Elevação dos juros preocupa setor de supermercados

A Associação Paulista de Supermercados (APAS) avalia que a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil em elevar os juros básicos da economia, a taxa SELIC, em 0,25 pontos percentuais, atingindo 11,25% ao ano, reflete a preocupação com uma inflação mais elevada e persistente no cenário econômico atual.

A inflação atual tem se demonstrando mais resistente e persistente do que o esperado e, desta forma, a elevação dos juros aponta o reconhecimento por parte da autoridade monetária do atual cenário. Deste modo, a elevação dos juros sinaliza a busca pelo controle da inflação, porém, não é possível prever até que ponto este processo desinflacionário trará impacto no crescimento econômico brasileiro para 2015. A preocupação que se faz presente no momento atual é que esta alta dos juros traga um recuo da inflação, mas sob a pena de um crescimento por mais um ano abaixo do esperado. A decisão pela elevação não foi unânime, já que dos 8 integrantes, 5 votaram a favor da elevação e 3 integrantes votaram pela manutenção dos juros. A nota divulgada pelo Banco Central, após a decisão, expressa a cautela no que diz respeito à inflação, com os seguintes dizeres: "Para o Comitê, desde sua última reunião, entre outros fatores, a intensificação dos ajustes de preços relativos na economia tornou o balanço de riscos para a inflação menos favorável.

À vista disso, o Comitê considerou oportuno ajustar as condições monetárias de modo a garantir, a um custo menor, a prevalência de um cenário mais benigno para a inflação em 2015 e 2016". Vale ressaltar que a então taxa SELIC, em 11%, não foi suficiente para conter a inflação, que, em níveis elevados, impacta negativamente no poder de compra da população.

Mesmo diante do atual patamar de juros, a inflação oficial projetada para 2014, acima do teto da meta, de 6,5%, é superior à inflação oficial verificada em 2013, na ordem de 5,91%.