Na manhã de hoje (20), em entrevista ao radialista Ricardo Casagrande, durante o programa Band Notícias, transmitido pela Band FM de Ilha Solteira, o prefeito afastado Edson Gomes (PP) falou, pela primeira vez, sobre a doença que quase o matou em 2019 e do período em que ficou internado em Rio Preto. Bastante emocionado, ele falou em milagre e citou, por diversas vezes, passagens bíblicas, Jesus e Deus.
Edson Gomes afirmou que sabia que tinha contraído dengue, em Pedro Gomes, no Mato Grosso, onde vinha prestando atendimento no programa Mais Médico. Mesmo assim, ele trabalhou durante toda a semana. No sábado, já com a saúde bastante debilitada, ele disse ter certeza que iria morrer e que chegou a ligar para algumas pessoas, aleatoriamente, para se despedir e agradecer. “Eu não me apavorei. Me despedi das pessoas na madrugada. Fui despedindo, não tinha mais consciência, mas fui ligando para as pessoas. Acho que minha vontade era agradecer, a família principalmente. Liguei para o Vadão (seu irmão, empresário e ex-deputado federal) e ele disse que iria me buscar. E ele foi e me trouxe de avião. Cheguei em Rio Preto e não vi nada. Viajei no avião sem saber, não vi o avião chegando, não vi a ambulância me levando. Mas sabia que não chegaria vivo na tarde de domingo”, disse Gomes.
Em Rio Preto, ele ficou em coma e entubado, sem esboçar movimentos significativos. Ele afirma que, mesmo recebendo visitas diárias de várias pessoas, ele não reagia e nem tinha reações a conversas ou toques. Foi aí que aconteceu o que ele chama de milagre. “A Odília (sua esposa) saiu. Depois, a enfermeira que estava comigo também saiu. Jesus não queria que ninguém estivesse junto. Foi quando senti um abalo nos dois calcanhares e acordei. Jesus me deu um tempo para eu tomar ciência do ambiente. E eu olhei. Estava tão lúcido. E logo em seguida começou a operar na minha recuperação. Talvez igual fez com Lázaro, que depois de quatro dias morto, já em estado de putrefação, ele acordou, sacudiu a poeira e saiu, como se nada tivesse acontecido. E eu o vi operando em cada parte do meu corpo. Estava com rins paralisados, fazendo hemodiálise, o pâncreas estava fora de suas funções normais, o fígado não tinha mais nada. Vi a hora que chegou no abdômen e no coração. E eu vi a hora que saiu. E ao sair, me deu outro abalo, na cabeça, e bateu um carimbo, igual a esses de escritório, mas era o carimbo de Deus Pai. Era um carimbo que tinha dentro várias figuras e cores, e eu fiquei muito focado nessa imagem”, explicou Gomes.
Após esse processo, Edson disse que passou a “brigar” com os aparelhos onde estava ligado. “Eu queria tirar, pois sabia que estava bom. Mas não tinha ninguém ali, só estava eu e Deus. Eu fazia sinais, mas a enfermeira não estava ali para ver e entender. E eu fazia para quem passava. Até que uma moça resolveu me atender. Foi duro dela entender que eu queria que ela falasse com a médica. Mas ela acabou entendendo e procurou a médica. Mas a médica não acreditou, dizendo que já tinha passado por mim, que eu estava mal. Aí essa moça falou que eu estava acordado e falando”, afirmou Gomes.
Edson afirma que a médica, à princípio, ao verificar os aparelhos, acreditou que eles estavam desregulados e que seria impossível o que ela estava vendo. “Pensei, impossível nada. Vocês obedeçam quem passou aqui. Quem passou aqui foi Deus. Aí ela chamou os outros médicos, todo mundo. Não mexia nada, só os olhos estavam abertos. Mas ouvia tudo. Resolveram fazer uma bateria de exames. E todos os exames deram resultados normais. Eles achavam esses resultados impossíveis. E eu pensava, impossível nada. O médico que passou aqui vocês vão demorar milênios e milênios para chegar nos pés”, disse Gomes.
Edson Gomes ficou internando pouco mais de vinte dias em Rio Preto. Hoje, ele afirma estar muito bem, apesar de ainda estar com algumas limitações.
(Douglas Cossi Fagundes – Ilhadenoticias)