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Congresso caipira de psiquiatria em Rio Preto

Evento acontece, no próximo dia 2 e 3 de junho, no Hospital Bezerra de Menezes

Publicado em: 29 de maio de 2017 às 19:05

A doença mental é algo tão sério neste País, que pouco ou nada se fala sobre o assunto. Basta ver o recente dado divulgado peloMinistério da Saúde, que afirma que 17 milhões de brasileiros são vítimas da depressão.

Daí a importância de eventos como o que acontece, no próximo dia 2 e 3 de junho, no Hospital Bezerra de Menezes, em Rio Preto, com a presença de dezenas de profissionais renomados da área psíquica, com espaço voltado para o público leigo, de forma gratuita. Dentre os expert que virão, está o psiquiatra Valentim Gentil Filho, professor do Hospital de Clínicas de São Paulo, o psiquiatra Marco Antonio Alves Brasil, professor da UFRJ, além do presidente da Sociedade Brasileira de Psicologia Ricardo Gorayeb, psicólogo, prof. da USP de Ribeirão Preto, entre outros. Nos dois dias os profissionais vão falar sobre diversos temas e apresentar alternativas para combater a discriminação, e também oferecer algumas medidas para tratar e diagnosticar de forma eficaz pacientes vítimas de saúde mental.
Um dos temas cujo o título "Efeitos psiquiátricos da canabis - a tempestade perfeita no horizonte" irá abordar como o uso de maconha (canabis) tem o poder de desencadear doenças mentais. Serão elucidados ainda, ao longo do evento, como os transtornos da personalidade Borderline podem interferir na rotina da pessoa. Além disso, vão discutir a ansiedade na infância, bem como os transtornos psiquiátricos decorrentes da maior longevidade das pessoas.

A despeito do que se tem abordado nos últimos tempos, o uso indiscriminado de maconha continua a ser um risco para a saúde mental das pessoas. Segundo o psiquiatra Altino Bessa Marques, organizador do II Mini Congresso Caipira, o fato é que se vê com muita esperança a pesquisa acadêmica realizada nas universidades brasileiras estudando e mostrando resultados em princípios ativos encontrados nacannabis, como o canabidiol (observe-se que não se trata do tetra hidro canabinol com potencial psicotizante). "Esta molécula, o canabidiol, já tem compensado quadros resistentes de epilepsia e está sendo estudada em outras situações da clínica psiquiátrica, sempre de modo isolado, não em conjunto com outras moléculas que são nocivas para pessoas vulneráveis, como o já citado Tetra Hidro Canabinol, fumado em baseados ou em outras preparações. Também já se ensaia o emprego do canabidiol em Parkinson e alguns estudos reconhecem outras possíveis aplicações, como transtornos psicóticos e do humor", explica.

O fato é que diversos setores da saúde, do poder público e da sociedade civil precisam buscar construir consensos que favoreçam o debate, considerando o cuidado de qualidade, a valorização do indivíduo e a garantia de direitos como metas a serem alcançadas e princípios norteadores das ações em saúde mental em todo País. E este evento é a pequena contribuição de um dos poucos hospitais que hoje prestam serviço de qualidade na área de saúde mental, no Estado de São Paulo, para a causa. As questões relacionadas à saúde mental se apresentam no contexto político e social brasileiro como um grande desafio na busca da garantia de direitos de cidadãos com transtornos mentais.
Os avanços que acompanham as transformações na condução do cuidado em saúde mental também são desafios aos gestores, que são chamados a redirecionar o modelo de atenção e implantar uma série de recursos de saúde com potencial técnico para efetivar tal transformação. E, nessa perspectiva, mudar o modelo de atenção não se resume simplesmente à abertura ou fechamento dos serviços. Há muito a se fazer pela saúde mental do brasileiro.

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