Votuporanga
+15° C

Máx.: +17°

Mín.: +

Ter, 29.06.2021
GD Virtual - Sites e Sistemas Inteligentes
ÚLTIMAS NOTÍCIAS
Publicidade

Suspeito de fraude em vestibular na região é preso com radinho

Suspeito de fraude em vestibular na região é preso com radinho

Publicado em: 21 de maio de 2013 às 07:56

Depois de prender dois acusados de fraudar o vestibular de medicina de uma faculdade particular de Rio Preto, a polícia agora caça outros três suspeitos, tenta identificar os estudantes que teriam sido beneficiados e investiga a própria instituição. O esquema foi descoberto pela Polícia Militar na tarde de domingo (19/5), no final do processo seletivo da Faceres.

Foram apreendidos um carro equipado com rádio amador, pontos eletrônicos, celulares e dinheiro. A estrutura utilizada pelos acusados seria parte dos equipamentos de uma quadrilha especializada em fraudar vestibulares em outras partes do Estado e do País.

Os policiais abordaram o estudante de medicina Elzo de Souza Barbosa, 27 anos, e o também estudante Éder Lucas dos Santos, 29 anos, em um veículo estacionado próximo à faculdade, na rua General Glicério, por volta de 18h30 do domingo. Após os policiais encontrar o radioamador e um gabarito com respostas, o aparelho começou a receber chamados de pessoas solicitando informações sobre a prova.

No automóvel, ainda foram localizados 13 cartões de créditos, duas embalagens de ponto eletrônico, três radiotransmissores, cinco aparelhos celulares, R$ 1,5 mil em dinheiro, um notebook com informações de diversos vestibulares do País e uma lista com nomes e telefones, que seriam supostos clientes do esquema.

Éder assumiu que havia sido contratado por Elzo por R$ 1 mil para resolver as questões de biologia e química. Outros três estudantes, que ainda não foram identificados, são suspeitos de também ter feito a prova em outras disciplinas.

Segundo o sargento João Eduardo dos Santos, o grupo veio de Montes Claros (MG) só para praticar o crime. “Tudo indica que cada estudante era especialista em uma matéria e que o grupo era especialista nesse tipo de fraude. No celular de um dos presos foram localizadas várias mensagens pedindo respostas”, afirmou.

A dupla foi enquadrada no artigo 311-A do Código Penal brasileiro, que consiste em utilizar ou divulgar, indevidamente, conteúdo sigiloso de concurso público ou processos seletivos para ingresso em curso superior, cujo a pena varia de uma quatro anos de prisão. Eles foram levados à carceragem da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Rio Preto e até final da tarde de ontem permaneciam presos porque não haviam pago a fiança arbitrada - R$ 8 mil para Elzo e R$ 2,7 mil para Éder.

Investigações

Segundo o sargento João Eduardo dos Santos, os presos e outros três suspeitos de terem realizado a prova para conseguir as respostas vieram em uma Van de Monte Claros (MG) para Rio Preto junto com estudantes que prestariam o vestibular. Esses candidatos são os principais suspeitos de serem beneficiados pela fraude. De acordo com o boletim de ocorrência, Ézio teria pago a viagem e hospedagem dele e outras quatro pessoas.

O delegado responsável pelo caso, Renato Pupo de Paula, acredita se tratar em uma quadrilha especializada neste tipo de crime. “O próximo passo da polícia é investigar quais pessoas seriam beneficiados e se a quadrilha realizou o golpe em outras faculdades de Rio Preto, região ou país. O esquema utilizado dá indícios de que se trata de uma grande quadrilha. Eles trouxeram gente de outro estado para cá. Agora precisamos ver se agiam em outros ambientes e como eram”, disse.



Dois eliminados e seis suspeitos

Fiscais da faculdade Faceres eliminaram do vestibular dois candidatos por tentativa de fraude. Um deles utilizava ponto eletrônico e foi flagrado enquanto ia ao banheiro; o outro estava com um celular dentro da sala de prova. O vestibular tinha mil inscritos concorrendo a 40 vagas do curso de medicina.

O diretor da faculdade, Toufic Anbar, afirma que outros seis alunos correm o risco de ser eliminados porque seus nomes aparecem nas anotações da quadrilha que estava passando as respostas. “Este é um forte indício que eles tentavam fraudar o vestibular. Vamos esperar o trabalho da polícia e se ficar constatado que estavam recebendo as respostas, serão desclassificados”, disse.

Para o diretor, os criminosos não conseguiram fraudar o vestibular, já que tiveram pouco tempo para isso. Éder teria saído da sala às 18 horas e foi preso meia hora depois. Além disso, o tipo de prova que ele fez seria diferente das provas dos suspeitos. “Trabalhamos com seis provas diferentes e invertemos as questões justamente para evitar fraudes. Não deu tempo de passarem as respostas”, acredita.

Ainda segundo Toufic, um tipo de medida para evitar fraudes é a utilização de detector de metal e bloqueadores de celular colocados em todas as salas durante a aplicação das provas. Não adiantou.



(Elton Rodrigues – Diário da Região)



Clique aqui para receber as notícias gratuitamente em seu WhatsApp. Acesse o nosso canal e clique no "sininho" para se cadastrar!
Publicidade