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Sítio arqueológico de Ouroeste ameaçado

Sítio arqueológico de Ouroeste ameaçado

Publicado em: 02 de abril de 2014 às 09:09

O Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) rejeitou na semana passada a proposta de tombamento de áreas do município de Ouroeste (150 km de Rio Preto) que formam um dos mais importantes sítios arqueológicos do país, próximo à usina de Água Vermelha.



Com a decisão, o processo foi arquivado. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Cultura, o conselho foi contra o tombamento porque “o complexo já é protegido no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos, do Iphan, que é o instrumento mais adequado de proteção para este tipo de patrimônio.” Ainda segundo a assessoria, a decisão pode ser contestada a qualquer momento, por meio de pedido de reconsideração direcionado ao conselho. Especialistas lamentaram o arquivamento. “O tombamento seria mais um mecanismo efetivo de fiscalização e preservação da área”, afirma o arqueólogo Robson Rodrigues. Para ele, o sítio arqueológico de Água Vermelha tem característica ímpar e deveria ter uma atenção especial do Estado. “É de alta relevância no cenário paulista, talvez o único devido aos esqueletos preservados. Do meu ponto de vista seria importante o tombamento, o cadastro estadual ajudaria ainda mais na preservação.” A notícia do arquivamento do processo pelo Condephaat chega exatamente 17 anos após os primeiros achados. A data era 1º de abril de 1997, quando dois pescadores avistaram ossadas de parte de um cemitério indígena Tupiguarani após a queda de algumas árvores a cerca de 600 metros da barragem da usina hidrelétrica. Na época, especialistas de todo país vieram à região para coletar dados e achados. Um relatório do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), assinado pela superintendente de São Paulo, a arqueóloga Maria Lucia Franco Pardi, mostrou toda mobilização da sociedade e a importância dos achados. “De imediato percebemos tratar-se de um contexto raro e de grande relevância. Cadastramos o sítio UHE Água Vermelha e recolhemos o material que havia sido escavado”, afirma o documento. O relatório final aponta que a região possui nove sítios arqueológicos, um deles com grande número de ossadas em um cemitério indígena. “Contamos aqui com um dos raros sítios a céu aberto identificados em todo território nacional, que contém informações sobre dieta, padrões de sepultamento e dados de antropologia física para grupos ceramistas”, conclui o parecer. Atualmente a ex-superintendente do Iphan em São Paulo está em Brasília e ontem não foi localizada para comentar o arquivamento.



Dos nove sítios descobertos em Água Vermelha, apenas cinco constam do cadastro do instituto e são protegidos pela lei federal 3.964/61 que também garante a preservação da área.



(Guto Pereira – Diário da Região)

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