Presidente do Comad de Votuporanga pede união contra as drogas

União: este foi o pedido que o atual presidente do Comad (Conselho Municipal de Políticas de Álcool e outras Drogas) de Votuporanga, Alexandre Giora, fez aos representantes de entidades da cidade que atuam na prevenção e combate ao alcoolismo e uso de drogas. Na manhã de ontem, Giora esteve ministrando palestra no Conseg (Conselho Comunitário de Segurança) Centro.

Estiveram presentes a 1.ª tenente da PM de Votuporanga, Franciele Preti Bento, o delegado aposentado e ex-presidente do Conseg, José Breviglieri, além de representantes de outras entidades, como Lolay Dumara de Jesus Toloni, que coordena o Amor Exigente local.

Alexandre dias Giora agradeceu ao convite em ministrar palestra no Conseg. Disse que foi membro da Paróquia Santa Luzia e que, atualmente, está na Paróquia São Cristóvão.

Ele contou que estava há dois anos na Comunidade Nova Vida, e por troca de mandato, o então presidente, Eugênio Assi, formou uma nova diretoria para poder dividir as experiências da entidade.

Sendo assim, Giora revelou o quanto é difícil trabalhar e angariar recursos nas esferas municipais, estaduais e federais, para se manter uma entidade aberta.

Com base na Nova Vida, começou a participar também do Comad. Na época que asumiu, existia uma resolução de 2003 e que precisava passar por reformulação. Em abril do ano passado, começaram as mudanças nas propostas de trabalho do Comad, dando um novo modelo de trabalho ao Conselho.

Ele disse que o Conselho precisaria, para ter força, ser liberativo e não apenas consultivo. “É um trabalho árduo, essa rede de processo de reestruturação”, frisou.

Para ele, o que mais o agradou foi saber que tinha apoio da comunidade. “Por essa participação, formamos uma nova resolução uma lei que seja ampla. Buscou-se amparos e uma comissão que estava sendo formada para isso”, disse. Para ele, Votuporanga passou a ser parceria, sendo uma das únicas na região que o Conselho poderia atuar.

Ele contou que esteve em Curitiba, onde pode perceber a existência de uma secretaria pela prefeitura, voltada à trabalhos específicos para entorpecentes e combate ao alcoolismo.

Giora disse que em Votuporanga existe o respaldo da Prefeitura no Conselho, que agora integra a Secretaria Municipal da Saúde. Ele pretende fortalecer o Conselho para buscar ajuda no Conselho Estadual.

Para ele, como o Comad trabalha a política de prevenção e combate ao álcool e droga em Votuporanga, deveria existir um trabalho em rede com demais entidades voltadas ao assunto, como a Comunidade Nova Vida, Associação Antialcoólica, Comunidade São Francisco de Assis, Amor Exigente, entre outras. Na opinião dele, atualmente, todas têm uma única proposta de trabalho, mas estão em ações separadas. “Deveríamos estar unidos, trabalhando a mesma linguagem. Com isso, teríamos força e uma maneira eficaz para trabalhar a dependência química e prever esta ajuda às famílias”, disse.

Ele falou que atualmente o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas) vem para atender a demanda que a cidade tem de casos emergenciais. A equipe é formada por enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, técnicos terapêuticos, entre outros. A unidade também realiza atendimento voltado aos assistidos e toda sua família.

Atuação

Para ele, quem faz a prevenção ao álcool e as drogas atualmente é o Amor Exigente, que está com equipe nos bairros São Cosme e Damião. Lá existe atuação com crianças e adolescentes, e estes resultados serão notados daqui a 7 ou 10 anos. “É a prevenção desde já”, reforçou.

Ele disse que existem crianças que já trabalham para o tráfico, no respectivo bairro. Na pracinha do Tobogã, nas proximidades da Igreja Santa Joana Princesa, Giora contou que existem crianças e jovens usando drogas à luz do dia.”Não tem controle”, disse.

Avanços

Giora contou que a lei nº 12.101, de 27 de novembro de 2009, que dispõe sobre a certificação das entidades beneficentes de assistência social e regula os procedimentos de isenção de contribuições para a seguridade social, fez com que as entidades que trabalham no combate ao álcool e drogas seriam vinculadas ao setor da Saúde. Entretanto, segundo Giora, nestes três anos de atuação, até hoje o Ministério da Saúde e o Desenvolvimento Social não chegaram a um acordo onde estas entidades, de fato, devem permanecer. Para ele é uma vitória que o repasse do imposto de renda de pessoas físicas (ou jurídicas) em uma cidade seja destinado à entidades assistenciais ou Conselhos.(Karoline Bianconi - A Cidade)