A avião bimotor modelo Navajo que transportava mais de R$ 15 milhões em cocaína pertence a um homem com vínculos nos estados de Minas Gerais e Goiás, porém ele não estava na aeronave no ato da interceptação pela Força Aérea.
O avião já pertenceu ao Corpo de Bombeiros do Distrito Federal e foi leiloado no ano passado, sendo adquirido por um empresário e transferido de propriedade em março deste ano. Estava legalizado junto aos órgãos de aviação.
Na interceptação foram presos o piloto, de 44 anos, e um acompanhante, de 38, que são do estado do Pará. A sequência da investigação pela Polícia Federal deve esclarecer a origem e o destino do carregamento bilionário da droga, provavelmente resultando na prisão de outros envolvidos. Por enquanto, outros detalhes da investigação são sigilosos para não atrapalhar o cerco.
VOO DO CRIME
O avião apreendido em Fernandópolis teria saído de Goiás e sido carregado com a droga no Mato Grosso. O deslocamento não consta nos sistemas abertos de rastreio. Porém, a aeronave foi detectada no radar da FAB ainda em território de GO e passou a ser acompanhada por um caça.
O piloto desrespeitou as ordens do comando e por pouco o avião irregular não foi abatido. Atualmente o Brasil tem protocolo para derrubar aviões de traficantes.
A perseguição só terminou em Fernandópolis, quando o piloto pousou. Nesse momento a Polícia Federal e Militar já estavam esperando e prenderam os ocupantes.
REDE INTERNACIONAL
Policiais acreditam que o carregamento pertença a uma rede internacional de narcotraficantes. Dependendo da pureza, a quantidade poderia ser triplicada com o chamado "batismo" - mistura de outros produtos químicos - chegando a render até R$ 50 milhões. De acordo com a PF, os 490 kg seriam descarregados em uma cidade do interior de São Paulo. Os pacotes tinha adesivos com a marca 'Ferrari', que é uma forma dos traficantes de identificar a procedência do entorpecente.
NOTA DA FAB
A Força Aérea Brasileira (FAB), em operação conjunta com a Polícia Federal, interceptou, na tarde desta sexta-feira (05), um avião de pequeno porte, modelo Piper Navajo, em voo irregular sobre o estado de Goiás. A ação envolveu duas aeronaves A-29 Super Tucano da FAB, além de todo o Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA).
Clique aqui para baixar a imagem originalA aeronave suspeita foi classificada como tráfego aéreo desconhecido e passou pelos procedimentos de interrogação e acompanhamento até o pouso na região de Fernandópolis (SP), tudo sob a coordenação do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE). Após o pouso, a Polícia Federal e a Polícia Militar local assumiram as ações. Na aeronave foram encontrados mais de 450 quilos de cocaína.