O Comitê Intersetorial de Políticas Públicas para Pessoas em Situação de Rua, vinculado à Secretaria de Direitos Humanos, tem se reunido para conter o crescimento dessa população e melhorar os serviços já ofertados, articulando novas ações para proporcionar a dignidade humana para as pessoas em situação de rua em Votuporanga.Entre março e setembro deste ano, foi realizada uma pesquisa para conhecer o perfil das pessoas em situação de rua que transitam pelo município, onde 107 pessoas que vivem nessa condição foram entrevistadas.A pesquisa comprovou que a maioria das pessoas - 76% dos entrevistados – não é de Votuporanga.
Do total de entrevistados, 85% das pessoas em situação de rua são do sexo masculino; 32% possuem idade entre 41 e 50 anos; 37% são analfabetos; 68% declararam ser solteiros(as); 50% têm filhos e 56% ainda têm os pais vivos.Com os dados em mãos, o Comitê fez a apresentação da pesquisa para o prefeito Jorge Seba. Estiveram presentes na reunião o secretário de Direitos Humanos, Emerson Pereira; a secretária da Saúde, Ivonete Félix; o secretário da Cidade, Fábio Okamoto; Joaquim Ribeiro, representando a Secretaria de Assistência Social; e demais representantes do poder público.Durante a reunião, o prefeito Jorge Seba determinou que o Comitê desenvolva ações para melhores soluções e se prontificou em implantar outras políticas públicas necessárias. "Este grupo, com apoio da nossa administração, poderá contribuir na vida das pessoas em situação de rua, com autonomia para traçar metas e trabalhar em prol dos que mais precisam, objetivando resgatar aqueles que desejarem a transformação das suas vidas. Não podemos ser omissos a esse desafio".Emerson Pereira explicou que baseado nos dados, o Comitê estuda também solicitar maior oferta de passagens para as pessoas em situação de rua que desejarem retornar para o município de origem; contato com familiares para resgate no fortalecimento de vínculos; ampliação de vagas para acolhimento, entre outras ações. “Estamos nos unindo, pois são muitos os desafios em lidar com esta realidade em nossa sociedade", disse.Também está em planejamento o lançamento de uma ampla campanha que visa orientar a sociedade em não dar dinheiro, a popular “esmola”. O objetivo é divulgar os serviços prestados pelo município.
Demais dados da pesquisa
Os entrevistados relataram ainda as seguintes informações pessoais: 35% revelaram que o motivo que levou a viver nas ruas foi o alcoolismo e/ou separação conjugal; 23% disseram que o sentimento de viver nas ruas é o de abandono; 23% responderam que a maior dificuldade em viver nas ruas é a falta de alimentação e/ou local para dormir, e sobre o lugar de preferência que ficam, 35% responderam que são nas praças públicas.A pesquisa apontou que 37% recebem algum tipo de benefício do governo, a maioria sendo o Bolsa Família (65%).A maioria respondeu que possui contato familiar (56%), sendo 52% com os pais. Ao serem questionados se tinha alguém da família que está em situação de rua, 81% responderam que não.Do total de entrevistados, 74% responderam que têm alguma formação profissional, sendo que 21% são na área da construção civil.Referente à saúde, 65% relataram que não possuem problemas de saúde e 67% não fazem uso de medicação contínua; 85% fazem uso de álcool/cigarros e outras substâncias químicas; 63% já estiveram em clínicas de reabilitação e 52% revelaram que no atual momento não possuem interesse no tratamento.
Ações que já são realizadas
Para aqueles que desejam voltar às suas cidades de origem, a Secretaria de Direitos Humanos realiza a triagem e o encaminhamento para a Comunidade Assistencial Irmãos de Emaús (Casa Abrigo) ou Secretaria de Assistência Social, para receber o benefício eventual de viagem. Para aqueles que buscam uma nova oportunidade de vida, são ofertados serviços como cadastro e impressão de currículos, por meio do site EmpregaVotu, e também no programa Votuporanga em Ação 2.Vale destacar ainda que a Prefeitura de Votuporanga mantém também outros serviços essenciais e que contribuem na busca pela dignidade, enquanto se encontram em situação vulnerável, como a oferta de marmitas por meio do programa Prato Solidário, que é uma iniciativa do Fundo Social de Solidariedade em parceria com as entidades socioassistenciais Sociedade Espírita Beneficente Dr. Adolfo Bezerra de Menezes e Associação Beneficente Irmão Mariano Dias.
A entrega é feita na Comunidade São Francisco de Assis. Além disso, o Fundo Social e a Secretaria de Direitos Humanos fazem a entrega permanente de cobertores e sacos de dormir impermeáveis, além do kit higiene contendo escova e creme dental, barbeador e sabonete. Para as mulheres em situação e rua, são oferecidos ainda absorventes íntimos.
A Secretaria de Direitos Humanos fica na rua São Paulo 3741, centro. O telefone para mais informações é o (17) 3422-2770.