Família de criança com doença incurável na região recorre à Justiça
Família de criança com doença incurável na região recorre à Justiça
Publicado em: 19 de novembro de 2012 às 12:40
Uma criança de apenas quatro anos de idade sofre com uma doença grave de pele, que inclusive não tem cura, mas não consegue obter apoio da Saúde pública local. Os medicamentos e todo o material necessário para minorar o sofrimento da menina custam R$ 500 por mês, em média. Sem condições financeiras, a família de Elena Késsia Fávero, que reside na Rua Francisco Rui Garcia, número 31, no distrito de Baguaçu, vilarejo localizado na região noroeste do município de Olímpia, já procurou a justiça no sentido de obter essa ajuda. “A mãe de Elena entrou com ação na justiça, ganhou a causa em liminar, mas já tem dois meses que não dão os medicamentos e a nenê está sem nada.
Há grande preocupação com o estado de saúde dela e por isso nosso apelo”, contou Elen Aparecida Fávero, de 26 anos, tia da menina, que também sofre com a mesma doença. As duas adquiriram uma doença dermatológica conhecida cientificamente por “epidermólise bolhosa”, que fragiliza o organismo da pessoa a ponto de não conseguir se curar e sofrer com muita dor. O tratamento das duas custa mil reais por mês, em média. “Assim como ela, estou com muitas dores e eles não nos dão os medicamentos”, reclama Elen Fávero. A reportagem buscou informações a respeito da ação proposta pela mãe de Elena no site do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ), mas não foi possível confirmar a situação do processo. Não existem informações detalhadas sobre o assunto. Apenas aparece como última movimentação que o processo esta concluso para decisão da juíza. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA No entanto, aparece que no dia 27 de agosto deste ano, considerando a urgência e a necessidade, a juíza Gláucia Vespoli de Oliveira concedeu a antecipação de tutela, determinado que o município fornecesse os medicamentos e insumos, considerando a gravidade da doença e idade da paciente. De acordo com a decisão, a Secretaria Municipal de Saúde estaria obrigada a fornecer os seguintes medicamentos e insumos: “DEXTROCLRFENIRAMINA (xarope), ALBUMINA PÓ, GENTAMICINA CREME, CETAPHYL (restoradermi) solvente líquido, FAIXA NEVE, MEPITEL DERSANI, e uma roupa para proteção com tecido fino, leve compressão: 1- fuso, 2-colan com gola para proteção do pescoço, 3- luvas para as mãos deixando os dedos de fora, nas quantidades e dosagens estabelecidas”. Porém, também segundo consta da decisão, haveria algumas obrigações a serem cumpridas pela mãe de Elena: “Sem prejuízo, emende a autora a inicial para: 1 – juntar orçamento dos medicamentos e insumos requeridos, regularizando o valor da causa nos termos do artigo 260, do Código de Processo Civil, e 2 – prestar as informações necessárias ao conhecimento do pedido, com declaração do médico responsável pela prescrição descrevendo a urgência necessária ao tratamento, mediante o preenchimento de formulário a ser retirado no Cartório deste Juizado”. CAMPANHA NO RÁDIO Por outro lado, nesta sexta-feira começou uma campanha através de uma emissora de rádio local, no sentido de, além de cobrar medidas das autoridades ligadas à área da saúde e até do próprio Ministério Público (MP), também obter ajuda da população de maneira geral, para ajudar no tratamento, tanto de Elena, quando de sua tia Elen. Gustavo Murilo, olimpiense que reside em Ribeirão Preto, ao perceber a gravidade do problema de Elena, mostrado pela TV Record na quinta-feira desta semana e repetido no dia seguinte, se envolveu na situação na tentativa de ajudar a família. De acordo com a informação divulgada, a doença faz a pele sair sozinha deixando o local em carne viva (Veja foto obtida na internet com menina com o mesmo problema mas em estágio mais adiantado). Ele comentou que é um caso dermatológico raro, mas que a tia da menina também sofre com o problema. “Os medicamentos não estão sendo cedidos por Olímpia e essa criança está sofrendo muito porque as feridas e cicatrizez estão expostas em todo corpo”, lamentou. Segundo ele, as pessoas já estão ajudando, mas é preciso muito mais. É uma doença genética que toma conta de todo o corpo, tanto externo, quando interno, situação que afeta também o estômago da pessoa, entre outros órgãos. “Mas há necessidade de que a Prefeitura de Olímpia se manifeste. A doença é para o resto da vida e há necessidade constante do medicamento”, cobra Murilo. Mas além dos medicamentos a menina também necessita de alimentação específica, como, por exemplo, um leite mais nutritivo.
Por se tratar de uma família humilde, precisa também de doações, mesmo que em dinheiro. Uma caixa desse leite custa em torno de R$ 43. “Devido às sequelas toda a parte da boca fica afetada e ela não ingere alimentos”, comentou. De acordo com Murilo, a família já procurou ajuda na Secretária Municipal de Saúde, mas não teria obtido sucesso. “Pelo que foi passado na reportagem e pelo que a tia (da menina) me falou ao telefone, foi procurada toda a parte de saúde de Olímpia e não se manifestaram pelo fato dos medicamentos serem caros”, contou. Já a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social já estaria prestando atendimento, mas apenas fazendo aquilo que pode, ou seja, através da inclusão nos vários programas em que atua. Há duas maneiras de as pessoas ajudarem a família. Uma delas é procurar Elena diretamente em sua casa e a outra através do telefone de Elen: 17-81873015. (Ifolha)
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