Viagra feminino deixa mulherada maluca na região
Viagra feminino deixa mulherada maluca na região
Publicado em: 28 de outubro de 2013 às 17:06
Foi nas primeiras décadas do século 20 que surgiu a pílula anticoncepcional - medicamento que, na época, promoveu uma revolução sexual ao dar às mulheres o poder de começar a separar sexo de reprodução.Agora, duas novas drogas, ainda em fase de teste, prometem oferecer ao público feminino o poder de controlar seu apetite sexual.
Segundo a Emotional Brain, empresa holandesa de Adriaan Tuiten que há quase dois anos desenvolve testes das substâncias Lybrido e Lybridos, apelidadas de “Viagra Feminino”, bastaria colocar uma pílula sob a língua para, em três horas e meia, a mulher estar “pronta”, cheia de prazer.
Ainda não se sabe toda a eficácia e nem os efeitos colaterais dessas medicações, que, no momento, estão sendo testadas pela FDA, a agência americana que regulamenta alimentos e medicamentos. Se aprovadas, elas devem começar a ser vendidas nos Estados Unidos em 2015. À base de testosterona, vasodilatadores e substâncias que atuam no cérebro, o Lybrido e o Lybridos prometem devolver a libido às mulheres em três horas e meia.
Em entrevista ao “The New York Times”, o pesquisador holandês explicou a diferença entre as drogas. “A Lybrido aumenta a motivação sexual central e resposta sexual fisiológica, assim como o inchaço do tecido erétil e lubrificação vaginal. E a Lybridos aumenta a motivação sexual também, mas adiciona um agente ativo para combater mecanismos de inibição nas áreas do córtex pré-frontal.” A empresa resolveu desenvolver a pílula depois de uma pesquisa em que ficou constatado que a perda de libido está ligada à monogamia e à monotonia dos relacionamentos. “A diminuição da libido pode estar relacionada a questões hormonais, medicações em uso, saúde física e mental, além de condições de vida estressantes e questões relacionadas ao relacionamento com o parceiro.
Pacientes em uso de determinados tipos de anticoncepcionais, menopausa ou descompensação de doenças como tireoideopatias, doenças intestinais ou diabetes também podem ter a libido diminuída. Se não há um equilíbrio, o desejo e uma resposta satisfatória da mulher ao estímulo, sua vida sexual pode ser comprometida”, afirma o ginecologista e obstetra Eduardo Zlotnik, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.
Benefícios
A psicóloga e terapeuta sexual e coordenadora de pós-graduação em Sexualidade da Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp), Maria Jaqueline Coelho Pinto, lembra que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a vida sexual de uma pessoa é parte integrante da definição de saúde. “Os benefícios são enormes, como a autoestima elevada, melhora do humor, melhora do relacionamento com o parceiro, melhora da imunidade do organismo, uma vida, enfim, com mais afeto e amor.” Resgate do desejo É possível resgatar o desejo sexual a dois. Uma das dicas vem do ginecologista Eduardo Zlotnik. “O casal deve procurar relacionar o sexo à vida. Um casal que não tem tempo para conversar, passear a dois, ir ao cinema, ao parque ou a um bar, não tem tempo para o sexo com prazer e carinho.
O regaste envolve múltiplos aspectos da vida. Quando necessário, deve procurar ajuda de profissionais para avaliar cada situação. Um acompanhamento multiprofissional pode ser necessário, como o acompanhamento de ginecologistas, urologistas, psicólogos, terapeutas sexuais e até fisioterapeutas, dependendo da causa”, diz.
Prontidão feminina
Alguns especialistas acreditam que a nova pílula pode jogar sobre as mulheres mais uma exigência, que é a prontidão sexual feminina. “Isso é possível, afinal, as pessoas criam expectativas sobre essas pílulas de que elas sejam 'milagrosas', como aconteceu um tempo com o viagra. No entanto, é preciso ter consciência que mesmo prometendo aumento da libido não há garantias de que isso aconteça da mesma forma em todas as pessoas. Sexo envolve muitas questões, como tabus, mitos e questões de educação sexual transmitidas a cada um.
Os problemas femininos com relação ao desejo sexual aparentemente estão muito mais relacionados a fatores psicológicos do que físicos”, afirma a psicóloga e psicodramatista Gisele Lelis de Oliveira, de Rio Preto.
Impacto
Uma das perguntas em questão com a chegada do viagra feminino é: será que os homens e a sociedade estão preparados para essa possível nova mulher? “É evidente que sim. As mulheres, em geral, estão mais prontas e disponíveis para o sexo há décadas. Nenhum medicamento as tornará praticantes sexuais vorazes, ninfomaníacas, descontroladas a ponto de impactar a sociedade. Na melhor das hipóteses, o que pode ocorrer é alguma melhora na qualidade de relações sexuais prejudicadas ou até extintas em algumas relações”, afirma Mara Lúcia Madureira, psicóloga especialista em psicoterapia cognitiva-comportamental.
O que falta é romance Será que só a pílula resolve? Ela resgataria o desejo entre os casais? Ou é preciso injetar uma boa dose de romance? “Hoje, vemos uma desvalorização de pequenas atitudes com relação à parceira, ou ao parceiro. Precisamos de mais afeto, mais admiração, mais carinho, mais respeito uns pelos outros. Há aspectos emocionais que nenhuma pílula será capaz de desenvolver em uma relação amorosa”, diz a psicóloga Gisele Lelis de Oliveira.
O ginecologista e obstetra Eduardo Zlotnik chama atenção para o fato de que, sem uma alimentação adequada, com pouco tempo para atividade física, acompanhamento médico inadequado e, ainda, pouco tempo para cuidados em relação ao parceiro, pode ser mais decisivo para o destino da vida sexual de um casal do que a medicação. “Não há medicação que resgate o romance, a paixão e o amor. Mas pode ajudar a relação.” Sexo na maturidade Cada caso é um caso, mas alguns especialistas acreditam que, se eficientes e com poucos efeitos colaterais, os novos remédios podem, mesmo com a queda hormonal, dar às mulheres na menopausa uma vida sexual ativa. “De acordo com o laboratório, os novos medicamentos podem ser bastante úteis para melhora do desempenho sexual da mulher, principalmente no climatério, mas não se pode esquecer da reposição hormonal (estrogênios), pois sem essa não existe a lubrificação e elasticidade vaginal necessárias para se manter um ato sexual sem dores ou desconforto; desse modo, os dois tratamentos são complementares”, explica o ginecologista e obstetra Luiz Simões, docente da Famerp, em Rio Preto.
(Juliana Ribeiro – Diário da Região)
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