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Comando da PM prende policiais após sumiço de tijolo de maconha

Comando da PM prende policiais após sumiço de tijolo de maconha

Publicado em: 07 de maio de 2014 às 11:46

Nove policiais estão presos desde a tarde desta terça-feira, 6, no quartel da Polícia Militar de Rio Preto, após o Comando do Policiamento do Interior (CPI 5) receber a denúncia de que um tijolo de maconha – apreendido com outras 59 unidades – na última quinta-feira, 1º, em uma chácara da Estância Santa Catarina, desapareceu no trajeto da chácara ao Plantão Policial.

O caso veio à tona após o delegado Hélio Fernandes dos Reis, plantonista da Central de Flagrantes e responsável pela elaboração do boletim de ocorrência, contar os tijolos de maconha fotografados pelos policiais militares ainda no local do flagrante e que foram postadas no Facebook. Apesar de a equipe liderada pelo capitão Paulo Sérgio Martins ter apresentado ao delegado Fernandes 59 tabletes, na foto é possível contar 60 unidades.

A fotografia serviu como estopim para que o delegado Hélio desconfiasse do relato da equipe sobre a quantidade de droga apreendida e elaborasse um ofício enviado à delegacia Seccional solicitando explicações sobre o extravio da droga avaliada em R$ 1,3 mil.

O delegado José Mauro Venturelli, titular da Seccional, informou que junto ao ofício foram anexadas as fotos publicadas na rede social, matérias de veículos da imprensa sobre a operação e uma cópia do boletim de ocorrência. “Determinei a instalação imediata de inquérito policial para investigar o sumiço da maconha.

O documento já foi entregue ao Deinter 5 e ao 3º Distrito Policial para que cada órgão tome as medidas administrativas que lhes competem. A corregedoria da polícia também será comunicada”, garantiu.

A operação realizada na última quinta-feira contou com a participação de 11 homens da 2ª e 4ª Companhias de Polícia Militar. De acordo com o boletim de ocorrência, na madrugada de quinta-feira, o Copom (central de operações da PM) recebeu uma denúncia anônima informando que um foragido do sistema penitenciário e membro do PCC estava escondido em uma das chácaras da Estância Santa Catarina e que o suspeito estava recrutando traficantes para distribuir entorpecentes na região.

O grupo formado pelos tenentes Lenarduzzi e Fonseca, 3º sargento Maurício, cabos Busquetti, Marlon, Gallo, Cover e Anacleto e soldados Fernando, Fabiano e Chaves seguiu até a rua 5 onde flagrou quatro homens. Dois deles estavam em uma moto, mas fugiram a pé e se refugiaram em uma casa. Trata-se de Mauro Lima Belchior, o “Zóio”, e os irmãos Messias, Márcio e Matheus da Cruz Ribeiro que foram presos com 5 tijolos de maconha. Uma outra equipe vistoriou o imóvel onde o quarteto foi flagrado primeiramente e encontrou Dário Ferreira da Silva, o Irmão Morato, que escondia na casa, segundo a versão da PM, outros 54 tijolos da droga. Todo o entorpecente foi organizado em uma mesa e serviu de cenário para os 11 policiais posarem para a foto que foi postada no Facebook, documento que motivou a prisão de 9 dos 11 policiais envolvidos.

Segundo informação do coronel Azor Lopes da Silva Júnior, comandante do CPI-5, dois policiais que não tiveram o nome revelado apenas deram apoio à operação transportando os cinco presos até a delegacia. “Por não terem manipulado a droga, a princípio, eles foram isentados de culpa”, disse. A determinação pela prisão do grupo partiu do coronel Afonso César Evaristo dos Santos, comandante do 17º Batalhão, que analisa duas hipóteses para o caso.

Uma é de que a droga foi desviada intencionalmente (e criminalmente) por um ou mais policiais, e a outra, que o tijolo pode ter caído durante o transporte até a delegacia. “Ambas as hipóteses são inadmissíveis e revelam falha no procedimento da polícia. O ocorrido tirou todo o mérito da operação que durou 12 horas e envolveu direta e indiretamente quase 100 policiais”, lamentou o coronel Azor Lopes. O comandante do CPI-5 acrescentou que os policiais podem ficar presos até 30 dias, de acordo com o que estabelece o artigo 18 do Código Penal Militar e que o caso já foi encaminhado à Justiça Disciplinar que vai investigar a responsabilidade no extravio da maconha. A denúncia feita pelo delegado Fernandes também já chegou ao Deinter 5, informação confirmada pelo delegado-assistente Raymundo Cortizo Sobrinho. “Analisei o documento e posso dizer que, a priori, existe sim uma contradição entre a versão da Polícia Civil e da Polícia Militar sobre a quantidade de droga apreendida. O documento será enviado à Corregedoria da Polícia até o final da semana para que a denúncia seja investigada”, disse. O Diário procurou o delegado corregedor Domingos José Marcos que informou que só vai se manifestar sobre o assunto após receber o documento.



(Diário da Região)

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