Descubra os segredos para acabar com dores nas costas

Cerca de 90% dos adultos se queixam em algum momento da vida de dor lombar, também bastante conhecida como dor na coluna. Não por acaso, esta é considerada pela Sociedade Brasileira de Coluna um dos principais problemas de saúde da população brasileira.

Em geral, a dor se origina de problemas do sistema nervoso, muscular, articulações e até mesmo por sedentarismo. Contudo, algumas formas de tratamento já são oferecidas para proporcionar mais tranquilidade e até mesmo como prevenção para as vítimas deste incômodo.

Dentre eles está a hidroterapia e o equipamento que faz a Estabilização Funcional da Coluna (EFC) – trata-se de uma mesa elétrica que realiza uma “flexo-distração” da coluna do paciente com procedimentos específicos, com o intuito de identificar e corrigir as dores lombares.

Segundo o ortopedista André Reis, de Rio Preto, o objetivo do EFC é melhorar o grau de mobilidade músculo-articular ao diminuir a compressão do disco e facetas. “Ele melhora os espaços dos nervos e fortalece os músculos responsáveis pela postura da coluna por meio de exercícios específicos”, diz.

Vítimas de hérnias de disco também podem ser beneficiadas pelo tratamento com a mesa. O uso associado de hidroterapia e fisioterapia ajuda.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 5,4 milhões de brasileiros sofrem de hérnia de disco. Outros estudos apontam para o fato de que 80% da população mundial sofrerá algum tipo de dor na coluna ao longo da vida.

Estímulos

Além da mesa de EFC, há ainda um novo equipamento, denominado de Helium Master, que estimula a circulação sanguínea e linfática, além de fortalecer a capacidade imunológica e o metabolismo do corpo humano.

Seu funcionamento utiliza métodos da acupuntura, do shiatsu e da quiropraxia no combate às dores. Os principais efeitos desse tratamento são corrigir a posição das vértebras, melhorar as funções dos órgãos internos e normalizar as funções dos nervos.

“Os diversos sistemas do nosso organismo são prejudicados com tratamentos tardios, como a má circulação sanguínea, a diminuição da renovação celular, a diminuição da flexibilidade muscular e o aumento das inflamações”, alerta.

Cirurgia menos invasiva

Quando a dor lombar se torna caso de cirurgia, também já é possível contar com técnicas bastante avançadas, que dão aos procedimentos antes complexos agilidade e segurança. O ortopedista Rafael Barreto, de Campinas, faz cirurgias por via endoscópica e afirma ser este procedimento cirúrgico, minimamente invasivo, a mais nova rotina em tratamentos de hérnias discais.

O médico explica que a técnica substitui a cirurgia convencional aberta, onde é necessário cortar a musculatura vertebral para ter acesso à coluna. Barreto observa que o primeiro passo é localizar o disco doente por meio do intensificador de imagens (raio X).

E então é feita a punção com uma agulha similar às de raquianestesia e, com uma pequena incisão na pele, de aproximadamente um centímetro, é feita a dilatação da musculatura vertebral até chegar ao anel do disco a ser tratado.

“O procedimento feito por, de forma minimamente invasiva, sob anestesia local e de caráter ambulatorial, não tem necessidade de internação, permite que o músculo vital na estabilização da coluna não perca sua função e a reabilitação é muito mais rápida e bem menos dolorosa”, diz.

Ação neurossensorial

A fisioterapeuta Erina Cruvinel, de Rio Preto, que tem formação master em posturologia - posturoterapia neurossensorial com pós-graduação em Terapia Manual, Postural e Osteopatia, tem associado o uso da mesa de flexo-distração com a técnica de Posturologia Neurossensorial, que ela considera eficientes sistemas para o tratamento de patologias da coluna vertebral, dentre elas a hérnia discal, artrose, espondilolisteses, discartroses e alterações posturais como escoliose, hiperlordose e hipercifoce.

O diferencial, neste caso, de acordo com a fisioterapeuta, é reconhecer a fase em que a patologia se encontra. “As diferentes fases - são quatro ao todo - requerem diferentes abordagens e tratamentos e, atualmente, são tratadas erroneamente, como se fossem hérnia de disco”, diz. Ela também recomenda o uso do “Stabilizer”, um aparelho simples destinado a registrar as alterações de pressão numa bolsa pneumática e que permite detectar o movimento da coluna e suas compensações durante a prática do exercício.

No entanto, a fisioterapeuta reconhece que há casos em que as técnicas não são indicadas. Um deles é o caso de gestantes, ou pacientes vítimas de osteoporose. “É também contraindicada a modalidade de “Drop”, na qual são realizadas as manipulações. Para as demais patologias deve ser realizada uma avaliação criteriosa para saber qual a modalidade a ser utilizada, e principalmente a intensidade, pois o tratamento deverá ser totalmente indolor”, afirma.

(Cecília Dionizio - Diário da Região)