Gripes e infecções em crianças exigem cuidados
Gripes e infecções em crianças exigem cuidados
Publicado em: 19 de julho de 2013 às 06:58
Os dois primeiros anos de uma criança estão sujeitos à presença de infecções, principalmente respiratórias. A bronquiolite é uma delas, um quadro respiratório que tende a acometer menores de dois anos, mas em especial bebês nos primeiros seis meses de vida. A bronquiolite aguda é causada por vírus, sendo o principal deles o sincicial respiratório (VSR), que afeta as pequenas ramificações dos brônquios, chamadas de bronquíolos. O VSR é responsável por até 80% das infecções. Os demais agentes conhecidos são o vírus parainfluenza 1 e 3, adenovírus, rinovírus e Mycoplasma pneumoniae.
Segundo a pediatra Sonia de Lourdes Liston Colina, do complexo hospitalar Edmundo Vasconcelos, de São Paulo, a incidência da doença é maior nos meses do outono e inverno, pois são períodos em que o vírus está circulando mais, além da maior possibilidade de contágio.
O início da doença pode ser como uma gripe, informa a pneumologista infantil Eliane Henriques Moreira Alfani, membro da equipe de coordenação da pneumologia pediátrica do hospital São Luiz, da unidade Anália Franco, de São Paulo. “Pode ou não ter febre, mas sempre piora gradativamente até o quinto ao sétimo dia, quando então começa a melhorar lentamente, mas a tosse e diferentes graus de chiado poderão persistir por três semanas, na maioria dos casos.”
Os sintomas são marcados pela tosse, chiado no peito e falta de ar, sendo que a intensidade pode variar de criança para criança. “Os pais devem ficar atentos para o surgimento de cansaço para respirar, irritabilidade com choro frequente e tosse persistente. Nestes casos, devem procurar o serviço médico de emergência para que a criança possa ser avaliada quanto à gravidade do caso e para que possa receber as medicações necessárias”, diz a pneumologista.
A busca por atendimento médico é importante porque, em alguns casos, cerca de 10% necessitarão de tratamento hospitalizado e até em unidades de terapia semi ou intensiva. “Quando a respiração fica acelerada, há dificuldade para mamar, gemência, tosse com vômitos e crises de cianose (o bebê fica roxinho). Qualquer um desses sintomas é sinal de alerta aos pais”, diz Eliane.
A maioria, porém, tem estabilidade do quadro respiratório após o tratamento com inalações e fisioterapia respiratória. Em casos mais graves, corticosteroides e antibióticos podem ser administrados na presença de um quadro infeccioso associado.
“Alguns casos evoluem com baixa oxigenação, precisando de um atendimento mais cuidadoso. Outros podem evoluir com complicações, sendo a mais comum a broncopneumonia”, informa a pediatra Sonia. Um exame de radiografia do tórax da criança ajudará a mostrar o grau de inflamação dos brônquios e bronquíolos no pulmão.
Infecção em adultos
A bronquiolite é muito comum em crianças pequenas, mas adultos também estão sujeitos a desenvolver essa infecção, embora a infecção seja mais rara. As causas, porém, são bem diferentes. Ao contrário da infecção por um vírus, a bronquiolite em adultos pode ser constritiva, por refluxo gástrico, na forma idiopática (sem causa aparente) ou por uso de medicamentos que podem causar uma espécie de reação alérgica.
Após um transplante de pulmão, a bronquiolite também pode acontecer como uma rejeição ao órgão recebido. “Doenças autoimunes, como lúpus e esclerodermia, e a própria asma também podem provocar uma quadro de bronquiolite quando atinge as pequenas vias aéreas, embora seja menos comum”, informa o pneumologista Igor Bastos Polonio, membro da diretoria da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT).
A aspiração de poeiras minerais, que é considerada uma doença ocupacional, a hipersensibilidade (alergias) ao contato de mofo ou travesseiros de pena de ganso, criação de pássaros e uso de fogão à lenha também são causas possíveis para a bronquiolite. “E muitas outras doenças pulmonares com envolvimento pulmonar, mas mais raramente ainda são os vírus, no caso de adultos”, conta a pneumologista infantil Eliane Henriques Moreira Alfani.
Se a manifestação da doença é muito grave, impedindo o restabelecimento mesmo com o uso das medicações disponíveis, o adulto pode apresentar um quadro de insuficiência dos pulmões, sendo necessário um transplante do órgão. ( Elen Valereto – Diário da Região)
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