A Delegacia de Polícia Federal em Jales deflagrou na manhã desta quinta-feira (24) a Operação VINHA, que desarticulou organização criminosa que atuava em um *grande esquema de descaminho* que ocorria na fronteira entre Brasil e Paraguai* e passava por rodovias do Paraná, São Paulo, Minas Gerais até o Estado de Goiás. A PF cumpre dois mandados de prisão temporária em Penápolis e Caldas Novas/GO. Doze mandados de busca e apreensão* também foram expedidos pela *Justiça Federal de Jales/SP* e estão sendo cumpridos pelos federais nas cidades de *Matelândia, Santa Tereza Do Oeste e Itaguajé no Paraná, Rio Quente, Caldas Novas e Goiânia em Goiás e Penápolis/SP*.
As investigações da PF iniciaram em *junho do ano passado* após a prisão de quatro homens em uma rodovia na região de Jales/SP. Na ocasião, os presos transportavam grande quantidade de bebidas alcóolicas provenientes do Paraguai com destino ao Estado de Goiás desacompanhadas da documentação de importação legal das mercadorias. Um dos presos na ocasião é *Policial Rodoviário Estadual de São Paulo*. O policial atua na base de *Penápolis/SP*, e segundo as investigações, repassava informações privilegiadas aos investigados sobre a movimentação nos postos policiais, equipes de serviço e eventuais fiscalizações nas rodovias estaduais de São Paulo. Ele também participava de alguns transportes portando arma de fogo e funcional da corporação. A Justiça Federal determinou o *imediato afastamento do policial de suas funções* a partir desta data, bem como a entrega de seu armamento e fardamentos à corporação.
As investigações demonstraram que pelo menos *dez pessoas* faziam parte de um grande esquema de importação ilegal de mercadorias, especialmente bebidas, que movimentou só nos últimos meses, mais de dois milhões de reais. *O líder do grupo, que reside em Caldas Novas/GO*, possui empresas no ramo de bebidas de alto valor comercial, que são revendidas a clientes com alto poder aquisitivo, que encomendam bebidas que chegam a custar mais de dez mil reais a garrafa. *Policiais Federais de Goiás e policiais do CIOF (Centro Integrado de Operações de Fronteira) de Foz do Iguaçu/PR* também deram apoio às investigações nas diligências de campo.
A Justiça Federal também determinou o bloqueio de bens e valores do líder do grupo, além de determinar medidas judiciais aos investigados entre elas: suspensão do direito de dirigir, suspensão do exercício da função pública (no caso do policial), proibição de transitar na região de fronteira em uma faixa de 150km em todo o território nacional.
Os investigados foram indiciados nos crimes de *Descaminho, artigo 334 do Código Penal e Organização Criminosa, artigo 288 do Código Penal* e caso sejam condenados estarão sujeitos à pena máxima de até doze anos de reclusão. Todo o material apreendido será encaminhado à *PF em Jales/SP*, responsável pela condução dos trabalhos investigativos.
Os presos permanecerão custodiados em cadeias da região onde foram detidos e permanecerão à disposição da *Justiça Federal de Jales/SP*.
*O nome da operação “VINHA”* foi utilizado em alusão à plantação de uvas, que são utilizadas na produção do vinho, principal bebida comercializada ilegalmente pela organização criminosa.