Você já ouviu falar sobre Janeiro Verde? A campanha visa a conscientização e prevenção contra câncer de colo de útero, doença vai atingir mais de 17 mil mulheres por ano no Brasil, entre 2023 e 2025, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA).
Este tipo de câncer é um dos mais incidentes entre as mulheres brasileiras, com elevada prevalência e mortalidade no Norte e Nordeste do país. O câncer de colo de útero é causado pela infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano – o HPV, um vírus bastante comum. No entanto, algumas podem se tornar crônicas que, se não forem diagnosticadas precocemente, podem evoluir para o câncer.
A médica do Ambulatório de Oncologia da Santa Casa de Votuporanga, Dra. Julia Cordeiro, falou sobre a patologia, destacando os sintomas e o tratamento.
SintomasOs sintomas de câncer no colo do útero incluem sangramento vaginal, dores locais, corrimento e outros. A presença de sinais pode indicar casos já avançados, necessitando de auxílio profissional para avaliação e tratamento.“Em geral, quando a doença está restrita ao colo uterino, pode não dar sinal nenhum e a paciente ser assintomática. Pelo exame de papanicolau, é possível detectar as células que estão alteradas que podem ser indícios de câncer de colo de útero. Realizá-lo uma vez ao ano é fundamental para diagnóstico precoce”, disse.
Fatores de risco•Infecção por HPV: é o principal fator de risco associado à patologia. O papilomavírus humano (HPV) é um vírus que pode ser transmitido por relações sexuais que infecta pele ou mucosas, podendo causar câncer de colo do útero e também de boca, faringe, vulva, vagina, pênis e canal anal.
•Infecção por HIV: o vírus da Aids diminui as defesas do organismo e reduz a capacidade dele de combater o vírus e o câncer em seus estágios iniciais.
•Fumo: mulheres fumantes têm duas vezes mais risco de ter câncer de colo do útero do que aquelas que não fumam.
DiagnósticoTodas as mulheres devem fazer o papanicolau anualmente, assim que iniciar a vida sexual até 64 anos, incluindo pacientes expostas ao HIV ou com problemas no sistema imunológico. Há recomendações nacionais e internacionais com o uso de testes de detecção do HPV, associados a` citologia vaginal em mulheres com 30 anos ou mais. A avaliação de HPV e´ mais sensível e tem alto valor preditivo negativo, permitindo aumentar o intervalo entre as coletas, de três para cinco anos, quando ambos os resultados forem negativos.
A partir da alteração no papanicolau, o diagnóstico pode ser feito através de um exame de colposcopia, onde o ginecologista visualiza o colo do útero com uma lente de aumento (colposcópio) e consegue perceber qualquer lesão. Se houver, é solicitada uma biópsia dessa lesão e enviada para análise patológica, sendo possível confirmar se existe ou não o câncer naquela região.
Existe prevenção para o câncer de colo de útero?Um dos fatores de risco mais importantes para o câncer do colo do útero está relacionado à infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV), que é responsável por cerca de mais de 90% dos casos. Sendo assim, é fundamental se prevenir do contágio pelo vírus, que se dá pelo contato sexual. Em outras palavras, podemos dizer que o sexo seguro é uma ferramenta de prevenção contra este tipo de câncer.
Neste sentido, há ainda outras medidas importantes: a vacinação contra o HPV e a realização do papanicolau, são ações complementares de prevenção. Mesmo as mulheres vacinadas devem realizar o exame periodicamente. “Manter outros hábitos, como alimentação equilibrada, prática de exercícios físicos e abandono do tabagismo são algumas das dicas para evitar o câncer em seus mais diversos tipos — e não apenas o do colo de útero”, finalizou a Dra.