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Justiça bloqueia dinheiro de "investidores" do TelexFree na região

Justiça bloqueia dinheiro de "investidores" do TelexFree na região

Publicado em: 02 de julho de 2013 às 10:59



A Justiça bloqueou pelo menos R$ 2 milhões de 3 mil pessoas que se cadastraram como divulgadoras dos produtos da empresa Telexfree na região de Rio Preto. O site é suspeito de promover pirâmide financeira, o que é crime no Brasil, disfarçada com a venda de pacotes de telefonia pela internet. O Ministério da Justiça apura possível descumprimento das normas do Código de Defesa do Consumidor.

Já o Ministério Público em sete Estados investiga a Telexfree por crime contra a economia popular, estelionato, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. A Promotoria do Acre ingressou com ação contra a empresa, e no dia 18 de junho a 2ª Vara Cível de Rio Branco concedeu liminar suspendendo as atividades da empresa. Desde então, toda a movimentação financeira dos filiados à Telexfree está bloqueada.

“Não somos bandidos. Somos trabalhadores como qualquer um, e queremos de volta o direito de ganhar nosso sustento”, afirma Iolando Lotti Neto, 31 anos. O cálculo do valor bloqueado foi feito pelo Diário a partir do valor mínimo investido no negócio, R$ 700. Mas há casos de rio-pretenses que, em menos de seis meses, amealharam R$ 50 mil.

É o caso do próprio Iolando, que investiu R$ 2,8 mil há cinco meses. Diante da alta rentabilidade, pediu demissão do emprego há 20 dias para se dedicar somente à Telexfree. A empresa, cuja matriz é norte-americana, chegou há pouco mais de um ano no Brasil com a proposta chamada “marketing multinível”.

“Ao que parece, a venda do pacote de telefonia é só uma roupagem para a prática da pirâmide”, diz o promotor Antônio Ganacin. “Vai chegar o momento em que não haverá mais candidatos a ingressar no grupo, e a pirâmide entra em colapso”, afirma o economista Bruno Sbrogio.

Mas os adeptos da Telexfree se defendem. “Não é pirâmide porque vendemos um produto, e todos os que integram o negócio estão satisfeitos”, afirma Jacson Peripolli, 30 anos, que investiu R$ 700 há quatro meses e hoje diz ter ganho R$ 19 mil. “O negócio não é infinito. Depois de um ano, o contrato acaba, e você tem que começar tudo de novo.” Nenhum representante da empresa foi localizado ontem.

Carreata pede desbloqueio

Os divulgadores da Telexfree na região planejam para esta semana uma carreata em Rio Preto como protesto pela decisão judicial de bloquear as contas bancárias da empresa. “Só falta definir dia e hora”, afirma Iolando Lotti Neto, um dos organizadores.

No último sábado e domingo, houve carreata pela cidade, com cerca de 20 veículos. Os adeptos da empresa esperam que ainda nesta semana a liminar da 2ª Vara Cível de Rio Branco seja derrubada pelo Tribunal de Justiça do Acre.

“Marketing multinível’

A Telexfree não é a única empresa a implantar no Brasil o conceito de “marketing multinível”. A Bbom, fundada em Rio Preto, adota estratégica parecida. Só muda o produto comercializado: em vez de pacote de telefonia, rastreadores de veículos.

“Já vendíamos pelo sistema de franquia, e há quatro meses adotamos o ‘marketing multinível’”, diz o diretor da empresa, Edinaldo Bispo. Ele nega que o negócio configure pirâmide financeira. “É ilegal dividir nossos lucros para ampliar nossa publicidade?”, questiona. Ele também procura diferenciar a empresa da Telexfree. “O produto deles não é palpável. O nosso é.” Atualmente, a Bbom conta com 280 mil divulgadores da marca no Brasil, além de 700 funcionários diretos.

(Allan de Abreu – Diário da Região)

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