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Duas mortes misteriosas no finalzão de semana na região

Duas mortes misteriosas no finalzão de semana na região

Publicado em: 18 de novembro de 2012 às 11:51

Dois crimes em circunstâncias misteriosas marcaram a noite de sexta para sábado em Rio Preto. Numa delas, um coronel da Aeronáutica morreu baleado. Em outra, uma jovem de apenas 19 anos levou um tiro na cabeça na presença de dois amigos que tinham acabado de assaltar duas farmácias.

O corpo da jovem Stephany Firmino, 19 anos, foi encontrado no início da noite de sexta-feira em casa, no Eldorado. No boletim de ocorrência, a polícia relata uma suposta brincadeira com uma arma de fogo feita pelo primo dela, Jordy Diego Vieira Costa, 18, que teria sido o autor do disparo. Ele vai ser indiciado por homicídio doloso. “Entendi que ele assumiu o risco ao brincar com a arma que havia sido usada em um assalto,” diz o delegado Fernando Campaneli Frey.Segundo a polícia, Jordy e Igor Rodrigo de Arcanjo, 19 anos, teriam acabado de assaltar duas farmácias e foram para a casa de Stephany. No local, brincando com a arma sem o pente de munições e sem saber que havia uma bala engatilhada, Jordy apertou o gatilho e o tiro acertou a cabeça da moça. A família defende outra versão e afirma que o autor foi outra pessoa, foragida. A exemplo da morte da jovem, o assassinato do coronel-aviador aposentado Clóvis Wendeborn Zinezi Rodrigues, 47 anos, da Força Aérea Brasileira (FAB), também está cercado de mistérios que desafiam a polícia. Ele foi encontrado morto com um tiro na testa ontem pela manhã em uma estrada de terra que liga Rio Preto a Guapiaçu. O corpo foi localizado, às 7h, por um homem que passava de bicicleta pela via e chamou a polícia. O delegado Mauro Truzzi Otero descartou a hipótese do assassinato do militar estar ligado com a onda de ataques feita pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) em São Paulo e em algumas cidades do interior, como Araraquara e Leme. “Como ele trabalhava no Rio de Janeiro, pouca gente o conhecia aqui.

O caso foi registrado como homicídio, mas também trabalhamos com a hipótese de latrocínio – roubo seguido de morte”, afirma o delegado. Nenhum objeto, como carteira, relógio ou celular, foi encontrado com Clóvis. Apenas cartões de visitas de diversos estabelecimentos comerciais e uma lista com telefones de alguns familiares estavam no bolso da vítima.

Os familiares de Clóvis não souberam informar se o militar andava armado. Por conter grande quantidade de sangue próximo ao corpo do coronel, a polícia acredita que ele tenha sido assassinado no próprio local onde foi encontrado. Marcas de pneu de carro foram encontradas próximo ao corpo. “Pelo rastro na estrada de terra percebemos que o corpo foi arrastado para a beirada da via. Mas nenhuma bala foi encontrada ”, acrescenta o delegado. Segundo a perícia, a bala que matou o coronel partiu de um revólver calibre 32. Na tarde de ontem policiais civis estiveram no apartamento onde o coronel morava, na rua Voluntários de São Paulo, centro da cidade. “O imóvel estava todo revirado, no entanto a família não soube precisar se algo foi roubado. Encontramos um coldre (porta arma) e cerca de 75 projéteis intactos de revolver calibre 32, mas nenhuma arma”, lembra Otero.

Ainda de acordo com a polícia, câmeras do circuito interno de segurança do prédio mostram que o coronel deixou o apartamento por volta da meia noite e não retornou. “Vamos analisar as imagens das câmeras de todos os andares do prédio para ver se houve alguma movimentação suspeita. Muita gente costumava entrar e sair do apartamento dele. Vizinhos relatam que a movimentação e o barulho no local eram intensos, menos ontem”, afirmou o delegado. ‘Saindo mais do que o normal’ Coronel Clóvis: apartamento muito movimentado, segundo polícia ‘Saindo mais do que o normal’ Segundo a irmã Márlys Wendeborn Zinezi Rodrigues dos Reis, 38 anos, o coronel morto ontem se mudou para Rio Preto em abril deste ano. Ele ficaria na cidade até janeiro, quando se mudaria para Manaus para trabalhar na Petrobras. Ele estava aposentado desde 2009, mas continuava trabalhando. “Percebemos que nos últimos meses ele estava saindo mais do que o normal, mas não sei falar se ele havia se envolvido com alguma coisa, como bebida” conta Márlys. A vítima morava sozinha em um apartamento da família na rua Voluntários de São Paulo, no centro da cidade. Ele era divorciado e não tinha filhos.Em estado de choque a mãe do coronel Soely Zinezi não quis falar sobre o assassinato do filho. Divulgação Página de Jordy no Facebook, traz uma postagem que faz referência a confrontos entre polícia e bandidos Assassino é ligado ao PCC, afirma tio A família de Stephany, morta com o tiro na cabeça, não confirma a versão da polícia. Segundo o pai de Jordy, que também é tio da moça e preferiu não se identificar, um criminoso conhecido como Geleia,supostamente ligado ao PCC, seria o autor do homicídio. Segundo o tio, o filho e Igor teriam alugado uma arma e uma motocicleta com Geleia para praticarem os assaltos. Eles teriam combinado de dividir os objetos e o dinheiro na casa de Stephany. Durante a partilha, os três tiveram um desentendimento e começaram a discutir. Stephany, que tomava banho, saiu do banheiro em defesa do primo e teria sido atingida por um disparo feito por Geleia. “Como poderia ter sido uma brincadeira se a arma do crime não foi encontrada?,” questiona.

Quando a polícia chegou à casa, Geleia não estava mais lá e Jordy e Igor foram detidos pelos assaltos. Na delegacia, teriam sido obrigados a assumir a autoria do assassinato. “Esse criminoso tem ligação com a facção criminosa PCC e, por isso, meu filho teve que confessar um crime que não cometeu.” Na página do Facebook de Jordy, o rapaz faz uma menção aos confrontos entre polícia e PCC. Com a imagem de uma viatura da PM, a frase diz que “em meio ao fogo cruzado já se foram vários amigos.” A frase é atribuída a uma música do MC Dhiegu. O delegado Fernando Campaneli Frey nega que a polícia tenha forçado a confissão de Jordy, que está preso junto com Igor. Stephany Firmino era a filha mais velha e morava no Eldorado há quase um ano com a mãe, duas irmãs e três irmãos. Ela trabalhava em uma lanchonete dentro do shopping Cidade Norte. De acordo com a gerente da loja, era uma ótima funcionária e estava na empresa desde a inauguração do shopping há pouco mais de um mês. A moça era solteira. No velório, mãe e irmãos, abalados, não quiseram falar sobre o caso. (SimoneMachado e Bruno Ferro - Diário daRegião)

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