólogo está preparado para colaborar e desenvolver os melhores planos de ação para cada uma dessas etapas.



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