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Procurador da República pede prisão de 8 médicos de Jales

Procurador da República pede prisão de 8 médicos de Jales

Publicado em: 19 de dezembro de 2012 às 08:18

O Ministério Público Federal de Jales pediu ontem à Justiça a prisão preventiva de oito médicos acusados de cobrar por consultas e cirurgias, que são custeadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com o procurador da República Thiago Lacerda Nobre, que investiga o caso, além da cobrança indevida, os médicos Valdo Custódio Toledo, Emerson Algério de Toledo, Dalton Melo de Andrade, Luiz Gonzaga Mendes Vieira, Márcio Loes, Décio Ribeiro de Assunção Júnior, Vicente Cristiano Neto e Vicenzo Biagio Magliano realizavam laqueaduras durante os partos, o que é proibido por lei, e utilizavam as dependências de hospitais que não eram credenciados para esse tipo de serviço.

“A prisão preventiva tem como objetivo impedir que os médicos pratiquem novos crimes e garantir a segurança da população que necessita de atendimento médico”, disse o procurador. Emerson e Dalton já são réus em outras ações. Segundo denúncia do MPF, eles são acusados de crimes de concussão, estelionato, falsidade ideológica e aborto provocado por terceiro, sem consentimento da gestante.

De acordo com o Ministério Público Federal, Emerson e Dalton adiava os partos para dar tempo de a família conseguir o dinheiro para pagar a cesárea. Em dois casos, os bebês nasceram mortos porque suas mães não tinham dinheiro para pagar pelos partos. Eles cobravam em média R$ 1 mil e R$ 1,5 mil por cada cirurgia. Os médicos prestavam serviços em hospital de Jales, Urânia e Estrela d’Oeste.

O procurador diz que as investigações começaram há cerca de três anos, a partir de denúncias de pacientes. Mas afirma que essa prática dos médicos vinha ocorrendo havia pelo menos 15 anos. “Esse foi o caso que mais mexeu comigo como procurador na condição de ser hunano. Essas pessoas se formaram para salvar vidas e estavam agindo contra a ética médica”, comentou Lacerda.

No início deste ano, o MPF de Jales também denunciou Valdo pelos crimes de concussão e estelionato. “Se a Justiça Federal entender que não é o caso de prisão preventiva, outras medidas devem ser tomadas diante da gravidade dos fatos”, diz o procurador. Entre as soluções possíveis, ele aponta o afastamento dos médicos. “Mantê-los trabalhando poderá por em risco a vida e a saúde de outros pacientes”.

Emerson, Dalton e Valdo já estão afastados dos serviços na rede pública desde outubro, após a primeira denúncia feita pelo procurador da república. “A situação deles é bem complicada”, disse Thiago. Por telefone, o Diário tentou falar com Valdo, mas ele não quis comentar o assunto. “Não vou falar sobre isso”, respondeu ele, desligando o telefone em seguida. Décio também não quis comentar a denúncia. “Não vou me manifestar. Vou esperar o andamento da situação”, afirmou.

A reportagem telefonou durante a tarde e início da noite para os consultórios e residências dos médicos Emerson, Vicenzo, Vicente, Luís e Márcio, mas eles não foram encontrados. O Diário apurou que o Dalton se aposentou e foi morar na Bahia. Ele também não foi localizado.
(Janaina de Paula - Diário da Região)

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