O prefeito de Votuporanga, Junior Marão, acompanhado do secretário de Desenvolvimento Econômico, Diogo Mendes Vicentini, anunciou na manhã desta segunda-feira (10/12) mais um grande empreendimento para o município, a vinda da São Paulo Borracha, usina de beneficiamento de borracha.
A empresa será instalada em uma área de 46 mil metros quadrados doada pela Prefeitura de Votuporanga por meio da Lei de Incentivo Econômico. O local estratégico fica a 15 quilômetros da cidade na Estrada Municipal Adriano Pedro Assi, conhecida como Estrada 27. “Oitenta por cento da produção de borracha do estado é daqui da região de Votuporanga e até o momento a única coisa que tínhamos aqui era a extração do látex. Agora a vinda da São Paulo Borracha é uma forma de incentivar a manufatura desse tipo de procedimento, além de ser um grande benefício para geração de emprego e renda e fortalecimento do mercado”, afirmou o prefeito Junior Marão.
O diretor presidente da São Paulo Borracha, Marcos Pavin, explicou que a escolha pelo município partiu da necessidade de aumentar sua produção e levou em conta questões logísticas. “Grande parte da nossa produção, cerca de setenta por cento, é da região de Votuporanga. A instalação aqui é uma forma de estreitar a relação com os produtores. Além disso, teremos menos custos ao eliminarmos o frete e isso deve ser repassado para o produtor”.
O gerente de compras da multinacional Goodyear, Emerson Gallo, esteve presente no anúncio representando um dos principais clientes da São Paulo Borracha. “Nosso foco de produção é para Goodyear”, afirmou Pavin. Por sua vez, o prefeito Junior Marão aproveitou a oportunidade para esclarecer que a vinda da São Paulo Borracha para Votuporanga também pode representar “futuros investimentos”. “Sabemos que a Goodyear é uma grande multinacional e que tem projetos de expansão, mas tivemos conversas bastante preliminares.
Não há nada certo de sua vinda pra cá, mas a presença da São Paulo Borracha pode ser o início de um caminho”, explicou Marão.
Pavin afirmou que pretende iniciar as obras ainda em 2013 para que a usina entre em funcionamento em 2014. “Com a usina em funcionamento devemos gerar cerca de 100 a 150 empregos. O trabalho se resume na captação do coágulo na propriedade onde segue à manufatura e beneficiamento para ser vendido à fábrica de pneus”, detalhou. Do total da área apenas 10 mil metros quadrados serão de área construída, o restante será utilizado para tratamento de água e ações ambientais.
Heveicultura A Heveicultura, arte de cultivo de seringueiras, tornou-se destaque nos últimos anos, mostrando a potencialidade da agricultura do município. Segundo dados do escritório de Desenvolvimento Rural da CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral) da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento, Votuporanga possui 140 propriedades com plantio de seringueira. São quase 1.800 hectares de área e aproximadamente 900 mil pés de plantio, a maior produção da cultura entre mais de 60 municípios das regiões de Votuporanga, Fernandópolis, Jales e Araçatuba.
Também presente no anúncio da manhã de segunda-feira, o engenheiro agrônomo e diretor da CATI de Votuporanga, Carlos Alberto De Luca, traçou um panorama da cultura em todo o Estado. “Em 1996 havia 40 mil hectares plantados e 2.472 propriedades. Em 2012 já são quase 100 mil hectares distribuídos entre seis mil propriedades agrícolas. Desde o início, o Estado de São Paulo foi o único a não receber nenhum incentivo por parte do Governo para a cultura de seringueira. Isso fez com que o plantio acontecesse por conta própria, o que gerou maior comprometimento por parte dos produtores e hoje o estado é o maior produtor do país”.
O presidente da Norobor (Associação dos Produtores de Borracha do Noroeste Paulista), Osvaldo Rodolpho, acompanhado do vice-presidente, Adalberto de Freitas Caetano, afirmou que hoje a região tem poder de negociação. “A maioria dos plantios são de pequenos produtores que individualmente tinham dificuldades para negociar com as usinas. Hoje a Norobor possui 50 associados e negociamos cerca de 500 mil pés de seringueira, o que nos dá mais poder de negociação. Agora, com a vinda da usina, os produtores certamente irão ganhar mais”.
Capacitação de mão de obra
Um mercado em plena expansão precisa de profissionais capacitados. De Luca contou, durante o anúncio, que a CATI oferece cursos de capacitação de mão de obra para sangrador. “Hoje temos 15 instrutores, entre os cinco escritórios da CATI (Votuporanga, Fernandópolis, Jales, General Salgado e Rio Preto), para capacitar as pessoas que querem trabalhar na sangria. De setembro até agora capacitamos 600 sangradores com 30 cursos”, afirmou.
Um sangrador possui renda mensal média de R$ 1.500 a R$ 1.600. “Calculamos que cada um assuma uma área de quatro a seis hectares, o que equivale em torno de duas mil a seis mil plantas, seriam em torno de 700 a 800 plantas por dia para fazer o ciclo da sangria no período adequado”, informou.
O prefeito finalizou dizendo que a região possui o melhor micro clima do mundo para a cultura. “Estima-se que são cerca de cinco mil pessoas envolvidas na sangria da seringueira. Um mercado que está em plena expansão”.
Mais informações sobre a qualificação de mão de obra pelo Escritório de Desenvolvimento Rural da CATI em Votuporanga pelo telefone (17) 3421-3188.
//BANNER 390X70PX -->