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Coleta e processamento de sucata são opção de trabalho e renda na região

Coleta e processamento de sucata são opção de trabalho e renda na região

Publicado em: 07 de julho de 2013 às 16:54

A dona de casa Luzia Alves Mesquita não vê a hora de se desfazer de alguns utensílios domésticos como um fogão velho sem uso. “Fica lá tudo parado, ocupando espaço. Se alguém quiser pode levar de graça”, fala. Porém, o que para ela não tem qualquer valor ainda vai encontrar comércio garantido no mercado de sucata. Ferros-velhos de Rio Preto faturam, em média, R$ 800 mil por mês com a venda de sucata para usinas siderúrgicas. O mercado é mais vasto que se imagina. Nos últimos anos, o tema sustentabilidade ganhou destaque mas, além da latinha de alumínio, do papel, do vidro e outros materiais, o que pouca gente lembra é da reciclagem da sucata de obsolescência, aquele ferro-velho produzido pelo consumo cotidiano encontrado na lata de veículos, peças de metal e outros utensílios domésticos que caíram em desuso. São estes produtos que mantêm parte de um mercado com cerca de 5,4 mil empresas atacadistas no país, sendo 45% no estado de São Paulo. Em Rio Preto, segundo dados da Prefeitura, são 65 delas em atividade. Uma cadeia produtiva que movimenta milhões de reais por ano, agregando desde o pequeno catador até os grandes e tradicionais ferros-velhos responsáveis pelo processamento final da sucata antes de enviar para a indústria siderúrgica como insumo na produção de aço. Um estudo do Inesfa (Instituto Nacional das Empresas de Sucata de Ferro e de Aço) indica que o comércio atacadista de sucata ferrosa no Brasil movimentou R$ 6,38 bilhões em 2010, cerca de 30% a mais que no ano anterior. Entre 2007 e 2011, a geração de empregos também aumentou 12% e atingiu 50 mil postos de trabalho diretos, mais 1,5 milhão indiretos. O setor não possui números regionais. De acordo com o delegado tributário de Rio Preto, Antonio Vessani, a maioria é formada por microempresas optantes do sistema Simples, que permite uma receita bruta até R$ 360 mil por ano. Os grandes ferros-velhos se resumem em menos de uma dezena. Valter Luis dos Santos, gerente geral do Ferro Velho São Paulo, um dos maiores de Rio Preto e filiais na região, estima que mensalmente o município produza cerca de 2 mil toneladas de sucata de obsolescência para reciclagem. Todo material é processado é enviado a três grandes siderúrgicas, a principal delas do grupo Gerdau, localizada em Araçariguama, a 440 quilômetros de distância. Antes de embarcar a sucata é triturada e prensada em fardos, que pesam aproximadamente 900 quilos cada um. A viagem é feita em caminhões, que levam até 25 toneladas. Na semana passada a indústria siderúrgica estava pagando R$ 0,40 o quilo da sucata de obsolescência. O levantamento do Inesfa também comprova que 57% do setor é formado por microempresas que possuem até quatro funcionários formais, a exemplo da família do rio-pretense Arlindo Candidato da Silva. Ele e o filho Gabriel são responsáveis pelo pequeno ferro-velho Eldorado, localizado na região norte, há mais de duas décadas no mercado. O barracão na rua Indiaporã armazena todo tipo de material reciclável. A sucata de obsolescência representa 30% do estoque – sem contar peças, principalmente de carros, que ainda podem ser reaproveitadas e vendidas no comércio de usados. São bicicletas, fogões, armários, utensílios domésticos quebrados sem mais condição de uso que serão enviados para reciclagem, mas antes passam por uma triagem. Por mês, a pequena empresa familiar retira das ruas de Rio Preto cerca de dez toneladas de todo tipo de material reciclável fazendo o trabalho intermediário antes de a sucata chegar aos grandes ferros-velhos. “O forte nosso é o vidro. Tem ainda a parte das peças que fica para venda. Metal mesmo são duas, três toneladas”, explica Arlindo. (Guto Pereira – Diário da Região)

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