Relatório coloca Brasil entre 10 países mais violentos para jornalistas
Relatório coloca Brasil entre 10 países mais violentos para jornalistas
Publicado em: 14 de fevereiro de 2013 às 19:04
O Brasil se encontra, junto com o Equador, em uma reduzida lista de dez países do mundo onde a liberdade de imprensa corre perigo, elaborada pelo Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ, em inglês).
O CPJ divulgou hoje (14/2) em Nova York seu relatório anual "Ataques à Imprensa" no qual denuncia "um aumento sem precedentes no número de jornalistas assassinados e presos no último ano" e uma "legislação restritiva e censura estatal" que colocam em risco o jornalismo independente. Casos de ataques ou ameaça a liberdade de imprensa e violência contra profissionais são registrados também na região.
Na última semana, um vereador de Rio Preto ameaçou “rachar” a cabeça, cacetear e matar o jornalista Rodrigo Lima, do Diário da Região. O caso é investigado pela polícia e repudiado pelas organizações trabalhistas.
Quanto à lista de "Países em Risco", que identifica os 10 Estados do mundo onde a liberdade de imprensa enfrentou perigos em 2012, o Comitê incluiu Equador, Brasil, Síria, Somália, Irã, Vietnã, Etiópia, Turquia, Paquistão e Rússia.
Para produzir a lista, o CPJ examinou seis indicadores de liberdade de imprensa: mortes, prisões, legislação restritiva, censura estatal, impunidade nos ataques contra a imprensa e quantidade de jornalistas exilados.
No caso do Brasil, o Comitê denunciou os "altos índices de assassinatos e impunidade" arraigados no país, assim como um "padrão de censura judicial".
"Os obstáculos no Brasil são, em particular, alarmantes, dada a sua condição de líder regional e sede de uma vasta e diversa rede de meios de comunicação", afirmou a escritora Karen Phillips no site do CPJ.
Em dezembro passado, o Comitê havia constatado a "preocupante alta" dos casos de jornalistas mortos de maneira violenta no Brasil, que registrou em 2012 quatro casos, seu maior número em mais de uma década.
Sobre o Equador, o outro país latino-americano incluído na lista, o CPJ denunciou o "uso de leis restritivas para silenciar a dissidência" por parte do governo do presidente Rafael Correa.
O relatório lembra o caso dos jornalistas Christian Zurita e Juan Carlos Calderón, autores do livro "El gran hermano" sobre o suposto enriquecimento da família de Correa e considerados culpados de difamar o presidente, o que lhes custou uma milionária condenação por perdas e danos.
Embora Correa tenha posteriormente os indultado, o CPJ afirmou que o presidente equatoriano cumpriu "com sua meta de intimidar a imprensa nacional".
(Agência FP)
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