No último dia 3, relembramos o Dia da Instituição do Direito do Voto da Mulher. Um marco importante na história do Brasil, que viveu por décadas muitos desmandos e autoritarismos. Talvez porque os brasileiros não estivessem preparados para viver uma democracia plena. Muitos ainda não estão e se aproveitam das situações e dos cargos que ocupam para tirar vantagens.
Mas, quero aproveitar o momento e fazer uma reflexão sobre a importância da mulher na política brasileira. Existe ainda um forte preconceito, pelo menos vejo dessa forma, quando se fala no ingresso da mulher na política. O número das representantes femininas nas câmaras municipais, assembleias estaduais e no Congresso Nacional deixa muito a desejar.
A participação feminina continua refletindo o desequilíbrio histórico de gênero nas funções públicas. O Brasil ocupa uma das últimas posições no ranking mundial de representação feminina nos parlamentos.
A Constituição Federal de 1988 consagrou o princípio de que “todos são iguais perante a lei”, além de estabelecer que se deve “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”.
Entretanto, a igualdade preconizada, mesmo reconhecendo os avanços, ainda está longe de ser uma realidade, apesar de as mulheres representarem a maioria do eleitorado brasileiro. Partindo-se desse princípio, podemos concluir que até mesmo a mulheres têm preconceito com as suas iguais.
Foi com o código eleitoral provisório (Decreto 21076), de 24 de fevereiro de 1932, durante o governo de Getúlio Vargas, que as mulheres conquistaram o direito ao voto. Faz tempo, é verdade, mas, apesar de muitas lutarem para o fortalecimento feminino na política, a situação ainda é complicada e o número continua baixo. Chegamos a ter uma Presidente da República, que pegou a via contrária do bem estar geral e foi tirada do Poder.
Tenho acompanhado os muitos programas de partidos políticos na televisão – sempre exibidos no horário nobre, minutos antes do telejornalismo de maior audiência na TV aberta. A maioria traz líderes políticas conclamando, convidando e quase implorando para que a ala feminina ingresse nos partidos, participe da vida política das cidades, dos estados e do País. Para que disputem eleições, ajudem a tomar as decisões que podem ajudar a mudar os rumos da Nação e contribuir para que a vida das pessoas tenha melhor qualidade.
Muitos atribuem à grande onda de corrupção por que o Brasil passou nos últimos tempos à política. Penso eu que não é a política que provoca a corrupção; são os maus políticos, porque se a pessoa tem boa intenção de fazer um trabalho bom, de servir verdadeiramente, não envereda para o lado ruim. Talvez isso também tenha contribuído para afastar as mulheres e afugentá-las dos quadros políticos.
Sempre tive uma carreira de empresário bem sucedida e entrei na política com uma visão diferente. Nesses 15 anos de mandato em cargos políticos aprendi muito e vejo que há um espaço muito grande para a participação feminina entre nós. Portanto, aproveito este momento em que ainda está viva a lembrança da conquista do voto da mulher, para convidá-las: venham fazer parte da política, escolham um partido que tenham uma ideologia que mais lhe agradam. O meu partido, o PSDB, está de portas abertas para as mulheres.
Carlão Pignatari
Deputado Estadual - PSDB