As discussões diante de novas estratégias no combate ao Aedes Aegypti - transmissor da dengue, zika e chikungunya - são fundamentais para a efetividade do controle do vetor no município. Para tanto, as reuniões do Comitê de Combate à Dengue são realizadas mensalmente e refletem a preocupação de toda comunidade acerca da situação.
O Comitê é formado por representantes das Secretarias de Saúde, Cidade, Educação, Assistência Social, Saev Ambiental, Santa Casa e a Casa de Saúde. Na última semana, o encontro abordou assuntos voltados aos mutirões, arrastões e da “Brigada Contra o Aedes Aegypti”.
A “Brigada” constituída recentemente em Votuporanga é formada por servidores que realizam vistorias permanentes em seus respectivos prédios públicos. Orientações e treinamentos são promovidos pelo Secez (Setor de Controle de Endemias e Zoonoses) para capacitar essas equipes de trabalho - responsáveis pela organização, acompanhamento, avaliação e limpeza do ambiente para combater o Aedes, e também escorpiões, caramujos, pombos e lutzomyia longipalpis (mosquito palha, transmissor da leishmaniose).
Dentro deste contexto, a Secretaria de Assistência Social já está desenvolvendo ações educativas. As famílias atendidas pelos CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) estão recebendo visitas para orientações.Por sua vez, a Secretaria da Educação aborda o tema frequentemente dentro das salas de aula, com atividades pedagógicas e extracurriculares. A enfermeira responsável pela Vigilância Epidemiológica, Danúbia Franco, apresentou um comparativo entre 2015 e 2016, que demonstra uma queda de 40% no número de casos positivos da doença. “Neste ano corrente a Vigilância registrou 756 ocorrências, enquanto em 2015, neste mesmo período, foram 1.285. Essa redução é justificada pelo trabalho diário e intenso dos agentes de saúde (Comunitários de Saúde e Controle de Endemias), principalmente durante os mutirões de limpeza aos sábados, além das diversas ações promovidas com o apoio das secretarias e serviços do município” – comemora.Na oportunidade, ela pediu o apoio de todos na divulgação do trabalho dos agentes de saúde que, devidamente identificados, necessitam entrar nas casas para as visitas e orientações e, quando necessário, a remoção de criadouros. “Ainda há muitos casos em que não são atendidos. Nem sempre o morador está em casa para que a vistoria seja feita, e quando está, não aceita receber os agentes” - lamenta.
Uma medida bastante eficaz no combate à dengue são as salas de situação. Encontros são realizados nas unidades de saúde para discutir os problemas enfrentados no controle da dengue, relatados pelos agentes de saúde e de endemias às vigilâncias em saúde. “Essas reuniões ocorrem de acordo com a demanda de cada unidade na tentativa de entender os problemas e tentar minimizá-los, avaliando a realidade daquele bairro e definindo estratégias no controle ao Aedes” – explica Danúbia.
A importância da notificação dos casos suspeitos pelos serviços de saúde também foi foco do comitê. Atualmente, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas e mini-hospital “Fortunato Germano Pozzobon” são responsáveis pelo atendimento de 85% de pacientes que deveriam ser notificados com a doença. A enfermeira e articuladora da Secretaria de Saúde, Elaine Madri, explicou que a atenção no ato do cadastro do paciente é de fundamental necessidade para a eficiência nas ações de bloqueio contra o Aedes. “Caso o endereço do paciente com a suspeita da doença não esteja correto, todo o processo de bloqueio realizado pela Vigilância Ambiental é comprometido” – ressaltou.
Outro apontamento feito pelo médico da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), Dr. Walter Serafim Neto, é o endereço incorreto, muitas vezes, apresentado pelo próprio paciente, pelo receio em não ser atendido. A enfermeira, Danúbia Franco, explicou que, em ocorrências de urgência e emergência, todo cidadão é assistido em quaisquer pronto-atendimentos, independente da região em que mora. “Os pacientes que precisam de atendimento rápido são acolhidos em qualquer um dos pronto-atendimentos – seja UPA – 24h ou mini—hospital do Pozzobon” – frisa.