Morpho melenaus_Foto Laura Braga
Pesquisa - Prepona claudina annetta (soltura)
Pseudascada acilla acilla_Foto Laura Braga
A bióloga conta que a obra é uma jornada pela pesquisa em si, explicando os métodos utilizados no Legado das Águas, além de ser uma aula, leve e colorida, sobre esses animais. A publicação inclui destaques como as admiradas borboletas azuis, representadas pelo gêneroMorpho, as chamadas “corujas”, representadas pelo gêneroCaligo– que chamam a atenção por serem grandes e terem um desenho nas asas que lembram olhos dessa ave, além das enigmáticas borboletas de asas transparentes. O livro também mostra passo a passo das fases de vida das espécies, diferenças entre borboletas e mariposas e como elas evoluíram para enganar e se defender de predadores.
“Para o público geral, o livro está recheado de curiosidades, que enriquecem o repertório intelectual e o conhecimento sobre a natureza. Já para profissionais das áreas de biologia e observadores de borboletas, a publicação funciona como um guia de campo, além de compreender um material didático e de divulgação científica. Inclusive, pode ser utilizado por educadores em sala de aula”, acrescenta a doutora.
Durante a pesquisa no Legado das Águas, a Dra. Laura Braga foi responsável por importantes registros para a conservação dessas espécies na Mata Atlântica, como as borboletasPrepona deiphile deiphile(Godart, [1824]) (Nymphalidae), que não era vista há 60 anos no Estado de São Paulo,Godartiana byses(Godart, [1824]) (Nymphalidae), que foi o primeiro registro no Estado, e aArgyrogrammana caesarion Lathy, 1958 (Riodinidae) – espécie rara, que só é encontrada na Mata Atlântica.
“É surpreendente a diversidade de espécies abrigadas pelo Legado das Águas, desde as mais comuns, até as mais raras e ameaçadas de extinção. Isso prova a importância de áreas naturais bem preservadas para conservação das borboletas. Por esse motivo, o livro “Borboletas do Legado das Águas” pode ser utilizado em diferentes regiões do país, pois muitas espécies possuem ampla distribuição, ou seja, podem ser encontradas em diferentes biomas do nosso país”, reforça a bióloga.
Pyrgus oileus_Foto Laura Braga
Pesquisadora Dra. Laura Braga
Myscelia orsis_Foto Laura Braga
Conhecimento compartilhado
De acordo com Daniela Gerdenits, gerente do Legado das Águas, o livro integra as ações da Reserva para ampliar o conhecimento sobre a biodiversidade da Mata Atlântica, de forma que contribua com a conservação do bioma. “As pesquisas científicas realizadas no Legado das Águas têm dois grandes objetivos: transformar o conhecimento em negócio de impacto positivo e que gere receita para manter a floresta em pé e, ao mesmo tempo, contribuir com a conservação do bioma. Com a parceria com a Dra. Laura Braga, conseguimos avançar nessas duas frentes. A pesquisa já serviu de base para um curso realizado na Reserva no início desse ano, por meio do nosso Programa de Turismo Científico, e agora compartilhamos todo esse conhecimento adquirido nessa publicação”, explica Daniela.
A gerente reforça o papel da obra na ampliação do conhecimento sobre as espécies com o público geral. “É comum ver borboletas e mariposas serem representadas em diversas culturas no mundo como seres mágicos e místicos, ou como um símbolo de beleza e delicadeza. Mas, a popularidade desses animais baixa quando se trata da representação real da sua importância para o equilíbrio do ecossistema. Ampliar o conhecimento sobre esses insetos é urgente. As populações desses animais estão desaparecendo em uma velocidade assustadora, causada principalmente pela diminuição de áreas naturais conservadas. A existência deles impacta diretamente a nossa, principalmente na produção de alimento, considerando que muitas espécies são polinizadoras. Sem contar nos demais papéis ecológicos que eles desempenham para a saúde do meio ambiente. O conhecimento é a ferramenta mais poderosa de conservação. Desejamos que esse livro seja muito utilizado por todos os públicos”, finaliza.
Sobre o Legado das Águas – Reserva Votorantim
O Legado das Águas é a maior reserva privada de Mata Atlântica do Brasil. Área de 31 mil hectares divididos entre os municípios de Juquiá, Miracatu e Tapiraí, no Vale do Ribeira, interior do estado de São Paulo, que alia a proteção da floresta e o desenvolvimento de pesquisas científicas a atividades da nova economia, como a produção de plantas nativas e o ecoturismo. Foi fundado em 2012 pelas empresas CBA – Companhia Brasileira de Alumínio, Nexa, Votorantim Cimentos e Votorantim Energia. É administrado pela Reservas Votorantim LTDA. e mantido pela Votorantim S.A, que também em 2012, firmou um protocolo com o Governo do Estado de São Paulo para viabilizar a criação da Reserva e garantir a sua proteção. Mais do que um escudo natural para o recurso hídrico, o Legado das Águas trata-se de um território raro e em estágio avançado de conservação, com a missão de estabelecer um novo modelo de área protegida privada, cujas atividades geram benefícios sociais, ambientais e econômicos de maneira sustentável. Saiba mais emhttps://www.legadodasaguas.com.br
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