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Cobras de Votuporanga e Valentim Gentil são estudadas pela Unesp

Cobras de Votuporanga e Valentim Gentil são estudadas pela Unesp

Publicado em: 07 de novembro de 2012 às 17:54

A região de Rio Preto é um verdadeiro ninho de cobras. Peçonhentas ou não, são pelo menos 27 variedades catalogadas, número considerado alto por estudiosos do Ibilce/Unesp. E está se tornando cada vez mais comum topar com um destes bichos assustadores por aí. Isto porque, em fuga das queimadas ou expostas devido aos desmatamentos, elas estão invadindo os espaços urbanos. De sucuri a cascavel, passando por corais falsas e verdadeiras. algumas fogem ao avistar humanos, outras são mais bravas e avançam, principalmente quando se sentem ameaçadas. Segundo a Polícia Ambiental, neste ano foram capturadas 64 cobras na região, sendo 48 jiboias, quatro caiçacas, três sucuris, três cascavéis, quatro corais falsas e duas verdadeiras. Em novembro do ano passado, duas vítimas de picadas de cobra morreram: um aposentado em Zacarias e um cortador de cana em Orindiúva. Em outro caso, em Uchoa, um filhote de jiboia atacou uma jovem em agosto deste ano. Como não é venenosa, não trouxe riscos maiores, mas a mordida provocou ferimento. A cobra, de aproximadamente 30 centímetros, foi solta em uma mata da região. Outra jiboia foi encontrada em outubro na garagem de um motel em Guapiaçu. Apenas no Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox) do Hospital de Base de Rio Preto registraram-se 27 atendimentos devido a serpentes, no primeiro semestre. No mesmo período do ano passado, ocorreram 23 atendimentos. De acordo com a Polícia Ambiental, a migração pode estar relacionada à falta de alimentação e à intervenção do homem no habitat dos animais, com os desmatamentos e as queimadas. O tenente Orival Santana Junior, do Corpo de Bombeiros, diz que o total de ocorrências tem aumentado. “Principalmente em locais próximos onde antes havia matinhas e também devido às queimadas.” O professor Luiz Dino Vizotto, que estuda as variedades de cobra da região, atribui a vários fatores a invasão urbana. Um deles é a falta de espaço nos campos e em regiões de mata. O cultivo restrito a um único tipo de produto agrícola, como a cana-de-açúcar na região, e o uso de agrotóxicos também colaboram. “Os canaviais são redutos de alimentos para esses animais pela grande presença de ratos, mas as queimadas afastam as cobras e mandam para outras áreas, incluindo as cidades.” Outro problema é o descarte indiscriminado de entulhos. “Esses locais juntam ratos, o que atrai as cobras, já que os roedores são alimentos de quase todas as espécies.” Hamilton Pavam Professor Dino Vizotto, da Unesp de Rio Preto: ele catalogou os diferentes tipos de cobras existentes na região Enquanto muitas cobras se contentam com animais de pequeno porte, outras são exageradas. As sucuris, por exemplo, comem galinhas, peixes, felinos e até porcos, capivaras e bezerros. Em novembro de 2011, um agricultor de Valentim Gentil acionou a Polícia Ambiental depois que uma sucuri de cinco metros comeu um carneiro da propriedade. No mês passado, foi capturada em Nova Aliança uma sucuri de quase oito metros, segundo medição dos policiais. A Polícia Ambiental orienta que, ao deparar com uma cobra em casa, quintal ou qualquer outro lugar, o ideal é chamar o Corpo de Bombeiros ou a polícia para realizar a captura. Espécies Entre as espécies encontradas na região de Rio Preto, as que mais frequentam as cidades são a parelheira, a cobra verde e a dormideira, esta última comum em hortas. A mais presente em casos de acidentes com humanos é a caiçaca. “Ela está presente em 90% dos casos. É peçonhenta e a mais perigosa da região,” afirma Vizotto. O restante dos casos é dividido entre a cascavel e a coral, com maior ocorrência da primeira. E cobras não venenosas. Acidentes envolvendo cobras corais são raros, de acordo com Vizotto, já que elas são mansas. Outras são mais agressivas, como a caninana, a boipevaçu e a jararacuçu. Mesmo em casos envolvendo cobras não peçonhentas, é preciso atenção com a mordida. “A boca da cobra tem muitas bactérias, o que pode infeccionar os ferimentos.” Depois da captura, que é feita pelos Bombeiros ou pela Polícia Ambiental, as cobras são devolvidas à natureza. Em todo o País, são encontradas 323 espécies de cobras, sendo 53 delas peçonhentas. Das 27 variedades existentes na região, oito são venenosas. (Bruno Ferroso - Diário da Região)

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