A Polícia Federal de Rio Preto prendeu ontem (13) dois homens suspeitos de integrar uma quadrilha especializada em vender drogas por meio de perfis no Instagram. O bando já é investigado desde 2019. Os nomes dos detidos não foram divulgados.
De acordo com a investigação coordenada pelo delegado Gustavo Gomes, a quadrilha é composta por amigos, da faixa etária de 20 a 30 anos, de classe média, moradores de condomínios de Rio Preto. Eles se dividiam para comprar a droga de fornecedores dos estados de Minas Gerais e do Paraná, faziam a propaganda em stories do Instagram de cinco perfis falsos e negociavam por meio do direct, o bate-papo do aplicativo. A entrega era feita via Correios.
O grupo também era conhecido por comercializar tipos diferenciados de maconha, com cultivo especializado para aumentar o poder de entorpecer. Quanto mais rara, mais cara era a droga.
A investigação foi iniciada em 2019, quando a PF apreendeu uma remessa postal de drogas. Com base nas informações da correspondência, os policiais conseguiram descobrir os participantes do bando.
Depois de reunir provas suficientes, foi realizada em 14 de junho do ano passado a primeira etapa da Operação Green Net. Em 21 de janeiro deste ano, durante a segunda fase da Operação Green Net, a PF já tinha cumprido oito mandados de prisão temporária contra oito suspeitos, em Rio Preto, Mirassol, Indaiatuba, Araçatuba e Contagem, interior de Minas Gerais. A autorização para as duas operações, de janeiro e desta sexta-feira, 13, foi expedida pela Justiça Estadual de Rio Preto.
Durante o cumprimento dos mandados de busca, foram apreendidos tijolos fracionados de maconha, o que indica que a droga estava sendo dividida para ser comercializada, porque tinha no mesmo local material para embalagem de entorpecentes. Também foi apreendido na casa de um dos suspeitos um simulacro de revólver.
Os policiais apreenderam os celulares e HDs de computadores dos suspeitos para que sejam enviados para perícia criminal. Com autorização judicial, a investigação vai checar se há pistas dos demais integrantes da quadrilha e lista de fornecedores da droga.
Os investigados poderão responder pelos crimes de tráfico de drogas e de associação para o tráfico, cujas penas somadas variam de 8 a 25 anos de reclusão. Caso fique comprovado a reiterada prática do mesmo crime, as penas poderão ser aumentadas.
O nome da operação, "Green Net", faz alusão a palavra "Green", que significa verde, referência à coloração característica da maconha, e "net" pelo fato de a comercialização da droga se dar preponderantemente no âmbito virtual da internet.