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Mortes dos "Irmãos Casemiro" de Votuporanga voltam a ser investigadas

Mortes dos "Irmãos Casemiro" de Votuporanga voltam a ser investigadas

Publicado em: 11 de março de 2013 às 13:34





Eles deixaram a região de Rio Preto nos anos 60 para mergulhar de cabeça na luta armada contra o regime militar. Acabaram torturados e assassinados pelo aparato repressivo. Só um deles teve os restos mortais encontrados. Agora, a Comissão da Verdade, instalada na Assembleia Legislativa, quer saber: quem matou os irmãos Casemiro, de Votuporanga? E o estudante Aylton Mortati, nascido e criado em Catanduva?

Ao completar um ano de trabalho, a comissão se debruça sobre os mistérios que envolvem a morte dos três, em 1971, auge da repressão aos movimentos de esquerda no Brasil.

Embora nenhum dos crimes investigados possa ser punido devido à Lei da Anistia, os integrantes da comissão pretendem passar a limpo os atos da repressão política no período (1964-1985). “Queremos jogar luz na história”, define seu presidente, o deputado estadual Adriano Diogo (PT).

No total, a comissão da Assembleia investiga 154 casos. Entre os mais nebulosos estão os de Aylton e dos irmãos Casemiro. Dênis e Dimas nasceram na zona rural de Votuporanga, nos anos 40. Ainda na adolescência, antes do golpe, ingressaram em movimentos de esquerda - Dênis no Sindicato dos Trabalhadores Rurais da cidade, Dimas no movimento estudantil. “O Dimas era muito intelectualizado. Nos reuníamos com frequência para discutir marxismo”, lembra o amigo de infância Waldemar Andreu - ele depôs na comissão há duas semanas.

Não demorou para que ambos passassem a integrar o Partido Comunista e se mudassem para São Paulo, em 1967. Na capital, os Casemiro radicalizaram posições, e resolveram ingressar em movimentos de esquerda que pregavam a luta armada contra o regime. Dimas ingressou no Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT), enquanto Dênis passou a fazer parte da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR).

Em depoimento ao Departamento de Ordem Política e Social (Dops), Dênis confessou ter participado de dois assaltos no centro de São Paulo em, 1969. No início do ano seguinte, mudou-se para o sul do Pará para montar as bases de uma guerrilha rural do movimento, a mando de Carlos Lamarca, líder da VPR.

Enquanto isso, o irmão mais novo Dimas caía na clandestinidade, passando a cuidar da impressão de panfletos do MRT, além de integrar ações armadas do movimento na capital. Uma dessas ações custaria a morte dele e do irmão. Reportagem completa foi publicada ontem (10/3) no Diário da Região.

(Allan de Abreu)

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