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Tratamento mais barato para os olhos na região

Tratamento mais barato para os olhos na região

Publicado em: 18 de setembro de 2013 às 18:36



Uma nova esperança para os portadores de doenças na retina, como trombose ocular, retinopatia diabética e outras doenças inflamatórias - uveítes - que afetam a vascularização do globo ocular acaba de ser apresentada durante o congresso internacional da Sociedade Americana de Especialistas em Retina, em Toronto, no Canadá, por especialistas brasileiros.

O trabalho implica num implante de medicamento na cavidade vítrea, que fica atrás do olho, por intermédio de uma cânula de meio milímetro, que é introduzida na parte branca do olho, reabsorvida pelo organismo, após a liberação do medicamento, para impedir a hemorragia.

O tratamento foi desenvolvido pelo oftalmologista Rubens Siqueira, de Rio Preto, em parceria com o professor Rodrigo Jorge, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, de Ribeirão Preto, e o pesquisador e professor Armando da Silva Cunha, da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e deverá reduzir o custo do tratamento - de cerca de R$ 7,5 mil ao ano para R$ 500.

O oftalmologista Rubens Siqueira explica que após a aprovação dos testes em animais foi autorizado o uso em seres humanos (estudo clínico), cuja primeira etapa foi realizada, com sucesso, em dez pacientes. A partir de agora, os pesquisadores seguem para a segunda fase de estudos, onde poderão participar de 100 pacientes a mais. “O estudo já mostra que o medicamento age em doenças vasculares da retina que levam à baixa de visão e cegueira.

O implante foi capaz de melhorar a visão dos pacientes que apresentavam um inchaço na área central da retina decorrente de oclusão vascular da retina (edema de mácula). As mulheres são as mais afetadas, na proporção de uma mulher para cada três homens.

‘Viajo sozinha’

A aposentada Maria Oliveira Gama da Silva, de Santa Rosa, conta que sofreu uma trombose ocular aos 54 anos, devido ao fato de ser fumante por muitos anos. E com isso ficou sem enxergar das duas vistas. “Depois de rodar por vários centros de saúde, fui encaminhada para o Hospital de Clínicas da USP, em Ribeirão, e foi só depois de receber o tratamento com o medicamento do estudo e os anticoagulantes que tive boa parte da minha visão recuperada. Hoje, uso óculos e me sinto ótima, apesar de ter sofrido um pouco no primeiro mês, ainda sem enxergar. Já até viajo sozinha”, diz.

Uma vez aprovado, o tratamento poderá beneficiar uma quantidade imensa de pacientes. Até porque, segundo o oftalmologista Rodrigo Jorge, a doença afeta em especial a população mais idosa, entre os 50 e os 70 anos de idade. “Temos só no Brasil cerca de 30 milhões de pessoas vítimas de alguma destas doenças”, diz. Daí a razão para os pesquisadores irem a Brasília, nos próximos dias, para conversar com representantes do Ministério da Saúde a fim de obter algum tipo de apoio que possa minimizar os custos das próximas fases do estudo.



Laser de última geração ameniza trauma durante procedimentos

Outra tecnologia também disponível em Rio Preto para tratamento da retina, de forma menos traumática, é o equipamento denominado Constellation. Com o aparelho de última geração é possível realizar cirurgias para correções de problemas na retina, mácula e estruturas posteriores do olho.

O laser tem sido utilizado com mais frequência para corrigir descolamento de retina, tratar de retinopatia diabética, doença da mácula e catarata. “Este aparelho ajuda a manter o controle adequado da pressão ocular durante todo o procedimento, com isso, o paciente tem uma recuperação mais rápida e com maior conforto”, afirma a oftalmologista Paula Miyasaki, chefe do Departamento de Retina e Vítreo do HO Redentora.

Já aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), desde 2010, o aparelho realiza até cinco mil cortes por minuto, o dobro da potência do seu antecessor, o Accurus, lançado há dez anos. Outra vantagem é a sonda de menor calibre, com o poder de reduzir quatro vezes o tamanho médio da incisão ocular, de 1 milímetro para até 0.25 milímetro.



Tratameno menos invasivo

Rodrigo Jorge lembra que até hoje o tratamento só era possível com uma tecnologia importada, cuja implantação requer uma incisão 0.2 mm maior. Além de muito mais cara trazia o incômodo de ter de projetar um dispositivo para dentro do olho, por intermédio de uma molinha, para dispersar o medicamento, e a mesma só pode ser retirada mediante uma microcirurgia. E há ainda um outro implante importado que é biodegradável (Ozurdex), que não precisa ser retirado do olho.


Ao passo que o tratamento feito pelos pesquisadores nacionais, além de ser minimamente invasivo, é reabsorvível ao longo de 3 a 4 meses, período que leva para a dexametasona - um medicamento pertencente à classe dos corticosteroides, que atua no controle da velocidade de síntese de proteínas - ser dispersada. “A vantagem é que a liberação é gradual e vai sendo degradado pela própria infiltração do líquido”, explica.



(Cecília Dionízio – Diário da Região )

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