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Mulherada desce do tamanco e comanda prefeituras na região de Votuporanga e Jales

Mulherada desce do tamanco e comanda prefeituras na região de Votuporanga e Jales

Publicado em: 10 de outubro de 2012 às 10:12

A partir de janeiro, a região de Rio Preto terá 18 prefeitas mulheres, três delas reeleitas. É, com folga, a maior representação feminina nas prefeituras do Noroeste paulista em 12 anos. Em 2000, apenas duas candidatas mulheres foram eleitas: Rose Coltri (PTB), em Palmares Paulista, e Vilma Caineli (PSDB), em Meridiano. No pleito de 2004, a representação feminina nas prefeituras subiu para oito, e no de 2008, para dez. Domingo, as 18 eleitas receberam 77.328 votos no total. Esses números podem crescer, já que em Guapiaçu Maria Ivanete Vetorasso (PSDB) teve mais votos do que o rival, mas sua candidatura segue impugnada pela Justiça. Das que venceram nas urnas no domingo, duas estarão no comando de cidades importantes da região: Ana Bim (PSD), em Fernandópolis, e Nice Mistilides (PTB), em Jales. Depois de duas disputas para a prefeitura em que foi derrotada, Nice foi eleita com 13.153 votos no último domingo. “Fui perseverante, e acabei vencendo a disputa. Minha eleição só comprova a importância crescente da mulher na política”, afirma. Enfermeira, Nice nunca ocupou cargo eletivo. “Minha administração será transparente, voltada aos interesses da população.”Outras três mulheres já comandavam prefeituras no Noroeste paulista, e foram reeleitas para uma nova gestão: Gislaine Franzotti (PMDB), em Potirendaba, Nilza Cesare (PRB) em São João das Duas Pontes e Marli Padovezi Teixeira (PPS) em União Paulista. Para o cientista político da Unesp Paulo Cunha, o crescimento da participação feminina na política é reflexo direto da inserção crescente das mulheres no mercado de trabalho. “A mulher, hoje, é voz ativa no debate social, econômico e político, o que sinaliza um amadurecimento da democracia no País”, diz. Um marco nesse processo, segundo ele, foi a eleição da então petista Luíza Erundina para a Prefeitura de São Paulo, em 1988. “Trabalhei naquela administração e vi o preconceito contra ela na época. Tanto que a prefeita teve muita dificuldade para governar a cidade”, diz Cunha. Em 1997, a lei 9.504 estabeleceu que, para as candidaturas proporcionais (vereadores e deputados), cada partido ou coligação deve preencher 30% de vagas para um dos sexos e 70% para outro. Desde então, a participação da mulher na política cresceu até a eleição da petista Dilma Rousseff à Presidência da República, em 2010.“Hoje, a eleição de mulheres para cargos públicos é vista com normalidade, diferente de 20, 30 anos atrás”, diz o cientista político. A maior participação das mulheres também se reflete no legislativo. Dos 17 vereadores de Rio Preto eleitos domingo, três são mulheres: Karina Caroline (PRB), Alessandra Trigo (PSDB) e Celi Regina (PT). Em duas eleições consecutivas, a candidata a vereadora Rosângela Sousa (PSL) obteve apenas um 1 voto. Em 2008 e agora, na eleição do último domingo, em uma urna eletrônica de alguma seção eleitoral de Rio Preto, aparecia a foto e nome de Rosângela. “Não sei de quem recebi esse voto. Na eleição passada aconteceu a mesma coisa”, disse. Rosângela afirmou que votou em outro candidato. O mesmo fez sua família e seu namorado, que não ficou contente ao ver o resultado da votação da companheira. “Meu namorado pensa que é algum admirador secreto. Esse voto rendeu até briga”, contou a candidata. Ela afirmou que foi convida por dirigentes do PSL para preencher as vagas destinadas às mulheres na coligação que disputou vaga na Câmara de Rio Preto. “Não fiz campanha. O partido nem fez santinho com o meu nome”, disse Rosângela. Curiosa, ela afirmou que tem vontade de conhecer o autor do voto. “Queria agradecer pessoalmente essa pessoa”, comentou. Rosângela é agente sindical e no trabalho os amigos brincam que ela é “bi-campeã”. “Se você olhar a lista dos vereadores de cabeça para baixo apareço em primeiro lugar”, disse. “Por duas vezes foi a menos votada”, emendou uma colega, enquanto Rosângela conversava com a reportagem. A candidata afirmou que não ficou triste com a votação. “Fiquei surpresa. Não esperava esse voto”, afirmou. Além do PSL, a coligação de Rosângela abrigava ainda os partidos PP, PPL, PMN e PTN. O grupo somou 22.359 votos e elegeu Paulo Pauléra (6.113 votos) e (Gerson Furquim (2.841 votos). O primeiro suplente da coligação é Daniel Caldeira, cacique do PSL. Ele obteve 2.341 votos. Além de Rosângela, a candidata Sandra Aparecida Ávila de Carvalho (PSC) também recebeu apenas um voto. Procurada pela reportagem, a candidata não quis falar sua votação. Mulheres Cinco candidatas aparecem com apenas dois votos na eleição para a Câmara de Rio Preto. O grupo é formado por Maria Cristina e Lene Garcia, ambas do PSC. Companheira de Rosângela no PSL, a candidata Marilene Macedo também obteve dois votos. Completam o grupo Maria Angélica (PV) e Sílvia Chiqueto (PTB). Em 2008, a petebista recebeu apenas um voto. (Diário da Região
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