Em meio à pandemia do novo Coronavírus (COVID-19), precisamos lidar com todas as situações ao nosso redor, seja para o trabalho home office, estudos à distância, o tempo ocioso em casa, cuidar dos filhos pequenos ou ainda enfrentar a doença.
São meses em isolamento social. A COVID-19 continua dominando as manchetes, os programas. O distanciamento daqueles que mais amamos também afeta o emocional. Diante de tudo isso, tornou-se cada vez mais significativo prestar atenção à nossa saúde mental.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o confinamento pode causar tédio, raiva, angústia e ansiedade. As mudanças inesperadas e a falta de controle do que pode acontecer tendem a gerar esses sentimentos, principalmente em pessoas com rotinas mais inflexíveis.
A psicóloga do SanSaúde, Joseane Zacarin Pereira, destacou os desafios deste isolamento. “O distanciamento social, considerado fundamental para a contenção da doença, pode implicar na vivência de situações desagradáveis. Dentre os estressores: dificuldade de ficar sozinho, medo da doença ou da pós-pandemia, necessidade de afastamento de amigos e familiares, mudanças de hábitos e tédio, podendo ocasionar no aumento da ansiedade, insegurança e tristeza”, ressaltou.
É muito importante estar atento aos indícios de dificuldade no enfrentamento das circunstâncias. “Quando os problemas ameaçam ou comprometem a qualidade de vida dos relacionamentos, gerando sofrimento para a pessoa e os que estão em seu convívio, é hora de procurar ajuda psicológica”, complementou.
Reações comportamentais frequentesDiante do atual cenário, é comum o relato de pessoas que apresentam alteração do sono e transtornos alimentares. Também há possibilidade de aparecimento de sintomas físicos como palpitação, sudorese, ataques de ansiedade e crises de pânicos. “Aumento de comportamentos agressivos e compulsivos também são relatados, como agir de forma mais violenta às situações ou lavar as mãos demasiadamente”, contou Joseane.
Ela destacou a atuação do psicólogo. “Visa a promoção da saúde e qualidade de vida dos pacientes e da coletividade. Capacitado profissionalmente para atender, com respeito, o outro em sua singularidade, ouvir sem julgamentos, orientar e auxiliar no autoconhecimento, desenvolvimento de habilidades sociais e diálogos assertivos. É qualificado para intervir de forma ética com total sigilo, buscando minimizar as implicações negativas e ajudar na saúde mental, durante a vigência da pandemia, bem como em momentos posteriores de adaptação as transformações”, frisou.
Dicas da psicóloga:- Filtre informações, “Fake News” e especulações que possam gerar ansiedade, procurando obter conteúdo de fontes confiáveis;
- Faça atividades prazerosas, busque alternativas que provocam bem-estar para se distrair e manter o equilíbrio. Ex: Ouça sua playlist favorita, leia livros, veja filmes ou séries, faça receitas saudáveis;
- Estabeleça uma rotina diária, planeje seu dia a dia. Uma agenda pode ajudar a identificar seu horário mais produtivo;
- Prepare-se para trabalhar em casa. Não passe o dia de pijama, pois evita a preguiça e eleva a autoeficácia. Procure locais bem iluminados, coloque uma música se preferir, identifique suas preferências;
- Aceite o momento presente, uma oportunidade de adotar um ritmo de vida diferente;
- Reserve um período do dia para interagir com a família, ensinar algo novo aos filhos. Compartilhem sentimentos;
- Mantenha contato virtual com quem lhe faz bem ou não tem notícias há algum tempo;
- Procure criar um ambiente familiar harmônico, tranquilize as pessoas que convivem com você e compartilhe técnicas para lidar com estresse;
- Mantenha cuidados com o seu corpo, respire, alongue-se, medite, pratique exercícios, beba água, durma nos horários adequados;
- Caso sinta-se sobrecarregado, ansioso, deprimido, sem esperança ou qualquer sentimento que o esteja afetando negativamente, procure ajuda de um psicólogo.