Homem sobrevive 13 horas agarrado a isopor após barco virar
Homem sobrevive 13 horas agarrado a isopor após barco virar
Publicado em: 03 de fevereiro de 2015 às 12:57
Um homem ficou 13 horas agarrado apenas em uma caixa de isopor para sobreviver depois que a embarcação em que ele estava virou no rio Tietê, em Sales.
Álvaro Antonio Lopes, de 57 anos, que mora em Catanduva, estava com o cunhado e dois sobrinhos em um barco de pesca que não suportou um forte ventania na madrugada de domingo. Álvaro disse ontem que sobreviveu por "milagre". Até agentes funerários estavam de prontidão às margens do rio, uma vez que o resgate dele vivo não era dado como certo.
O sobrevivente disse pensou em Deus e rezou. "Pedia a Deus forças para suportar o cansaço, resistir ao frio da água e para o vento acalmar. Não tenho dúvida de que fui salvo por um milagre", afirmou.
Os demais ocupantes da embarcação conseguiram se salvar bem antes de Álvaro com a ajuda de outros pescadores. No período em que aguardavam socorro, uma da vítimas segurou em uma árvore e os outros dois, no próprio barco, que ficou enroscado em galhos. Em meio à ventania, eles lançaram a caixa de isopor que serviu de apoio para Álvaro. Mesmo assim, ele foi levado pela correnteza para o meio do rio e foi encontrado a mais de quatro quilômetros de distância do local do acidente.
Álvaro disse que viu uma balsa que cruzava o rio e imediatamente começou a fazer sinais com um dos braços. "O aceno chamou a atenção do tripulante, que parou a balsa e me resgatou. Eu já tinha tentado ir para a margem do rio, mas ondas me lançavam para longe."
De acordo com os familiares que presenciaram os primeiros atendimentos médicos prestados ainda no local, Álvaro estava coma temperatura do corpo muito baixa, mas consciente. Ele foi socorrido ainda em Sales e transferido para Hospital Padre Albino em Catanduva, onde permanece internado. Ontem, seu estado de saúde era estável.
A ocorrência mobilizou os Bombeiros de Novo Horizonte e de Catanduva. As buscas atravessaram a madrugada e só se encerraram ao meio-dia de domingo, com a confirmação de que o quarto envolvido no acidente havia sido resgado. De acordo com o bombeiro Everson Donizete de Freitas, uma das particularidades dessa região onde o acidente aconteceu, são os ventos fortes.
Segundo ele, as consequências poderiam ter sido trágicas. "Verificamos que os coletes salva-vidas que deveriam estar na embarcação estavam guardados no carro. As vítimas foram surpreendidas pelo vento e não tinham conhecimento suficiente para evitar o acidente e pilotar a embarcação", disse.
Situações como essa são comuns por conta da falta de conscientização dos pescadores. "É necessário o mínimo de conhecimento para pilotagem de embarcações. Isso é fundamental para segurança de si próprio e de outras pessoas. É uma forma de prevenção, mas muitas ocorrências ocorrem pela falta de conhecimento", disse o bombeiro.
(Kátia Müller - Diário da Região)
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