Sentença para rapaz que baleou jovem em bar de Votuporanga sai hoje

O tribunal do Júri de Votuporanga, faz hoje (25/1) o primeiro julgamento do ano. Quem está no banco dos réus é José Evanes Aniceto Ferreira, conhecido como "Zezinho", que é acusado pela tentativa de homicídio contra o jovem Renato Rodrigues de Souza Oliveira, que na época do ocorrido tinha 21 anos.

O crime aconteceu na frente de um bar, localizado na Rua Tocantins, Vila Paes, por volta das 4h30 do dia 6 de fevereiro de 2010.

O réu respondeu ao processo em liberdade. De acordo com o processo, “Zezinho” agiu por motivo fútil e mediante recurso que dificultou defesa, desferiu disparos de arma de fogo contra Renato, provocando-lhe graves ferimentos.Ainda de acordo com processo, a vítima estava no bar, junto com a namorada, quando o acusado chegou em uma motocicleta, retirou a arma da cintura e desferiu tiros contra Renato que, caiu no asfalto sofrendo lesões corporais graves.

De acordo com o delegado responsável pelas investigações do caso, João Donizete Rossini, Aniceto contou que o crime ocorreu por conta de uma briga que seu irmão havia tido com um grupo e no momento em que passou pela frente do bar, foi reconhecido e o ameaçado. Para o julgamento, o promotor de justiça será Cleber Takashi Murakawa e o defensor, Jaime Pimentel. O acusado será julgado por tentativa qualificada, tendo duas qualificadoras, uma por motivo fútil com suposto desentendimento anterior e, recurso que dificultou a defesa da vítima.



Sequelas

Em entrevista ao Diário de Votuporanga, a mãe da vítima, Evanely Cristina de Souza, conta que hoje em dia Renato já anda, mas os danos são permanentes, pois o jovem ficou com a capacidade mental de uma criança de cinco anos, fora outras complicações. “O Renato precisa ficar com uma válvula na cabeça para comprimir uma veia que se dilata sempre e outra na bexiga para fazer a drenagem da urina”, relata. Cristina conta ainda que o filho perdeu a memória e hoje faz tratamento com psiquiatra, fonoaudiólogo e neurologista. De acordo com a mãe do rapaz, depois do ocorrido ele precisou ficar oito meses internado até que houvesse alguma melhora em seu estado de saúde. “Meu filho ia começar a trabalhar como garçom e o que aconteceu interrompeu os sonhos e a vida normal que ele tinha. Não é justo”, desabafa. A mãe conta que os danos corporais foram grandes, pois o jovem recebeu quatro tiros, sendo um na cabeça; um na costela perto do coração; um no abdome e outro na coxa. “Dias antes do crime o Renato e o José se encontraram em um supermercado e conversaram normalmente”, relembra. Cristina, que além de cuidar do filho agora totalmente dependente dela, ainda cuida de sua mãe, que também está acamada, só pede por justiça para que o autor do crime seja condenado pelo o que fez. “Só espero que a justiça seja feita e ele pague perante a lei pelo mal que cometeu ao meu filho”, finaliza.

(Luciana Tambuque- Diário de Votuporanga)