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Acusados de execução pegam 20 e 15 anos de prisão

Vítima também teria ligação com o tráfico e foi morta no conflito por território em Votuporanga

Publicado em: 30 de junho de 2024 às 12:44

O Tribunal do Júri Popular de Votuporanga condenou na última sexta-feira (28) dois envolvidos com a onda de assassinatos chamada de “Guerra do Tráfico”.

Um dos réus pegou 20 anos de prisão em regime fechado. O segundo foi sentenciado a 15 anos também em regime fechado. Ambos já estavam presos pelo assassinato de um suposto rival, dono de um bar e espetinho no bairro Jardim das Palmeiras, em 2019.

Em depoimento no júri os condenados negaram tanto envolvimento com o tráfico quanto com a morte da vítima, apelidada de Chicá, que foi executada com dois tiros na cabeça e um nas costas, em 5 de setembro de 2019, por conflito na disputa por território do tráfico, segundo a acusação do Ministério Público.

A condenação foi com base na acusação do MP, representado pelo promotor, José Vieira da Costa Neto, após investigação da Delegacia de Investigações Gerais (DIG). O trabalho da Polícia Civil colheu depoimentos de testemunhas do crime, bem como desmontou aquele esquema do crime organizado em Votuporanga.

Na defesa, os advogados Cleber Costa Soares dos Santos e Gilberto Nascimento, sustentaram a inocência dos réus pela ausência de provas e vão recorrer da pena aplicada aos réus.



Réus negam envolvimento

O condutor da moto que levou o assassino até o local da execução da vítima alegou ter sido ameaçado e obrigado, pois trabalhava como mototaxista, sendo obrigado a fazer a corrida sob ameaça de arma de fogo. O homem que ele acusou não era o segundo réu e sim um outro criminoso, morto na disputa de lideranças.

Já o acusado de executar Chicá se defendeu sustentando ser trabalhador e, na data do crime, morar e trabalhar em Rio Preto, sem qualquer vínculo com a vítima e sequer com o crime.

Promotor elogia polícia e lamenta a degradação social

Durante a sessão do júri da última semana o promotor de justiça José Vieira da Costa Neto reconheceu o trabalho de combate ao tráfico e ao crime organizado pelas polícias Civil e Militar de Votuporanga.

Ele apontou como exemplo o trabalho da DIG na investigação que desarticulou uma célula dos líderes criminosos responsáveis pela onda de violência e mortes entre facções rivais de 2019 a 2023. “Só parou porque a maioria foi presa”, disse.

Banalização da vida

O promotor ainda lamentou a propagação das drogas entre adolescentes e jovens, bem como o caos social atualmente vivenciado na comunidade pela negligência familiar e inversão de valores morais.

Ele também lamentou o acovardamento, individualismo e propagação do mal pelas pessoas, inclusive nas redes sociais, com a circulação de conteúdo ‘lixo’ que é disseminado e ‘curtido’.

“É como se o mal tivesse perdido a vergonha”, disse.

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