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SANTA CASA DE VOTUPORANGA FAZ PRIMEIRA CAPTAÇÃO DE VÁLVULA CARDÍACA

Também foram captados rins, fígado e córnea pra doação a pacientes

Publicado em: 05 de setembro de 2019 às 14:24

SANTA CASA DE VOTUPORANGA FAZ PRIMEIRA CAPTAÇÃO DE VÁLVULA CARDÍACA
No meio do luto por um familiar, há a esperança! No “sim” daqueles que perdem um ente querido, existe vida para outros pacientes. Assim é a realidade da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) da Santa Casa de Votuporanga, que valoriza essa oportunidade de possibilitar qualidade de vida e saúde para aqueles que aguardam há anos uma chance.

As sutilezas na abordagem da família, as dificuldades em convencer a doar órgãos de um parente querido, a urgência na captação e a alegria de transformar a dor no renascimento de outras vidas. Todas essas são etapas reais no processo emocionante dos transplantes.

No meio de ações alusivas ao Setembro Verde, campanha que busca conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos, uma família deu o exemplo de amor ao próximo, transformando em referência de generosidade.

Com autorização dos familiares, a Instituição realizou a captação múltipla de órgãos nesta quarta-feira (4/9). Foram doados rins, fígado, córneas e, pela primeira vez no Hospital, válvulas cardíacas.

Constatada morte cerebral, começa a corrida contra o tempo. “Após o médico comunicar o óbito, iniciamos o trabalho de falar com a família”, explicou a coordenadora de enfermagem da CIHDOTT, Kelly Almeida.

Uma equipe multidisciplinar conversa com os familiares, destacando a importância do gesto. “É um diálogo muito importante e que faz a diferença. Buscamos sensibilizar do quanto que a doação de órgãos é fundamental para aqueles que esperam o transplante”, disse.

A partir da autorização, a Central de Transplantes foi notificada e articulou a operação. Para o processo acontecer, foi fundamental a colaboração e apoio das equipes de Emergência, Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Centro Cirúrgico e administração do Hospital, além do trabalho de todos da equipe da CIHDOTT. “Participaram cirurgiões, clínicos, enfermagem, serviço social para que essa captação múltipla tivesse êxito. Mas nada disso seria possível se não fosse a decisão da família, que em um momento de dor fez esse ato nobre”, complementou. O processo é sigiloso e quem vai receber o órgão não é identificado. Não há contato entre doador e receptor.

O serviço existe desde 2012 e já realizou 522 doações (entre córneas e múltiplos órgãos), sendo que 84 somente neste ano. “Os critérios são bastante rigorosos e específicos, o Hospital precisa seguir normas/protocolos estabelecidos e as etapas necessárias para a efetivação do processo. Mesmo assim, conseguimos graças ao trabalho de conscientização sobre a importância do diálogo, que é o diferencial para o aumento dos procedimentos”, disse a enfermeira.

O provedor da Santa Casa, Luiz Fernando Góes Liévana, falou sobre o momento ímpar e agradeceu o empenho da CIHDOTT, que teve grande agilidade no diagnóstico e início do protocolo. “Para nós, é motivo de orgulho poder participar desse processo de captação de órgãos visto que conseguimos beneficiar muitas pessoas e salvar vidas. Iniciamos este mês tão importante, o Setembro Verde, demonstrando todo brilhante trabalho da nossa Comissão. Meus cumprimentos especiais à esta grande equipe que demonstra não apenas um conhecimento técnico elevado na área, mas um espírito de generosidade e compaixão ao próximo fazendo um trabalho tão importante e nobre”, elogiou.




Sobre a Comissão


A Comissão está vinculada à Equipe da OPO-SJRP (Organização de Procura de Órgãos do Hospital de Base) que promove a ligação com a rede Nacional de Transplantes. O serviço da CIHDOTT oferece a chance de doar os órgãos e multiplicar o gesto, colaborando no ato da doação e também insere o Hospital no sistema nacional de transplante.

A CIHDOTT é formada pelos enfermeiros Bruno Henrique Chiqueto, Jéssica Eusebio Tonin Sakamoto, Vanessa Benacci da Silva; técnico de Enfermagem, Wilson Luis Poloni, a coordenadora de enfermagem Kelly Roberta Trindade Almeida e os médicos Dra. Ligia Maria Duarte Tellis; Dra. Natalia Acquaroni Gondim; Dr. Luiz Augusto Antunes Glover; e Dr. Wagner Moneda Telini.




Protocolo

O Ministério da Saúde ressalta que hoje, pela legislação brasileira, a retirada de órgãos e tecidos de pessoas com morte encefálica comprovada só pode acontecer após a autorização da família. Por isso, quem tem interesse em doar órgãos deve manter a família avisada, diz o governo.

O passo principal para você se tornar um doador é conversar com a sua família e deixar bem claro o seu desejo. Não é necessário deixar nada por escrito. Porém, os familiares devem se comprometer a autorizar a doação por escrito após a morte.

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