TEM Notícias fez nesta quinta-feira (13) mais uma rodada de entrevistas com prefeitos de cidades da região noroeste paulista. A intenção é fazer uma avaliação dos primeiros 100 dias de governo e falar sobre as propostas para os próximos meses do mandato.
O entrevistado desta quinta-feira foi o prefeito de Votuporanga (SP), João Dado (SD). Na quarta-feira (12) foi o prefeito de Birigui (SP), Cristiano Salmeirão. Na terça-feira (11), o entrevistado foi o prefeito de Araçatuba (SP), Dilador Borges (PSDB). Nesta segunda-feira (10), o entrevistado foi o prefeito de São José do Rio Preto (SP), Edinho Araújo (PMDB). Nesta sexta-feira (14) a entrevista é com o prefeito de Catanduva, Afonso Macchione.
Confira a entrevista com o prefeito com João DadoNilessa Tait: O senhor prometeu uma Clínica da Mulher e da Criança, que iria ter ultrassom, Raio X, entre outros serviços. Prometeu também a aquisição de dois ônibus, que iriam ser transformados em consultórios odontológicos e percorreriam as escolas da cidade para atender os alunos. Em que pé estão esses projetos?
Dado: Nós já fizemos uma licitação para os aparelhos odontológicos móveis, mas não houve interessados. Porque um equipamento, nós fomos saber com mais cautela, demora 120 para ser adaptados aos veículos. Fizemos uma nova licitação para locar os equipamentos, enquanto o outro não fica pronto. Ainda não estamos com esses equipamentos em uso, mas está próximo, vamos alugar. No caso da Clínica da Mulher e da Criança nós já temos o terreno, a proposta formulada, é uma emenda do deputado Rodrigo Garcia, a proposta já está apresentada ao Ministério da Saúde, estamos aguardando a liberação dos recursos para podermos iniciar as obras. Ainda este ano, talvez ainda não estejam prontas, mas com certeza a obra estará iniciada no segundo semestre.
João Spode: Ainda falando sobre saúde, foi prometido ainda uma ambulância 24 horas para os moradores do bairro Pozzobom. Essa ambulância já está em atendimento?
Dado: Já está em uso, já está funcionando 24 horas lá no bairro. Temos um mini hospital e por meio deste atendimento ampliamos a capacidade de suporte para emergência e urgência na saúde.
Nilessa: Uma das grandes reclamações das mães em Votuporanga era a dificuldade de encontrar vagas em creches e escolas perto de onde moram. O senhor disse que esse problema seria resolvido, inclusive com a construção de novas unidades. Como está essa promessa?
Dado: Vamos suprir com certeza toda a demanda de vagas porque nós temos hoje no município apenas 60 vagas que estão carentes. Com essa construção vai suprir completamente. Nós temos 220 vagas em uma creche que estamos concluindo.
João: Sobre transporte escolar, um assunto que já gerou muita discussão no começo do ano foi o transporte dos alunos que estudam na Etec de Votuporanga. Até o ano passado, esse transporte era feito pela prefeitura, agora não é mais. Como fica essa situação?
Dado: Nós fizemos uma lei, é o que estabelece a Lei de Responsabilidade Fiscal, nós fizemos uma lei municipal e fomos autorizados a firmar um convênio com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do governo do Estado. A minuta do convênio já está formatada e nós estamos para marcar a data da assinatura do convênio e os alunos da Etec voltarão a ter, nos termos legais, atendimento pleno e transporte gratuito. Acreditamos que dentro de 15 dias deve estar ocorrendo.
João: E em relação ao transporte público na cidade. O que o senhor pretende fazer para melhorar esse serviço?
Dado: Nós estamos hoje com uma audiência pública sobre mobilidade urbana. Foi feita por uma empresa contratada pelo governo anterior, foi feito todo um estudo de mobilidade urbana, nós vamos ampliar as linhas de transporte coletivo urbano, nós vamos estabelecer obras de acessibilidade, nós vamos fazer obra de transposição da linha férrea, que depende de recursos do governo federal. E dessa forma vamos estar melhorando bastante os transportes na cidade de uma forma geral.
Nilessa: Quando o senhor assumiu, um dos grandes problemas da cidade era a Estrada do 27, que liga Votuporanga a Sebastianópolis do Sul, e estava em péssimas condições, cheia de buracos. As obras já começaram e quando terminam?
Dado: Nós já estamos com 60% das obras concluídas, cinco quilômetros estão feitos, já sinalizados, com sinalização vertical e horizontal. Temos ainda 40% de obras a serem realizadas e esperamos que em 60 dias no máximo teremos as obras concluídas e, com isso, a necessidade de toda uma população, que transita até a usina, que vai até Sebastianópolis do Sul, estarão todos atendidos.
