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Catapora faz segunda vítima na região em menos de um mês

Catapora faz segunda vítima na região em menos de um mês

Publicado em: 29 de outubro de 2013 às 06:41

A catapora fez a segunda vítima em Rio Preto este ano. E a quarta dos últimos cinco anos. Willian Henrique Rocha de Souza, 2 anos, morreu no sábado vítima da doença depois de passar três vezes em postos de saúde do município.





A família está revoltada e acusa negligência médica. “Os médicos dos postos de saúde mataram meu filho. Ele morreu por falta de humanidade. Os médicos nem olharam para ele. Parece que estavam com nojo, nem examinaram o menino”, indigna-se a mãe Edcele Souza Silveira, 20 anos. A mãe conta que a peregrinação para salvar a vida do pequeno Willian começou no dia 13 de outubro, quando apareceram as primeiras feridas que caracterizam a doença. “Ele estava com umas duas feridinhas na boca. Como ele reclamava de dor para comer, eu o levei no domingo, na UPA Norte, já que na UPA do Santo Antonio não tinha pediatra”, conta a mãe. Nesse dia, o médico que atendeu o paciente diagnosticou catapora, receitou um spray para passar na boca e o liberou. Uma semana depois, as feridas aumentaram e se espalharam pelo corpo. A mãe mais uma vez procurou atendimento médico na Unidade Básica de Saúde Santo Antonio. A médica receitou quatro medicamentos: um remédio para alergia (Laratidina), outro para febre (Paracetamol), um colírio (Gentamicina) e banho com permanganato de potássio, para amenizar a coceira causada pelas feridas. “Pegamos os remédios, fizemos o tratamento que a médica pediu e fomos para casa. No dia seguinte a febre aumentou muito, mesmo com os remédios a temperatura não diminuía. Então, no dia 24, quinta-feira, voltamos na UBS do Santo Antonio”., conta Edcele enquanto segura uma foto do filho. Segundo a mãe e a avó do garoto, Mariza Silvano de Souza, 45 anos, o médico examinou a criança sem ao menos levantar a camiseta. “Eu falei para o médico que ele estava com a barriga inchada, sem comer e sem urinar e ele apenas me perguntou se a médica que tinha atendido da outra vez não havia prescrito uma receita. Eu respondi que sim e ele me respondeu rispidamente: ‘Seu filho está com manha, continua o tratamento receitado anteriormente’”. Edcele saiu da unidade de saúde sem qualquer receita ou pedido de exame. Continou o tratamento receitado, mas o garoto só piorava. Segundo ela o menino “urrava de dor na barriga” e já estava muito fraco, pálido e sem dormir. No dia seguinte, sexta-feira, Edcele foi para a UPA Norte e a médica que o atendeu disse que o inchaço na barriga do garoto era proveniente de uma queda. “Ela disse que alguém tinha derrubado meu filho, por isso a barriga dele estava inchada, e me encaminhou para o Hospital de Base para investigar o inchaço”, afirma. Ao chegar no HB por volta das 10 horas, a criança só foi internada às 13 horas. “Só à noite eles deram soro e remédios para meu filho. Foi colhido sangue e realizado um raio-x. Na manhã de sábado, ele ainda estava muito ruim e não havia urinado. A médica então decidiu transferí-lo para a UTI”, diz a mãe. Assim que foi para a UTI pediram autorização para transfusão de sangue. A mãe e a avó autorizaram. Mas, às 12h35 a criança morreu.







No atestado de óbito constam três causas: choque séptico, celulite de parede abdominal e varicela (catapora). Saúde investiga; HB se exime A assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde limitou-se a informar, em curta nota, que o caso do menino Willian está sendo apurado pelo Departamento de Vigilância Epidemiológica do município. O Hospital de Base afirmou que o paciente foi prontamente atendido ao dar entrada na emergência, sendo realizados exames, ministrados antibióticos e feitos todos os procedimentos adequados à evolução clínica. Porém, devido ao quadro em que se encontrava ao chegar à instituição, o paciente faleceu em decorrência de choque séptico. Consultado pelo Diário ontem, o infectologista do hospital Emílio Ribas, em São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse que a catapora é uma doença que normalmente atinge crianças e a evolução é tranquila sem qualquer complicação. Porém, em adultos e pessoas com problemas imunológicos pode acontecer a forma mais grave e levar a morte. “Como é uma doença causada por um vírus, cada pessoa reage de uma forma. O mais importante é acompanhar a evolução do paciente.



Neste caso, como a criança estava sem comer e principalmente sem urinar, estava aí um indicativo da gravidade do caso e que merecia exames e indicação para um hospital de referência”, explica o médico. Ele diz que pelo atestado de óbito o garoto estava com uma infecção abdominal e foi isso que agravou o caso. “O diagnóstico precoce em casos como esse é fundamental para a boa evolução do paciente”, afirma o médico.





(Victor Augusto – Diário da Região )

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