Chuva causa morte e estragos na região

Um lavrador morto em Tanabi, queda do telhado de um restaurante durante o almoço sobre clientes, quatro acidentes em rodovias com uma vítima grave, além de blecaute em vários bairros por até 20 horas, árvores caídas e muita sujeira nas ruas. Rio Preto e municípios da região são castigados desde segunda-feira à noite, quando ocorreu uma tempestade tropical que registrou ventos de até 54 km/h e provocou bastante estragos. O caso mais grave foi a morte do lavrador Silvio Carlos Siqueira, 45, foi encontrado numa plantação de laranja em Tanabi, por volta das 16 horas de ontem. Devido à chuva, bombeiros e polícia tiveram bastante dificuldade de acesso ao sítio. Até o fechamento desta edição a perícia ainda trabalhava no local. Siqueira foi encontrado caído debaixo de um pé de laranja já sem vida por outros colegas. Inicialmente, devido ao estado do corpo, bombeiros acreditam que ele tenha sido vítima de uma descarga elétrica provocada por um raio, mas a causa da morte só será confirmada com o laudo em 30 dias. Ao ser encontrado, o corpo do lavrador já apresentava um estágio avançado de rigidez, o que impediu precisar o horário exato da morte, segundo bombeiros. Colegas disseram à polícia que cada um atuava em uma rua da plantação, e Siqueira foi localizado na hora quando todos se preparavam para ir embora. Em Rio Preto o caso mais grave registrado foi a queda do telhado de um restaurante na avenida Fernando Costa, zona leste, por volta das 13 horas. Clientes almoçavam quando a cobertura despencou. Quatro pessoas ficaram levemente feridas e foram socorridas pelos bombeiros ao hospital Austa. Todas tiveram alta ontem. No caso mais grave o analista de sistema Laudenir Gazola Junior, que se queixava de dores de cabeça, ficou seis horas em observação. As outras vítimas são a auxiliar administrativa Jéssica Marras Ottoboni, 22, o vendedor Anderson Pires, 31, e o analista de sistemas Enio de Souza Sueth, 33. O gerente de canais Edson Grella, 46, almoçava quando a estrutura caiu. “Só me lembro de pavor e desespero. Ouvi o barulho quando as telhas caiam na minha cabeça. Ajudei a tirar duas pessoas dos escombros. Graças a Deus ninguém teve ferimentos graves". O restaurante funciona há quatro anos num sobrado alugado. O gerente Cairo Toledo Gouveia, 35, disse que cerca de 50 pessoas almoçavam na hora do acidente. Pelo menos uma dezena estava debaixo da estrutura. Segundo ele, a cobertura era nova e o estabelecimento tem todos os alvarás de funcionamento. Filho do proprietário do imóvel, o advogado Rafael Gustavo dos Santos, 31, que mora em cima do restaurante, disse que ouviu um estrondo e saiu para ver o que estava acontecendo. “Quando cheguei na sacada vi tudo caído”, disse. O resgate chegou em dez minutos. Segundo o tenente Eric Daniel Cocce, 33, a ventania do dia anterior e as telhas molhadas podem ter causado a queda, mas ainda é preciso aguardar os laudos da perícia. “Isolamos a área, vamos fazer o rescaldo e esperar a perícia que vai determinar a causa do acidente.”, disse. A Defesa Civil também esteve no local e interditou a parte externa do restaurante. Segundo o engenheiro José Olimpio, 54, a circulação de pessoas fica proibida até a remoção dos escombros e a revisão da parte elétrica. Para a reforma, o restaurante terá de apresentar e ter aprovado projeto na Prefeitura. (Diário da Região)