João: Era promessa do senhor, a construção de uma usina de asfalto em Votuporanga, para manter o recape da cidade sempre em boa qualidade. Essa usina já funcionando?
Dado: Ainda não. Porque essa usina de asfalto virá por cessão do governo do Estado. Nós fizemos a avaliação do terreno no qual está implantado essa usina. O processo já está na mão do governador Geraldo Alckmin para ser assinado o convênio de cessão dessa usina e desse terreno para o município. Acreditamos, é uma usina que não está em uso hoje, mas ela rapidamente será reformada e acreditamos que em 120 dias estará em funcionamento. Porém, nós já aplicamos no município quase 400 toneladas de massa asfáltica através do programa de tapa-buracos. Hoje a situação do município é muito melhor do que quando assumimos em 1º de janeiro.
Nilessa: Assim que foi eleito, o senhor prometeu reduzir custos da prefeitura, para conter despesas por causa da crise. Em 100 dias, quais medidas foram tomadas?
Dado: Muitas reduções. Nós fizemos uma extinção de mais de 200 cargos comissionados o que trouxe uma redução de R$ 2,5 milhões no custo da folha de pagamento. Nós também extinguirmos o 14º salário, mas criamos um aumento salarial para que não houvesse um prejuízo tão grande aos servidores. Também reduzindo os contratos, nós já renovamos os contratos novos com um custo inferior do que tínhamos no ano passado. Isso deve ter trazido uma redução de R$ 3 milhões nesses primeiros três meses.
Nilessa: Como o senhor pretende investir esse dinheiro?
Dado: Na verdade estamos focando na saúde. Já demos início a três obras de três consultórios médicos, como se fossem postos de saúde, em bairros novos de Votuporanga. São três obras que já estão em execução.
João: Votuporanga foi uma das cidades destaque na região no quesito geração de emprego esse ano. O que o senhor pretende fazer para continuar nesse bom ritmo? Os distritos industriais que foram prometidos já saíram do papel?
Dado: Estão saindo do papel e já temos o sétimo distrito, que era ainda apenas uma ideia, agora já está todo projetado. Nós estivemos em Brasília buscando recursos junto à Caixa Econômica Federal e BNDES para que possamos desenvolver a infraestrutura e depois da cessão dessas áreas para as empresas elas retornam em melhoria. Elas recebem a infraestrutura pronta, asfalto, guias, água, esgoto, iluminação. Aí elas pagam algo pela recepção dessas áreas, e com isso produzir empregos e mercadorias. Não temos incentivo fiscal para o sétimo distrito, mas vamos estabelecer uma discussão com a Câmara para que isso seja feito. Em seis meses a infraestrutura deve estar pronta.
Nilessa: Outra promessa de campanha do senhor era incentivar atividades culturais nas escolas, com atividades aos fins de semana. Isso está acontecendo?
Dado: Esse é um programa de multisecretarias, temos oito secretarias participando desse programa. Ele está sendo organizado, sendo formatado, mas a notícia importante é que nesses 100 dias nós tivemos mais de 300 eventos culturais de teatro, de música, de dança. Portanto nós estamos oferecendo para a população nas escolas muitas atividades culturais.
João: Prefeito e o Fliv, Festival Literário deste ano, o que está sendo programado de novidade?
Dado: Muitas novidades, nós teremos grandes nomes, aliás eu preciso agradecer a TV TEM, é uma parceira nossa do Fliv, e tem feito com que o Fliv seja um dos maiores eventos culturais do estado de São Paulo. Pretendemos ampliar o número de dias do Fliv, e grupos de teatro se apresentando todos os dias.
Nilessa: Um problema que ainda atinge Votuporanga é a questão das famílias que vivem em barracos. Votuporanga tem uma favela. Há algum projeto para acabar com esse problema?
Dado: Na realidade temos apenas uma área, que ainda temos o fenômeno triste dos barracos. São mais ou menos 110 famílias e a prefeitura na gestão anterior fez o que? Ofereceu prédio de quatro andares para abrigar aquelas pessoas, eles recusaram essa oferta, preferiram continuar morando nos barracos. E aí não tinha como adaptar a área que eles estão residindo hoje residências horizontais. Então tivemos de buscar um terreno, e a CDHU exigiu que fizéssemos a análise do solo. Isso está sendo feito pela Saev, essa pesquisa de subsolo é uma coisa muito especializada, e assim que tivermos concluída nós vamos fazer a implantação dessas 120 residências.