No último sábado, 9 de julho de 2016, aconteceu em São José do Rio Preto, a Solenidade alusiva à Revolução Constitucionalista de 1932, onde houve a outorga da “Medalha MMDC”.
Na oportunidade foram condecorados com a honraria policiais militares pertencentes ao 16º BPM/I Dezesseis Bpmi Pmesp Pmesp, sendo eles, o Capitão PM Kenji Takebe Junior, Comandante da 1ª Companhia de Fernandópolis, o Subtenente PM Marcos Antonio Marcos Hernandes, e o Cabo PM Reinaldo Neves.
Estiveram presentes na solenidade diversas autoridades civis e militares, entre elas o Prefeito de São José do Rio Preto Valdomiro Lopes, a Comandante do Policiamento do Interior 5, Coronel PM Helena Dos Santos Reis e o Comandante do 16º BPM/I, Tenente Coronel PM Antonio U. Dutra Jr.
REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932 – “ O LEVANTE PAULISTA”
Ontem como hoje, o papel mais arriscado sempre coube à Polícia Militar. Se, no passado, o “Exército Paulista” foi diversas vezes convocado para as frentes de luta contra as revoltas do período regencial, hoje, com a mesma coragem e heroísmo, nossa Instituição se agiganta contra o crime, tornando-se a última barreira de elevação em defesa da ordem pública, da unidade nacional, da liberdade e dos ideais democráticos, pelos quais sempre lutou.
Um desses momentos mais épicos foi a Revolução Constitucionalista de 32, um movimento cívico-militar jamais visto no Brasil, cujo objetivo nunca foi a independência, mas a união de todo o povo brasileiro. A descrição heráldica da nossa bandeira estadual já diz tudo: “o povo paulista defende o Brasil nos quatro cantos, mesmo com o sacrifício da própria vida”.
Um dos agravos que deram início à luta armada foi o açoite político de Getúlio Vargas contra a elite paulista, quando descartou do governo os líderes do partido Democrático para nomear um interventor desconhecido. O auge da humilhação ocorreu no dia 23 de maio, quando diversos jovens, dentre os quais Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, foram covardemente alvejados durante comício na Capital. Diante desse chocante episódio, os líderes paulistas, entre eles o Coronel Marcondes Salgado, comandante da Força Pública (hoje Polícia Militar), entenderam que havia chegado a hora de reagir para sublevar o império da ditadura.
São Paulo esperava ser apoiado belicamente por outros estados, o que não aconteceu na proporção necessária. Por exemplo, Bertoldo Klinger, general deposto do comando da circunscrição militar de Mato Grosso, chegou à capital paulista com um efetivo inexpressivo de 5 mil homens. Mesmo assim, com coragem e notável intrepidez, São Paulo partiu para as frentes de combate levando 9 mil homens da Força Pública, 3 mil soldados dissidentes do Exercito Nacional e 100 mil voluntários. Acreditou-se no apoio das indústrias, que improvisaram a produção de armas e munições. As mulheres tiveram papel notável: elas costuraram fardas, serviam como cozinheiras, participaram da Campanha do Ouro e algumas até mesmo foram para as trincheiras.
Todo este engajamento, porém, não foi suficiente para confrontar o inimigo. Como escreveu Meira de Mattos, o levante paulista de 32 “era um coração forte obrigado a pulsar num corpo fraco”. Em que pese à derrota no campo militar, o verdadeiro ideal da Revolução Constitucionalista de 32 – a volta do Estado Democrático – finalmente triunfou quando da edição da Carta Constitucional de 1934.
Não há dúvidas: a liberdade de que desfrutamos foi conquistada com o sangue dos eternos heróis da epopeia de 32 e daqueles que, ainda hoje, homens e mulheres da Polícia Militar, continuam a defender a sociedade com a mais valiosa e divina dádiva – a própria vida.