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Professora é acusada de agredir crianças em Ilha Solteira

Violência teria sido gravada por outra educadora de creche

Publicado em: 23 de julho de 2016 às 12:07

Professora é acusada de agredir crianças em Ilha Solteira
Pais estão acusando uma funcionária municipal de agredir crianças, todas na faixa dos três anos, na creche Sorriso de Criança, mantida pela Prefeitura de Ilha Solteira. As agressões foram gravadas em vídeos, já entregues para a Polícia Civil e o Ministério Público.

As agressões foram gravadas por uma educadora da creche, que não quer ter o nome divulgado. Ela teria decidido fazer as imagens, depois de ver uma outra funcionária agredir sistematicamente as crianças.

Os vídeos teriam sido gravados em março. Mas só agora o caso vem à tona, depois que a funcionária decidiu entregar os vídeos para o Ministério Público, a Polícia Civil e Secretaria Municipal de Educação.

Nos vídeos, de acordo com um dos pais ouvidos pela ilhadenoticias.com, a agressora aparece “jogando a criança grosseiramente em um colchão” e “chutando ela com o pé”. “O vídeo mostra que ele estava deitado, sem dizer uma palavra. Se quer se mexeu. E ela pegou ela quase dormindo pela perna e jogou em outro colchão grosseiramente e o chutou, para arrumar da forma que ela queria que ele ficasse”, disse a mãe da criança agredida.

Pais relatam, também, que a funcionária deixava as crianças sem água, dava pancada nas cabeças e até ameaçava “cortar o pênis” durante o banho.

“Eram agressões físicas e psicológicas. Um dia, no parquinho, ele pediu para tomar água e ela o colocou de castigo, sentado no chão, e levou a sala toda para beber água várias vezes. Para o meu filho ela dizia ‘menos você, porque está enchendo o saco’. Nos banhos, ela ameaçava cortar o pênis dele, se ele não ficasse quieto”, afirmou a mãe.

A mãe disse que sempre teve dúvidas, até porque o filho relatou diversas vezes que “a tia bateu, puxou o cabelo, puxou ele pela roupa, apertou o braço e chacoalhou”.

Ela afirma que chegou a questionar a funcionária, mas ela dizia que acabava apertando “quando precisava separar as crianças que brigavam”. “Sempre me diziam que era outra criança (que bateu). E quando eu perguntava, ele ficava acuado e dizia que se machucou. Sempre dei liberdade para colocarem de castigo, caso necessário. Mas não ao ponto de agredir. Eu estou inconformada”, disse a mãe.


Cobrança - O casal Gabriel e Monique, pais de uma das crianças que teria sido agredida na creche, disse que só ficaram sabendo do caso nesta quinta-feira (21), depois que os vídeos foram mostrados para alguns pais. “Descobrimos porque a mãe de uma das crianças que aparece sendo agredida viu o vídeo. Aí ela entrou em contato com outros pais, para discutirmos o que fazer”, explicou Monique.

Monique disse que conversou com outros pais na porta da creche na manhã desta sexta-feira (22) e decidiram conversar com a diretora da unidade, para cobrar porque nenhum pai foi avisado das agressões. “Ela disse que em março recebeu reclamações da funcionária. Que a chamou para conversar. Mas o caso só andou mesmo porque a educadora gravou o vídeo e não avisou ninguém. Ela foi muito corajosa. Todo mundo via e ninguém fazia nada”, disse Monique.


Secretaria de Educação informa que funcionária foi afastada e que haverá reunião com pais


A Secretaria de Educação informou que a situação só foi oficializada no dia 6 de julho, quando o vídeo com as agressões foi mostrado para a direção do órgão. Desde então, documentos e relatórios sobre o caso foram encaminhados para o Jurídico da Prefeitura, que analisa o que fazer (abertura de sindicância ou não). A funcionária, que é concursada, também foi afastada da creche e hoje ocupa cargo administrativo na secretaria.

“A gravidade dessa denúncia só foi apresentada no dia 6. Antes, não tínhamos conhecimento disso. Houve reclamação de que ela (a funcionária) falava alto e outras e outras situações. Mas essa situação só foi apresentada no dia 6. E o prefeito foi comunicado e todas as providências foram tomadas, como a documentação do caso e encaminhar para o setor responsável e o afastamento da funcionária da escola”, informou a Secretaria da Educação.

O órgão afirmou que os pais serão chamados para uma reunião a partir de segunda-feira (25), quando a secretária de Educação, Nathália Regina Gaspareli Herreiro, retorna das férias.

A secretaria também negou qualquer tipo de proteção a funcionária acusada, afirmando que qualquer denúncia apresentada até hoje, foi apurada.

O órgão também afirmou que a funcionária que gravou os vídeos e fez a denúncia, não está sofrendo qualquer tipo de represália. “Ela está extremamente bem atendida. Não há represália nem por parte de funcionário e nem da Secretaria”, afirmou a Secretaria de Educação.





(Ilhadenoticias)



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