Mais 2 agressores de Tony são julgados no Fórum de Votuporanga

São julgados hoje (30/8) FlávioMalavazzi e Marcelo dos Santos pela acusação de serem co-autores do espancamento de Tonny Pires Custódio, em 2010, na saída de uma boate em Votuporanga.

Os dois recorreram das acusações no Tribunal de Justiça de São Paulo. No julgamento do recurso, ambos tiveram os pedidos rejeitados e o processo retornou à Terceira Vara, na cidade.

O juiz da 1ª Vara Criminal de Votuporanga, Jorge Canil, acolheu o recebimento da denúncia e levou o caso a júri popular.



Na época, o espancamento ganhou grande repercussão e comoção popular no município. Também provocou intensa discussão sobre a proibição de festas na modalidade “open bar”(quando a pessoa paga ingresso para entrar e tem acesso ilimitado às bebidas alcoólicas).



Sorteio dos jurados

No dia 15 de agosto, foram selecionados os 25 nomes dos jurados que podem compor o Conselho de Sentença para o julgamento de Flávio Malavazzi e Marcelo dos Santos. O sorteio foi realizado no Fórum de Votuporanga, acompanhado pela juíza de direito Daniella Camberlingo Cherubini.

Um novo sorteio acontecerá hoje, 30/08, para a escolha dos sete jurados, dentre os 25, que decidirão o futuro dos acusados pela agressão. A defesa e a acusação têm direito de dispensar até três deles, segundo o Tribunal de Justiça.



Relembre o caso

O fato ocorreu em 4 de abril de 2010, pouco depois da 5h, na avenida Nasser Marão. Após um desentendimento, Tonny Pires Custódio foi espancado por grupo. A vítima foi socorrida e encaminhada para Santa Casa com traumatismo craniano e risco de morte.

Custódio permaneceu internado na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) por vários dias e ficou com graves sequelas, como dificuldade de locomoção e perda de memória.



Julgados

Ao todo, cinco pessoas foram denunciadas pela participação nas agressões. O primeiro acusado foi Jhonatan Junio dos Santos, condenado a 12 anos e oito meses de prisão, por tentativa de homicídio triplamente qualificada. André Henrique de Lima foi julgado e absolvido. Elder de Souza está foragido.



O perdão

Em entrevista para o jornal A Cidade, em julho deste ano, quando questionado sobre qual foi o momento mais difícil depois das agressões - se foi a difícil recuperação ou as sequelas - o jovem surpreendeu com sua simplicidade.



“Foi quando fiquei sabendo do primeiro julgamento. Lógico que, quando a gente que vai à igreja, todos os irmãos falam em perdoar, e nos primeiros momentos eu disse sim. Mas no dia antes do julgamento, criou revolta no meu coração. Como vou perdoar uma pessoa que acabou com a minha vida? Sim, ele vai ser preso, vai ficar uns tempos lá, mas depois sair e vai estar com o corpo inteiro, diferente de mim. Nesse momento, meu coração se fechou. Até que o juiz (Jorge Canil), que foi como Deus, fez a primeira pergunta dele no julgamento que é: você perdoa? E com, o coração livre, eu disse que sim. Foi um dos grandes momentos da minha vida, em que meu coração começou a pulsar em Deus”, disse Tonny.




(Alex Pelicer - A Cidade)