Está marcado par o dia 20 de fevereiro o julgamento de um dos crimes mais bárbaros da história recente de Votuporanga. Eduardo Rafael Flores vai ao banco dos réu acusado de ser o autor das diversas facadas que tiraram a vida da companheira, Regiane Dias Magalhães, em 31 de março de 2011, na casa onde ela morava no Jardim Marin. O motivo do crime é apontado como a não aceitação com o término do casamento.
Segundo a denúncia do Ministério Público, o crime ocorreu por motivo fútil e mediante a recurso que dificultou a defesa da vítima. Além disso, o homicídio recebe como terceira qualificadora o emprego de meio cruel. O réu permanece preso desde o dia do crime.
Segundo o texto do promotor de justiça Eduardo Martins Boiati, com base nas investigações da Polícia Civil, o crime ocorreu no dia 31 de março de 2011, por volta das 19h10, na rua Goiânia, nº4140, no Jardim Marin.
Vítima e acusado viveram em união estável durante cinco anos e no início de 2010, terminaram o relacionamento. Desde então, o casal terminou e reatou o relacionamento por várias vezes, sendo que neste período, ocorreram várias brigas e ameaças de morte, tendo a vítima registrado boletins de ocorrência na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), e recebido medida protetiva.
O denunciado, inconformado com a nova separação, há cerca de dois meses antes do crime, passou a perseguir a vítima, dormindo em um terreno em frente a casa dela, além de subir em árvores, com objetivo de vigiá-la, pois acreditava que ela estava o traindo, e ameaçava-a de morte por meio de mensagens por telefone celular.
Crime brutal
No dia do homicídio, no período da tarde, após uma discussão com Regiane por telefone, o Eduardo foi para um bar do bairro, onde ingeriu bebida alcoólica e passou a ligar várias vezes, fazendo novas ameaças. Com medo, a vítima ligou para a mãe dela, dizendo que ele estava descontrolado, sendo orientada para que ficasse dentro de casa.
Por volta das 19h, Eduardo Rafael foi até a casa da ex-companheira, arrombou a porta da sala, sendo que Regiane tentou escapar pela porta dos fundos, foi até o portão da frente, abriu o cadeado, mas foi alcançada pelo acusado, que lhe desferiu várias facadas, matando-a no local.
Na época, as reportagens do A Cidade e do Votuporangatudo acompanharam os momentos após o crime e a ação da Força Tática da Polícia Militar, que resultou na prisão de Eduardo.
Diante das informações passadas pelos vizinhos, os policiais passaram imediatamente a fazer buscas pelo bairro. Com faróis, vasculharam terrenos existentes próximos à "antiga mina d'água". Ao passarem o facho de luz por um canal de escoamento, avistaram um indivíduo no interior de um cano. Com as mãos ainda cheias de sangue, Eduardo Rafael Flores foi conduzido ao Plantão Policial, onde confessou aos policiais que foi quem efetuou o crime. Ele tentou se justificar, alegando que cometeu o crime por ciúmes.
Outros dos júris marcados
O sorteio dos 25 jurados para o julgamento será realizado no dia 1º de fevereiro, e servirá para outros dois júris que acontecerão em um período de 30 dias. A defesa de Eduardo será representada pelo advogado criminalista Gésus Grecco.
Os outros julgamentos agendados são de dois casos de tentativa de homicídio. No dia 22 de fevereiro, Antônio Brito Neves será julgado por tentar matar Jonas José da Silva, com quem discutiu, passando a persegui-lo com um automóvel Fusca, enquanto a vítima pilotava uma motocicleta, que acabou sendo atingida.
O caso aconteceu no bairro Sonho Meu. Jonas caiu ao chão e o réu, segundo a denúncia do MP, deu ré no automóvel, prensando o motociclista contra um carro estacionado, causando-lhe lesões corporais graves. A tentativa de homicídio ocorreu em 14 de agosto de 2011.
O outro crime a ser julgado ocorreu em 2009, em um bar na rua Vladimir Casagrande, no bairro Estação. Everson Rodrigo Ramos da Silva será julgado por tentativa de homicídio contra Fernando Venâncio Carrasco.
Segundo a denúncia, por erro de pontaria, o disparo acabou atingindo outra pessoa, Lice Cordeiro Saldanha de raspão na perna direita. Fernando também atirou contra o acusado, mas o julgamento dele ainda não foi marcado. O julgamento de Everson está agendado para acontecer no dia 1º de março, no Fórum de Votuporanga. (Jociano Garofolo - A Cidade)