O aumento dos casos positivos de leishmaniose impressiona. A pedido do jornal A Cidade, o Secez (Setor de Controle de Endemias e Zoonoses) divulgou os números do município. Em 2011, foram 2.981 coletas e 613 casos positivos. Já no ano passado, foram 9.152 coletas e 1.790 confirmados. Em humanos, no ano passado, foram registrados 25 diagnósticos, com três óbitos.
Os dados só reduzem quando tratam de positividade por exame. Em 2012, o índice é de 18,5% e no ano anterior, 20,5%. Entretanto, o órgão avisa que a queda de 1,9% não possui significância estatística.
Para tentar reverter essa situação, o Secez realiza ações periódicas. Ao todo, foram 9.152 diagnósticos da doença; 1.559 eutanásias em cães positivos e sete arrastões ambientais, com média de 60 caminhões de sujeira por atividade e 950 manejos nas residências. Também foram doadas 54 caçamba para pessoas de baixa renda, deficientes físicos e acamados para facilitar o trabalho de limpeza.
As ações de manejo ambiental e arrastão podem ser solicitadas por telefone, pessoalmente, por denúncia e pelas visitas nas casas. Após a solicitação, os supervisores visitam o local, avaliam e orientam os moradores quanto a retirada de matérias orgânicas, entulhos, troncos, recicláveis, poda de árvores e limpeza do jardim. O supervisor estabelece um prazo para a limpeza e retorna ao local, caso não esteja de acordo, o morador é orientado novamente. O arrastão conta com o apoio da Saev Ambiental, Converd e Secretaria de Obras.
Foram realizadas 1.100 castrações gratuitas. O cadastro para castração pode ser feito por telefone ou pessoalmente e também em cães negativados na suspeita da leishmaniose. O proprietário vai até o Secez, Setor de Controle de Endemias e Zoonoses, preenche o protocolo de autorização de castração e leva uma guia até a clínica veterinária autorizada. A prevenção é para cães, cadelas, gatos e gatas e é preciso realizar jejum de 12 horas antes de castrar.
Além disso, a equipe retirou uma média de oito galinhas por casa em 733 residências.
Orientações
O veterinário responsável pelo Secez, Élcio Sanches Esteves Júnior, explica que a população pode e deve ajudar. “Realizando a limpeza de quintais e terrenos, principalmente com a retirada periódica da matéria orgânica. É preciso ter cuidado com o destino deste material, que deve ser ensacado e destinado na coleta de lixo ou Ecotudo; uso de repelente nos cães, principalmente a coleira impregnada com deltametrina 4%. Também repassando aos conhecidos as informações corretas sobre a doença, não criar galinhas e porcos em área urbana e tentar conscientizar vizinhos e parentes sobre o risco da doença. É preciso realizar exame em cães suspeitos e procurar o serviço de saúde no caso de suspeito humano. Cuide bem de seus animais e tenha consciência dos riscos que a doença provoca”, disse.
(Andressa Aoki - A Cidade)