Restos de alimentos coletados em supermercados, restaurantes e feiras livres de Votuporanga irão se tornar composto orgânico para utilização como adubo. Numa parceria entre a Saev Ambiental e Fundação Rotária Internacional, tendo o Rotary 8 de Agosto de Votuporanga como principal representante, foi assinada a ordem de serviço para início do projeto denominado “Compostagem Nova Vida”, que faz referência à Comunidade Nova Vida também integrante da iniciativa. Prefeitura de Votuporanga e Unifev entram como apoiadoras.
“O objetivo é executar a compostagem de resíduos orgânicos segregados na fonte, ou seja, transformar esses resíduos em composto orgânico (adubo). São resíduos orgânicos coletados em supermercados, restaurantes, feiras livres e outros grandes geradores (restos de frutas, legumes e alimentos em geral) juntamente com resíduos verdes (aparas de grama, resíduos de poda de árvores etc.)”, explica o Superintendente da autarquia, Gustavo Vilela.
O potencial do projeto em médio prazo é de processar cerca de 500 toneladas de resíduos orgânicos por mês que se transformarão em 50 toneladas de composto/mês, além de prever economia de recursos públicos em torno de R$ 60 mil, tomando como base os valores atuais pagos pela coleta e disposição final de resíduos no aterro sanitário.
Para todo o processo, que será feito de forma organizada e com controle da umidade e temperatura, foi construído um pátio de compostagem anexo à unidade terapêutica da Comunidade que recebeu equipamentos e um veículo picape para transporte dos resíduos. A Comunidade Nova Vida é uma entidade filantrópica que cuida de pessoas dependentes de drogas, álcool, visando a sua recuperação e reinserção social.
O projeto foi concebido, pouco antes da pandemia, por meio de recursos da Fundação Rotária Internacional no valor de R$ 166 mil, contando com a participação dos quatro clubes de Rotary de Votuporanga (Rotary Votuporanga, 8 de Agosto, Novo Milênio e Novas Gerações) e do Rotary Club Santa Fé (Argentina). Na época, foi publicada a Lei Municipal nº 6065, de 25 de outubro de 2017, que autoriza a autarquia a celebrar o Acordo de Cooperação com o Rotary para viabilizar o desenvolvimento do projeto.
A etapa inicial, antes da pandemia, foi considerada como um piloto, conforme definido no projeto submetido ao Rotary Internacional. Nas fases em que o projeto operou adequadamente foram processadas 14 toneladas/mês de resíduos orgânicos, sendo coletados resíduos de um supermercado, cerca de 6 t/mês, e recebidas 8 t/mês de resíduos verdes. Com isso, produzia-se cerca de 1 tonelada/mês de composto orgânico.
“A Saev Ambiental, como órgão responsável pelo manejo de resíduos sólidos do município, entende que o projeto retira resíduos orgânicos que iriam ser coletados e destinados ao aterro sanitário, promovendo a reciclagem e destinação ambientalmente adequada, em consonância à Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010) e ao Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Votuporanga, bem como gera economia de recursos financeiros públicos”, destaca Vilela.
Conforme informação do Rotary Club de Votuporanga 8 de Agosto, com a gestão adequada do projeto, existe a expectativa da expansão em curto prazo que pode atingir o processamento de 200 toneladas/mês de resíduos orgânicos e produção de 20 toneladas de composto por mês.
Uma empresa foi contratada para prestação de serviço de engenharia para a gestão e execução operacional, com ações de assessoria contemplando a execução da compostagem dos resíduos orgânicos segregados na fonte, provenientes de supermercados, restaurantes e feiras livres, bem como resíduos verdes de poda, capina e roçagem; elaboração e execução de programas de Educação Ambiental nas escolas do município e outras organizações da Sociedade Civil com foco na redução do resíduo aterrado.