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Santa Casa de Fernandópolis faz primeira captação de órgãos

Santa Casa de Fernandópolis faz primeira captação de órgãos

Publicado em: 30 de outubro de 2013 às 13:08

A Santa Casa de Fernandópolis realizou pela primeira vez em sua história uma captação para doação de órgãos. O hospital tem 57 anos de atividades.





O procedimento iniciado na madrugada desta terça-feira, 29, foi feito em uma paciente de 41 anos que deu entrada na UTI - Unidade de Terapia Intensiva - na última semana com quadro clínico de AVC-H - Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico -, mais conhecido como derrame. Foram retirados o fígado e os rins. Após uma série de tentativas médicas, a paciente evoluiu para morte cerebral, que foi confirmada às 13h30 de segunda-feira. Depois de cumprir o protocolo do hospital, familiares foram comunicados e, sensibilizados, aceitaram em doar os órgãos. “Mesmo abalados com a morte, a família compreendeu que poderia ajudar outras pessoas e transformar aquele momento em alegria para quem espera ansioso por um órgão”, contaram as enfermeiras Maira Queiroz Cazarin e Rosinei Pollo, capacitadas para atuar em casos de captação de órgãos e responsáveis pelo contato com os familiares da paciente. Com a autorização da família, a Santa Casa de Fernandópolis acionou uma equipe médica do Hospital de Base de São José do Rio Preto, que iniciou toda a preparação para a captação, além de fazer contato com a lista única de transplantes do Estado de São Paulo para saber dos possíveis receptores compatíveis. Esse processo de verificação de compatibilidade demorou cerca de 6h. Já na noite de segunda-feira, uma equipe médica de São José dos Campos, para onde o fígado foi levado, foi avisada e dois médicos se deslocaram de avião até São José do Rio Preto. Depois seguiram de táxi até Fernandópolis.



CIRURGIA



Acompanhados de mais um médico e um enfermeiro do Hospital de Base, os quatro profissionais chegaram em Fernandópolis por volta das 0h30. A cirurgia para retirada do fígado começou cerca de 40 minutos depois e terminou às 2h30 da madrugada. Logo depois, o órgão foi levado para Rio Preto e seguiu de avião para São José dos Campos, onde o receptor aguardava para dar início ao processo de transplante. De acordo com o médico Sandro Rogério Serafim, chefe da equipe de transplantes da Santa Casa de Fernandópolis, após sua retirada o fígado deve ser transplantado em até 12 horas. Enquanto isso, em Fernandópolis, a equipe do Hospital de Base, acompanhada pelo médico Sandro Serafim, iniciou às 2h30 a cirurgia para retirar os rins. O procedimento terminou uma hora depois. De acordo com o chefe da equipe fernandopolense, o órgão seria encaminhado para Rio Preto para uma série de exames que iriam definir a compatibilidade do receptor. Seu transplante deve ocorrer em até 30 horas após a retirada. “As duas cirurgias foram tranquilas e tudo ocorreu dentro da normalidade. A Santa Casa de Fernandópolis ofereceu toda a estrutura necessária que a retirada dos órgãos fosse um sucesso”, destacou Serafim. Além dos profissionais de São José dos Campos e Rio Preto, a captação foi acompanhada por seis médicos, cinco enfermeiros e três técnicos em enfermagem. “Hoje temos o que comemorar graças ao trabalho árduo e pioneiro das equipes da UTI e de enfermagem do hospital, que não mediram esforços para que essa primeira captação se tornasse uma realidade”, conclui o médico.



EQUIPE



Os médicos que trabalharam nos procedimentos foram: Fernando do Carmo Bertucci, Paulo Fantini, Sandro Serafim, e os residentes Priscila Catelan, Gil Abdala e Tamires Moimaz. Os enfermeiros que ajudaram as equipes são: Tânia, Giseli, Fátima, Maira e Rosinei. E os técnicos em enfermagem são: Patrícia, Leandro e Irani.

RESISTÊNCIA



Apesar do gesto nobre da família da paciente de 41 anos, que aceitou doar os órgãos para transplantes na Santa Casa de Fernandópolis, muitas pessoas ainda resistem em autorizar a doação de órgãos no momento da perda de um ente querido. “É um sofrimento grande para quem perde, mas que pode ser transformado em alegria”, frisou o médico Sandro Rogério Serafim, chefe de transplantes do hospital. Para as enfermeiras Maira Queiroz Cazarin e Rosinei Pollo, responsáveis pelo contato com os familiares da paciente, é necessário que as pessoas tenham consciência da importância da doação.



“A gente nunca sabe quando vai precisar da doação de um órgão. Por isso, se pode contribuir, deve fazer”, destacaram. O provedor da Santa Casa de Fernandópolis, Geraldo Silva de Carvalho, acredita que o corpo é um simples instrumento de manifestações do espírito. “O corpo não nos pertence e observamos que diariamente ele se modifica sem nossa vontade”, concluiu.



(Jornal Cidadão)

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